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01/04/2007 - 16h01

Aéreas cobram R$ 100 mi de prejuízo

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JANAINA LAGE
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
da Folha de S.Paulo

As companhias aéreas estimam que o prejuízo com a crise aérea dos últimos seis meses já ultrapassou R$ 100 milhões e cobram do governo indenização. "Essa brincadeira já ficou cara demais. A inércia do governo nesse episódio já ultrapassou o limite", disse o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), José Márcio Monsão Mollo.

Ele diz que, na semana passada, já havia se reunido com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, para definir a metodologia de cálculo que será empregada para o ressarcimento.

O pedido das empresas será submetido à avaliação da diretoria da agência. Não é a primeira vez que as empresas tentam obter compensações frente aos gastos extras provocados pela crise nos aeroportos.

Em novembro, o sindicato já estimava perdas de R$ 40 milhões. As companhias já começam, porém, a dar sinais de que os ânimos estão mais acirrados na relação com o governo.

Os prejuízos, diz o sindicato, incluem apenas os aspectos de fácil contabilização, como os gastos adicionais com querosene, pagamento de horas extras para a tripulação, taxas de permanência nos aeroportos e gastos de hospedagem e alimentação dos passageiros.

Segundo Mollo, somente a TAM acumula gastos de US$ 2 milhões por mês com combustível. O querosene representa em média de 30% a 35% dos custos de uma empresa aérea. Com os problemas de controle, os aviões ficam mais tempo no ar, à espera de permissão para pouso, o que eleva os gastos.

Mollo destaca ainda que o principal prejuízo não pode ser mensurado: os efeitos negativos sobre a imagem das companhias brasileiras de aviação.

Ele diz que trabalhadores passaram a receber agressões. "Os empregados trabalham em situação de permanente tensão, não conseguem obter informações da torre de controle e não conseguem repassar dados para os passageiros". Na noite de sexta-feira, uma funcionária da BRA levou um soco no olho no aeroporto Tom Jobim, no Rio.

Zuanazzi estima que a situação nos aeroportos seja normalizada até hoje em razão do movimento tradicionalmente menor dos aeroportos no fim de semana. Já para o presidente do sindicato das empresas, esse prazo pode chegar a 72 horas.

O presidente da Anac disse que, embora a agência não responda pelo controle do tráfego aéreo, buscou auxiliar na ligação entre prestadores de serviços, usuários e infra-estrutura. Para ele, os efeitos da crise vão depender do cumprimento do acordo entre governo e controladores. "Se o episódio não for resolvido com a negociação, poderemos ter novos problemas."

Na avaliação de Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, os efeitos da crise comprometem o feriado da Semana Santa. "O governo precisa mostrar que existe. Com essa nova crise na véspera de um feriado, as pessoas vão evitar viajar."

Aéreas estrangeiras

As linhas internacionais registram atraso mínimo de 12 horas nas decolagens para os EUA e Europa, segundo a Infraero. O serviço deve começar a se normalizar em 48 horas.

Vôos com destino ao Brasil, previstos para sair na sexta, não decolaram. Em Washington, a United, American e Delta cancelaram vôos de ontem à noite. Insatisfeitas com o caos, as empresas estrangeiras não podem cancelar seus vôos voluntariamente. Por ser serviço de concessão, é preciso seguir determinações das agências reguladoras. Além disso, os trajetos são lucrativos e as rotas protegidas por acordo internacional.

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