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23/04/2007 - 09h06

Mais de 34 mil trabalhadores participam de greve nos transportes

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da Folha Online

Mais de 34 mil motoristas e cobradores de ônibus e metroviários da cidade de São Paulo participaram da paralisação ocorrida no final da madrugada desta segunda-feira, conforme estimativas dos sindicatos que representam ambas categorias. O movimento manteve os ônibus parados até as 6h e atrasou em cerca de duas horas a abertura das estações de metrô que, normalmente, começam a operar às 4h30.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 7h30, a cidade chegou a ter 80 km de congestionamento enquanto a média para o horário era de 46 km. Às 9h, havia 120 km de lentidão --o terceiro maior índice do ano no período da manhã-- para uma média de 105 km.

O atraso dos ônibus deixou pontos e terminais superlotados. De acordo com o sindicato que representa os motoristas e cobradores, em toda a cidade, há 32 mil trabalhadores dos quais 30 mil aderiram à greve --somente os cerca de 2.000 funcionários da viação Santa Brígida não participaram do protesto.
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Passageiros aguardam ônibus no terminal Vila Mariana, que ficou vazio durante a madrugada
Passageiros aguardam ônibus no terminal Vila Mariana, que ficou vazio durante a madrugada


Durante a paralisação, o sistema local de transporte --realizado por vans e microônibus-- continuou operando normalmente. Segundo a SPTrans (empresa que gerencia o transporte coletivo), as vans foram autorizadas a estender seus itinerários até o centro da cidade, para minimizar o transtorno causado pela falta de ônibus.

Entre as 4h e as 6h, somente sete dos 28 terminais de ônibus da cidade ficaram abertos: Pirituba, Lapa, Casa Verde, Vila Nova Cachoeirinha, Jardim Britânia, Princesa Isabel e Amaral Gurgel, ainda segundo a SPTrans.

Entre os metroviários, todos que estavam na escala desta segunda-feira --cerca de 2.500 trabalhadores-- aderiram à greve, também segundo o sindicato da categoria. Há, ao todo, 7.500 metroviários na cidade. O sindicato, porém, estima que cerca de dois terços deles estejam de folga ou ocupem cargos de comando no Metrô.

Conforme o sindicato dos metroviários, o movimento desta segunda-feira, além de atrasar a abertura de algumas estações, também postergou os trabalhos nos pátios de manutenção da empresa. Os pátios deveriam ter sido abertos às 7h, mas só abririam às 9h.
Werther Santana/Folha Imagem
Após paralisação, passageiros encontraram pontos de ônibus lotados em São Paulo
Após paralisação, passageiros encontraram pontos de ônibus lotados em São Paulo


Por volta das 5h, motoristas e cobradores de ônibus e metroviários se reuniram na estação Corinthians-Itaquera da linha 3-vermelha do metrô para realizar um ato de protesto. Não há estimativas do número de pessoas que participaram da manifestação.

Diariamente, o metrô transporta quase 3 milhões de pessoas e os ônibus municipais realizam 4,5 milhões de viagens.

Reivindicação

Os motoristas e cobradores de ônibus e os metroviários afirmam que a greve é um protesto contra a possível derrubada, por parte do Congresso, do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda 3 da Super-Receita, originalmente aprovada pela Casa.

Na última quinta-feira (19), o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região concedeu uma liminar em favor do Metrô que exige a circulação de ao menos 80% dos trens a partir das 4h30 e de 100% nos horários de pico, das 6h às 9h e das 16h às 19h. O cumprimento da decisão será fiscalizado por um oficial de Justiça; a paralisação dos metroviários deve ser punida com uma multa de R$ 100 mil.

Emenda 3

A emenda 3 proíbe que os auditores fiscais multem e tenham poder para desfazer pessoas jurídicas quando entenderem que a relação de prestação de serviços com uma empresa é, na verdade, uma relação trabalhista. Pelo texto aprovado no Congresso Nacional, apenas a Justiça do Trabalho teria esse poder.

Os defensores da emenda dizem que sua intenção é garantir a segurança de contratos livremente negociados entre as partes. Os críticos vêem a possibilidade de fragilizar a fiscalização e favorecer que empregadores contratem sem registros em carteira.

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