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30/03/2007
-
14h18
da Folha Online
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que foram registradas retenções de aeronaves nos aeroportos de Manaus (AM) e de Curitiba (PR) nesta sexta-feira, mesmo dia em que controladores de tráfego aéreo programaram um protesto. Ele não confirmou, no entanto, o motivo das retenções. Há registro de atrasos em outros terminais.
A Aeronáutica, por meio de seu setor de Comunicação Social, nega paralisação ou a chamada operação-padrão --com maior espaçamento das aeronaves-- por parte dos profissionais e afirma que não há registro de problemas na operação do tráfego aéreo no país.
Balanço da Infraero mostra que 144 dos 956 vôos previstos (15,1%) sofreram atrasos de mais de uma hora, da 0h às 14h. Durante toda a quinta, a espera atingiu 11,5% dos 1.896 vôos.
Manifesto
Em manifesto divulgado pelos controladores de tráfego aéreo --e não assinado--, a categoria afirma que, a partir desta sexta, pode fazer um auto-aquartelamento e greve de fome.
O documento foi divulgado no site do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo. Entre as reivindicações estão o início da desmilitarização; o retorno dos representantes de associações e supervisores afastados de suas funções; e a criação de uma gratificação emergencial para os controladores de tráfego aéreo.
O estopim do movimento foi a transferência de um dos líderes nacionais da categoria, o sargento Edleuzo Souza Cavalcanti, do Cindacta-1, em Brasília (DF), para um destacamento em Santa Maria (RS). Cavalcanti afirma que sua transferência é uma retaliação. A Aeronáutica diz foi um "ato administrativo por necessidade de serviço".
Protesto
Para José Ulisses Fontenele, ex-controlador e ex-presidente da associação da categoria, o protesto atinge, nesta sexta, controladores de Brasília, de Manaus, de Salvador e do Rio. Ele diz que o movimento pode prejudicar as operações no fim de semana, principalmente no domingo, devido à falta da troca de turno dos profissionais.
Ainda segundo Fontenele, controladores de tráfego aéreo civis devem se reunir no Rio, na próxima semana, também para avaliar uma greve. Caso a paralisação seja confirmada, atingiria 40% dos profissionais que atuam no Rio.
Proposta
O presidente da Infraero voltou a propor nesta sexta que a estatal assuma aeroportos cujas torres são controladas pela Aeronáutica --seriam 22 aeroportos. Para Pereira, com a medida, mais militares seriam liberados para o controle do tráfego aéreo no país.
Sobre a CPI do Apagão Aéreo, o brigadeiro disse, ainda, que a medida é válida, caso exista fato para ser investigado. Caso contrário, afirma, pode causar "tumulto".
Para tentar encontrar soluções e pôr fim à crise aérea, uma reunião ocorre nesta sexta e envolve, além do ministro da Defesa, Waldir Pires, representantes da Infraero e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Crise
Desde o final do ano passado, passageiros enfrentam constantes atrasos e cancelamentos de vôos.
Inicialmente, os problemas foram causados pela operação-padrão dos controladores, que restabeleceram à força parâmetros internacionais de segurança. O Cindacta-1, de Brasília, sofria com a falta de controladores, pois alguns tinham sido afastados pelas investigações sobre a queda do Boeing da Gol, ocorrida em setembro.
Depois, falhas em equipamentos passaram a contribuir para aumentar a espera nos aeroportos.
Desde o começo deste mês, o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), um dos maiores do país, pára sempre que chove forte, pois sua pista auxiliar está fechada para reformas e a principal tem graves problemas de escoamento. Em uma ocasião, um cão atrapalhou as operações ao invadir a pista do aeroporto. No dia seguinte, um novo apagão aéreo afetou outros aeroportos no país.
O último dia 19 foi o dia mais difícil para os passageiros, desde o começo deste mês. Na ocasião, 29% dos vôos atrasaram, ao longo do dia.
Entre os últimos dias 25 e 27, foi a vez do aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos (região metropolitana), ter o funcionamento suspenso. Desta vez, a interrupção ocorreu devido ao não-funcionamento de um equipamento que auxilia as operações quando há baixa visibilidade (ILS). O problema revelou que o equipamento estava fora de operação desde 25 de fevereiro, quando foi atingido por um raio.
