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30/12/2006 - 11h36

Rio registra novas ações criminosas; polícia mata suspeitos

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da Folha Online

A polícia voltou a registrar ações criminosas no Rio, na madrugada deste sábado. A onda de violência iniciada na última quinta-feira (28) causou a morte de dez civis e dois policiais militares, além de suspeitos.

Na madrugada deste sábado, criminosos atiraram contra o prédio da 34ª Delegacia, em Bangu. Um morador de rua que estava nas proximidades ficou ferido.

Silvia Izquierdo/AP
Pessoas observam ônibus queimado na Cidade Alta durante série de ataques no Rio
Pessoas observam ônibus queimado na Cidade Alta durante série de ataques no Rio
Na favela do Muquiço, cinco suspeitos foram mortos por policiais que participavam de uma operação. A PM afirma que, com o grupo, foram apreendidos dois fuzis, duas pistolas, oito bombas caseiras, uma granada e um revólver calibre 38.

Na região da favela Nova Holanda, nas proximidades da avenida Brasil, os policiais apreenderam dois coquetéis molotov, quatro bombas caseiras e um radiotransmissor. Os suspeitos fugiram.

Outra ação ocorreu nas proximidades do Shopping Carioca, em Vicente de Carvalho. Segundo a polícia, criminosos passaram atirando, mas há suspeitas de que se tratava de assaltantes em fuga.

Na Pavuna, um grupo que supostamente se preparava para uma falsa blitz trocou tiros com a PM. Um suspeito morreu.

Em Seropédica, homens invadiram a delegacia e teriam roubado armas. A quantidade não foi confirmada.

Vítimas

Na madrugada de quinta, a série de ataques deixou 18 pessoas mortas. As vítimas foram sete ocupantes de um ônibus da viação Itapemirim, que foi queimado; dois policiais militares; uma vendedora ambulante, um homem e sete suspeitos.

A oitava vítima do ataque ao ônibus morreu na madrugada deste sábado, no Hospital Pedro Segundo. A vítima, identificada como Elias Batista dos Santos, sofreu queimaduras em aproximadamente 70% do corpo e não resistiu aos ferimentos.

O veículo, que havia saído de Cachoeiro de Itapemirim e seguia para São Paulo, foi surpreendido no trevo das Missões, que liga a avenida Brasil à rodovia Washington Luís. Um dos criminosos entrou, roubou passageiros, jogou gasolina no corredor e depois ateou fogo no ônibus, que levava 28 passageiros. Sete morreram na hora, carbonizados.

A Secretaria da Segurança informou na sexta-feira (29) que, a partir de informações cedidas pela Itapemirim, conseguiu localizar as famílias de seis das vítimas, identificadas como: Celso da Silva, Jaci Maria de Jesus Silva, Florentino Alves Pereira, Horminda dos Santos Grande, Jair da Silva Paes e Liane da Silva Paes de Souza.

Os corpos dos sete carbonizados serão identificados por meio de exames de DNA. A expectativa é que o resultado saia dentro de 30 dias.

Isolamento

A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) do Rio isolou seis presos acusados de terem coordenado a série de ataques, que atingiram ônibus, delegacias, carros e cabines da Polícia Militar na quinta-feira. Além dos mortos, a onda violência deixou mais de 20 feridos.

Os presos --entre eles Márcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco-- foram encaminhados para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) no presídio de Bangu 1 três dias antes da série de ataques --quando o plano teria sido descoberto pela SSP (Secretaria de Segurança Pública).

Em São Paulo, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital) --acusado de liderar três ondas de ataques-- é mantido no RDD de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

Para evitar novos incidentes no feriado prolongado de Réveillon, 20.734 policiais civis e militares estão nas ruas para reforçar o policiamento. Além disso, a PM ocupou 23 favelas.

Motivação

O secretário de Segurança Pública, Roberto Precioso, disse acreditar que as ações tenham sido motivadas por possíveis mudanças na política da administração penitenciária a partir de 2007, com a mudança de governo. Para ele, os presos temem o endurecimento do regime disciplinar, que pode causar prejuízos às facções criminosas.

Já o secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que as ações foram uma reação às milícias de policiais e ex-policiais que tomam conta de morros e favelas na cidade.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e CAROLINA FARIAS, da Folha Online

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