03/03/2007 - 18h06

Serra visita garota baleada em assalto na zona sul de São Paulo

da Folha Online

O governador José Serra (PSDB) visitou neste sábado a adolescente Priscila Aprígio da Silva, 13, baleada durante tiroteio ocorrido na última quarta-feira (28) em Moema (zona sul de São Paulo). A garota perdeu os movimentos das pernas por pelo menos dois anos.

Serra levou a médica fisiatra Linamara Rizzo Battistella, diretora da Divisão de Medicina de Reabilitação do HC (Hospital das Clínicas) de São Paulo para oferecer o tratamento à adolescente. Linamara deve acompanhar pessoalmente a o trabalho de fisioterapia da garota, de acordo com a assessoria do Hospital Alvorada.

"Ele está fazendo o papel dele que é disponibilizar a ajuda do Estado. Toda a ajuda é bem vinda", afirmou o irmão da garota, o enfermeiro Leandro Aprígio da Silva, 27.

Ao chegar ao quarto de Priscila, o governador encontrou a garota sozinha e acordada. Ele ficou satisfeito por achar que a garota está confiante, segundo a assessoria do hospital.

Na sexta-feira (2) a diretoria clínica do hospital informou que a garota sofreu lesões graves que comprometeram o movimento das pernas. De acordo com os médicos, ela tem chances de voltar a andar em dois anos, mas terá seqüelas graves.

Priscila teve duas vértebras torácicas atingidas pela bala. Com isso, os nervos e a medula foram seriamente atingidos. Nesse período de dois anos, apontado pelos médicos, os nervos podem se recuperar.

A garota recebeu alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na manhã de sexta-feira. Desde a tarde de ontem ela recebe a visita de parentes e amigos.

Segundo o irmão, a garota está ainda procurando entender o que aconteceu. De acordo com o enfermeiro, ela está abalada.

"É tudo muito novo. Ela tem somente 13 anos, não sabe ainda a direção que as coisas devem tomar. Mas acreditamos que ela vai superar. A Priscila sempre foi independente, vencedora. Vai encarar tudo isso de frente", afirmou o irmão da garota.

Assalto

Priscila é uma das cinco pessoas feridas em conseqüência de um assalto à agência do Itaú na avenida Ibirapuera. Ela estava em um ponto de ônibus em frente ao banco quando o tiroteio começou. Um suspeito também ficou ferido.

O roubo ocorreu pouco depois das 16h de quarta-feira. Um guarda civil à paisana que havia ido ao banco para realizar um depósito teria, então, reagido à ação. O guarda atingiu nove vezes um dos suspeitos. Mesmo assim, todos conseguiram fugir. Foram levados cerca de R$ 10 mil.

Horas após o crime, Wellington Delan Ferreira Oliveira, 30, que apresentou-se com diversos ferimentos a bala em um hospital de Taboão da Serra (Grande São Paulo), foi preso suspeito de envolvimento com o roubo. Ainda de acordo com a Polícia Civil, ele confessou o crime. Oliveira tinha passagem por roubo e foi indiciado por tentativa de latrocínio.

Ficaram feridos, além do suspeito e da adolescente, Maria Erenildes, 38, e Raimundo José Jesus dos Santos,39 --que estavam em um ônibus-, e o advogado Fábio Ferreira do Nascimento, 28, que estava em um carro abordado durante a fuga dos assaltantes.

Raimundo teve parte da perna esquerda amputada ontem em decorrência do ferimento causado pelo tiro.

Leia mais

Amigas visitam e levam flores à adolescente baleada em SP

Advogado de garota baleada em Moema quer indenização do Itaú

Médicos admitem que menina baleada em roubo pode ter seqüelas

Vítima de tiroteio em bairro nobre de SP perde parte da perna

Família de menina baleada em área nobre de SP tem esperança de cura

Leia capítulo de Folha Explica a Violência Urbana

Especial

Leia o que já foi publicado sobre assaltos a bancos