Colaboraram PATRÍCIA ZIMMERMANN, da Folha Online, em Brasília, GABRIELA MANZINI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online. Com Folha de S.Paulo, em Brasília
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O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que foram registradas retenções de aeronaves nos aeroportos de Manaus (AM) e de Curitiba (PR) nesta sexta-feira, mesmo dia em que controladores de tráfego aéreo programaram um protesto. Ele não confirmou, no entanto, o motivo das retenções. Há registro de atrasos em outros terminais.
A Aeronáutica, por meio de seu setor de Comunicação Social, nega paralisação ou a chamada operação-padrão --com maior espaçamento das aeronaves-- por parte dos profissionais e afirma que não há registro de problemas na operação do tráfego aéreo no país.
Balanço da Infraero mostra que 144 dos 956 vôos previstos (15,1%) sofreram atrasos de mais de uma hora, da 0h às 14h. Durante toda a quinta, a espera atingiu 11,5% dos 1.896 vôos.
Manifesto
Em manifesto divulgado pelos controladores de tráfego aéreo --e não assinado--, a categoria afirma que, a partir desta sexta, pode fazer um auto-aquartelamento e greve de fome.
O documento foi divulgado no site do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo. Entre as reivindicações estão o início da desmilitarização; o retorno dos representantes de associações e supervisores afastados de suas funções; e a criação de uma gratificação emergencial para os controladores de tráfego aéreo.
O estopim do movimento foi a transferência de um dos líderes nacionais da categoria, o sargento Edleuzo Souza Cavalcanti, do Cindacta-1, em Brasília (DF), para um destacamento em Santa Maria (RS). Cavalcanti afirma que sua transferência é uma retaliação. A Aeronáutica diz foi um "ato administrativo por necessidade de serviço".
Protesto
Para José Ulisses Fontenele, ex-controlador e ex-presidente da associação da categoria, o protesto atinge, nesta sexta, controladores de Brasília, de Manaus, de Salvador e do Rio. Ele diz que o movimento pode prejudicar as operações no fim de semana, principalmente no domingo, devido à falta da troca de turno dos profissionais.
Ainda segundo Fontenele, controladores de tráfego aéreo civis devem se reunir no Rio, na próxima semana, também para avaliar uma greve. Caso a paralisação seja confirmada, atingiria 40% dos profissionais que atuam no Rio.
Proposta
O presidente da Infraero voltou a propor nesta sexta que a estatal assuma aeroportos cujas torres são controladas pela Aeronáutica --seriam 22 aeroportos. Para Pereira, com a medida, mais militares seriam liberados para o controle do tráfego aéreo no país.
Sobre a CPI do Apagão Aéreo, o brigadeiro disse, ainda, que a medida é válida, caso exista fato para ser investigado. Caso contrário, afirma, pode causar "tumulto".
Para tentar encontrar soluções e pôr fim à crise aérea, uma reunião ocorre nesta sexta e envolve, além do ministro da Defesa, Waldir Pires, representantes da Infraero e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Crise
Desde o final do ano passado, passageiros enfrentam constantes atrasos e cancelamentos de vôos.
Inicialmente, os problemas foram causados pela operação-padrão dos controladores, que restabeleceram à força parâmetros internacionais de segurança. O Cindacta-1, de Brasília, sofria com a falta de controladores, pois alguns tinham sido afastados pelas investigações sobre a queda do Boeing da Gol, ocorrida em setembro.
Depois, falhas em equipamentos passaram a contribuir para aumentar a espera nos aeroportos.
Desde o começo deste mês, o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), um dos maiores do país, pára sempre que chove forte, pois sua pista auxiliar está fechada para reformas e a principal tem graves problemas de escoamento. Em uma ocasião, um cão atrapalhou as operações ao invadir a pista do aeroporto. No dia seguinte, um novo apagão aéreo afetou outros aeroportos no país.
O último dia 19 foi o dia mais difícil para os passageiros, desde o começo deste mês. Na ocasião, 29% dos vôos atrasaram, ao longo do dia.
Entre os últimos dias 25 e 27, foi a vez do aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos (região metropolitana), ter o funcionamento suspenso. Desta vez, a interrupção ocorreu devido ao não-funcionamento de um equipamento que auxilia as operações quando há baixa visibilidade (ILS). O problema revelou que o equipamento estava fora de operação desde 25 de fevereiro, quando foi atingido por um raio.
Colaboraram PATRÍCIA ZIMMERMANN, da Folha Online, em Brasília, GABRIELA MANZINI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online. Com Folha de S.Paulo, em Brasília
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