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09/03/2007
-
20h48
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
A cena mostra a garçonete Suzani Pereira da Rocha, 23, e duas colegas sentadas de costas descansando da correria do almoço na escada de um prédio ao lado do trabalho. Um homem pára em frente, tira um revólver de um pacote e atira quatro vezes contra Suzani. Dois tiros atingem a cabeça. Ela cai. O homem foge da cena, andando. As duas amigas dão um pulo, desorientadas.
Mãe de três filhos --o mais novo com um ano e quatro meses, o mais velho com cinco-- a garçonete Suzani foi morta pelo ex-namorado Haroldo Moreira da Silva, 56, na quarta-feira (7) à tarde, na praça Tiradentes, área movimentada do centro de Curitiba. Ele não é o pai das crianças.
As imagens mostradas em telejornais ontem foram captadas pela câmera de segurança instalada pelo condomínio do edifício 335, para flagrar ladrões e assaltantes.
Na hora em que os tiros da pistola 22 atingiram sua cabeça, Suzani ria. "Estava contando que tinha três filhos, falando coisas deles, aí aconteceu aquilo e acabou tudo'', contou uma das moças captadas pela câmera ao lado de Suzani na hora da morte. Nenhuma garçonete quer se identificar.
"Daqui a pouco, ele [o assassino] sai da cadeia e vem aqui de novo tomar satisfações'', diz uma delas.
Ex-dono de uma loja de recarga de cartuchos de impressoras e conhecido na praça onde fica a lanchonete, Silva morou com Suzani por dez meses. Foi abandonado por ela há três. Até o relacionamento começar, ele almoçava todo dia na lanchonete.
"Esse assassino fez minha filha deixar o emprego prometendo sustento para ela e as crianças, mas, enquanto morou com ele, Suzani não tinha dinheiro nem para comprar um pão. Ele não dava'', disse a mãe da moça, Sueli Aparecida de Souza Lima.
Suzani voltara a morar com os pais, em Fazenda Rio Grande, cidade da região metropolitana. Os dois netos mais velhos são sustentados pelos avós.
Silva era violento, segundo a mãe da jovem. "Tinha ciúme até da menina, quando era amamentada. Reclamava que só a neném tinha atenção da minha filha.''
A escrivã do 1º Distrito Policial, onde corre o inquérito, Joana Novak, disse que Silva comprou a arma no dia anterior ao crime. As imagens gravadas em CD na entrada do prédio vão compor as provas do assassinato.
Silva foi preso em flagrante a duas quadras do local e não ofereceu resistência aos policiais. "Ele agiu com frieza'', diz a policial. Saiu caminhando para se misturar às pessoas, mas foi seguido por um homem que o viu atirar e que o apontou para um guarda municipal.
"Ela sofria com esse ex-marido. Ele vinha atrás dela, ficava rondando. Uma vez a ameaçou de morte'', diz o chinês naturalizado Su Yi Zhu, dono da lanchonete. Ao ser preso, Silva disse que "ficou tudo escuro'' na hora em que atirou em Suzani e se disse arrependido.
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Câmera flagra momento em que ex-namorado mata garçonete em Curitiba
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da Agência Folha, em Curitiba
A cena mostra a garçonete Suzani Pereira da Rocha, 23, e duas colegas sentadas de costas descansando da correria do almoço na escada de um prédio ao lado do trabalho. Um homem pára em frente, tira um revólver de um pacote e atira quatro vezes contra Suzani. Dois tiros atingem a cabeça. Ela cai. O homem foge da cena, andando. As duas amigas dão um pulo, desorientadas.
Mãe de três filhos --o mais novo com um ano e quatro meses, o mais velho com cinco-- a garçonete Suzani foi morta pelo ex-namorado Haroldo Moreira da Silva, 56, na quarta-feira (7) à tarde, na praça Tiradentes, área movimentada do centro de Curitiba. Ele não é o pai das crianças.
As imagens mostradas em telejornais ontem foram captadas pela câmera de segurança instalada pelo condomínio do edifício 335, para flagrar ladrões e assaltantes.
Na hora em que os tiros da pistola 22 atingiram sua cabeça, Suzani ria. "Estava contando que tinha três filhos, falando coisas deles, aí aconteceu aquilo e acabou tudo'', contou uma das moças captadas pela câmera ao lado de Suzani na hora da morte. Nenhuma garçonete quer se identificar.
"Daqui a pouco, ele [o assassino] sai da cadeia e vem aqui de novo tomar satisfações'', diz uma delas.
Ex-dono de uma loja de recarga de cartuchos de impressoras e conhecido na praça onde fica a lanchonete, Silva morou com Suzani por dez meses. Foi abandonado por ela há três. Até o relacionamento começar, ele almoçava todo dia na lanchonete.
"Esse assassino fez minha filha deixar o emprego prometendo sustento para ela e as crianças, mas, enquanto morou com ele, Suzani não tinha dinheiro nem para comprar um pão. Ele não dava'', disse a mãe da moça, Sueli Aparecida de Souza Lima.
Suzani voltara a morar com os pais, em Fazenda Rio Grande, cidade da região metropolitana. Os dois netos mais velhos são sustentados pelos avós.
Silva era violento, segundo a mãe da jovem. "Tinha ciúme até da menina, quando era amamentada. Reclamava que só a neném tinha atenção da minha filha.''
A escrivã do 1º Distrito Policial, onde corre o inquérito, Joana Novak, disse que Silva comprou a arma no dia anterior ao crime. As imagens gravadas em CD na entrada do prédio vão compor as provas do assassinato.
Silva foi preso em flagrante a duas quadras do local e não ofereceu resistência aos policiais. "Ele agiu com frieza'', diz a policial. Saiu caminhando para se misturar às pessoas, mas foi seguido por um homem que o viu atirar e que o apontou para um guarda municipal.
"Ela sofria com esse ex-marido. Ele vinha atrás dela, ficava rondando. Uma vez a ameaçou de morte'', diz o chinês naturalizado Su Yi Zhu, dono da lanchonete. Ao ser preso, Silva disse que "ficou tudo escuro'' na hora em que atirou em Suzani e se disse arrependido.
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