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21/12/2006 - 09h02

Empresas prevêem normalidade em 6 meses

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JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) estima que a situação nos aeroportos só voltará à normalidade no primeiro semestre de 2007. De acordo com Marco Antonio Bologna, este é o prazo para que o sistema brasileiro volte a operar a plena capacidade, com a entrada de novos controladores de vôo e com a liberação de recursos para investimentos.

O prognóstico é mais pessimista do que feito pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que avalia ser possível resolver a crise até o próximo mês de fevereiro. As companhias já começaram a preparar um plano de contingência para as festas de fim de ano. Bologna, presidente da TAM, afirma que a empresa já negociou com hotéis próximos dos principais aeroportos para atender a demanda adicional caso uma nova situação de caos ocorra.

"Já acertamos como transportar essas pessoas para os hotéis e como prover alimentação adicional no aeroporto. Estamos fazendo em todos os aeroportos uma reserva do serviço de comissária para amenizar o desconforto", disse.

De acordo com o presidente do sindicato das aéreas, a prioridade é fornecer a informação correta ao passageiro. A empresa considera a possibilidade de fazer anúncios pelo sistema de alto falante da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária).

Apesar de todas as precauções, Bologna afirma não esperar a repetição do cenário de caos vivenciado nos últimos meses, mas não descarta a hipótese de novos atrasos.

Retração e perdas

Os atrasos constantes e os problemas nos aeroportos brasileiros já produzem impacto nos indicadores do setor. A taxa de ocupação em dezembro está em 70%, segundo Bologna. Normalmente, o teto para este período do ano chegaria a 75%. De acordo com Bologna, agentes de viagem têm reportado quedas de 10% a 20% na procura por passagens.

Os custos adicionais com combustível, hospedagem, alimentação e horas extras já somam R$ 80 milhões. Com base em discussões com a Anac, as companhias decidirão se pretendem entrar na Justiça para cobrar indenização da União pelas perdas sofridas.

Segundo Bologna, as empresas perderam receita e sofreram danos de imagem. Apesar dos problemas, Bologna prevê crescimento para o setor de 13% neste ano. Trata-se do terceiro ano seguido de expansão do setor aéreo brasileiro. Para resolver de vez a crise do controle de tráfego aéreo, o sindicato defende que os controladores de vôo tenham um plano de carreira como funcionários públicos.

De acordo com o presidente do Snea, a hipótese de que a mudança acarretaria mais greves do setor não é motivo de preocupação. "Não existe país em que o controle do espaço aéreo seja militar. Se tiver greve, saberemos quando e vamos poder avisar os passageiros."

Segundo Bologna, a perspectiva de aumento significativo da frota pelas principais companhias não deve alterar o cenário para o próximo ano. Ele disse ainda que existem 7.000 aviões e 13 mil controladores de vôo nos Estados Unidos. No Brasil, a proporção é de 700 aviões para 2.700 controladores. "Isso não é gargalo. Gargalo é não ter ambiente de trabalho adequado", disse.

Bologna defendeu também o aumento de recursos para a Anac. Ele avalia que a agência necessitaria de um orçamento da ordem de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões por ano. Em 2006, ela recebeu R$ 120 milhões por emenda. Os recursos adicionais viriam do fim do repasse ao Tesouro Nacional de verbas arrecadas com taxas de embarque pagas pelos passageiros de viagens internacionais.

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