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16/01/2007 - 22h37

Buscas por vítimas de acidente no metrô vão continuar na madrugada

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CAROLINA FARIAS
da Folha Online

O Corpo de Bombeiros vai continuar durante a madrugada desta quarta-feira o trabalho para o resgate das outras vítimas que estão dentro da lotação que foi soterrada pelo desabamento no canteiro do obras do metrô, na sexta-feira (12). O capitão Mauro Minoro Takara, responsável pelo resgate da bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37, explicou como a vítima foi retirada de dentro do veículo. O trabalho durou oito horas e quarenta minutos e foi realizado por três equipes que se revezaram.

"Ela estava sentada no último banco do microônibus. O veículo está caído na diagonal, com terra, entulho e serragem sobre a vítima. Cortamos a parte traseira, o assento, o pára-choque e o ferro retorcido [do microônibus]", explica. O bombeiros aguardam agora a definição dos engenheiros do Consórcio Via Amarela, que devem apontar qual a frente mais segura para resgatar o motorista do caminhão, que está soterrado no lado direito da cratera.

"A empresa colocou aquela área numa situação favorável para nosso trabalho", disse Takara. Os bombeiros acreditam que amanhã a área já estará liberada pela empresa para o resgate do motorista. Caso isso aconteça, serão duas frentes de trabalho. Uma para resgatar os ocupantes da van e outra para resgatar o motorista do caminhão.

O microônibus foi localizado pelos cães farejadores no primeiro dia de buscas, mas não havia segurança para que os bombeiros acessassem o local.

Vítimas

No microônibus tragado pela cratera estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, e o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22. Seriam passageiros o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31, e o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60.

Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra havia um ano e meio.

O corpo da aposentada foi enterrado no final da tarde de segunda-feira no Cemitério Santo Amaro (zona sul), com despesas pagas pelo consórcio.

Desabamento

O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.

Veículos e pessoas foram engolidos pela cratera. Ruas próximas foram isoladas --a pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros chegou a ficar totalmente interditada. No total, 55 imóveis foram interditados --três deles tiveram a demolição anunciada.

No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Na segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), responsabilizou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente. Porém, não apontou culpados.

"Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.

"Do ponto de vista da engenharia o que eu posso dizer, sem culpar o consórcio, sem culpar ninguém, é que houve alguma falha. Quem falhou e como falhou só a investigação irá dizer", afirmou.

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