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04/05/2007
-
09h08
da Folha Online
O jovem envolvido no assassinato dos namorados Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19, em 2003, foi levado na noite de quinta-feira (3) para a Unidade Experimental de Saúde da Fundação Casa (ex-Febem), na Vila Maria, zona norte de São Paulo. Transferido após decisão judicial, ele é o único ocupante do local, que tem capacidade para 40 internos.
Com as obras concluídas em dezembro do ano passado e custo de aproximadamente R$ 2,5 milhões, a unidade experimental permanecia desocupada. A assessoria de imprensa da fundação afirma que o funcionamento depende de profissionais especializados e, para isso, busca um convênio com o Hospital das Clínicas.
A decisão de transferir o jovem --atualmente com 20 anos-- ocorreu depois que ele fugiu do complexo Vila Maria, na última quarta (2), e foi recapturado horas depois na região metropolitana. Enquanto para o secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, a "melhor solução" seria levar o jovem para tratamento psiquiátrico na Casa de Custódia de Taubaté (130 km a nordeste de São Paulo) --presídio para adultos--, o promotor da Infância e Juventude Wilson Tafner defendeu o encaminhamento do rapaz para a unidade de saúde da Fundação Casa.
O juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, do Departamento de Execuções da Infância e da Juventude do TJ (Tribunal de Justiça), negou o pedido do governo estadual e determinou, ainda, que o jovem seja acompanhado por profissionais do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Psiquiatria Forense da USP (Universidade de São Paulo). Os especialistas terão de fornecer um relatório sobre a saúde mental do jovem a cada 20 dias.
A Secretaria de Justiça --responsável pela Fundação Casa-- anunciou que vai recorrer da decisão.
Em novembro do ano passado, a juíza Alena Cotrim Bizarro, da Vara de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), determinou a interdição do jovem --apontado como o responsável pelas facadas contra Liana. Com a sentença, ele fica considerado incapaz de cuidar de si mesmo depois de atingir a maioridade civil. A magistrada argumentou que "os laudos demonstram que não há condições de garantir a adaptação do rapaz à sociedade, medida que se mostra inviável".
A Folha Online não identifica o jovem envolvido na morte dos namorados em cumprimento ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que impede a divulgação do nome, apelido ou imagens de jovens que cometeram crimes quando tinham menos de 18 anos e estão sob custódia do Estado.
Fuga
Apontado como o mentor do seqüestro e morte do casal, o rapaz conseguiu escapar da fundação pulando um muro. Havia uma escada encostada nas proximidades e nenhum vigia no local. O diretor da unidade e cerca de 20 funcionários --das áreas técnica e de segurança-- foram afastados.
Marrey classificou a fuga como "no mínimo uma incompetência escandalosa" e "no máximo uma facilitação dolosa". Uma sindicância investigará se houve facilitação de fuga.
Crime
Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé foram rendidos em novembro de 2003, enquanto acampavam em Embu-Guaçu (Grande São Paulo). Os estudantes mentiram sobre a viagem para os pais --Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
No dia 2 de novembro, um dia após o casal ser abordado pelos criminosos, Felipe foi assassinado com um tiro na nuca. Ele estava em uma área de mata fechada, com um dos acusados presos --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco--, enquanto Liana estava com o jovem, que na época tinha 16 anos. A menina foi morta pelo adolescente a facadas, no dia 5 do mesmo mês. Outras três pessoas foram presas sob acusação de envolvimento no crime: Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires.
Com CAROLINA FARIAS, da Folha Online, e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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Assassino de Liana é o único ocupante de unidade de saúde da Fundação Casa
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O jovem envolvido no assassinato dos namorados Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19, em 2003, foi levado na noite de quinta-feira (3) para a Unidade Experimental de Saúde da Fundação Casa (ex-Febem), na Vila Maria, zona norte de São Paulo. Transferido após decisão judicial, ele é o único ocupante do local, que tem capacidade para 40 internos.
Com as obras concluídas em dezembro do ano passado e custo de aproximadamente R$ 2,5 milhões, a unidade experimental permanecia desocupada. A assessoria de imprensa da fundação afirma que o funcionamento depende de profissionais especializados e, para isso, busca um convênio com o Hospital das Clínicas.
A decisão de transferir o jovem --atualmente com 20 anos-- ocorreu depois que ele fugiu do complexo Vila Maria, na última quarta (2), e foi recapturado horas depois na região metropolitana. Enquanto para o secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, a "melhor solução" seria levar o jovem para tratamento psiquiátrico na Casa de Custódia de Taubaté (130 km a nordeste de São Paulo) --presídio para adultos--, o promotor da Infância e Juventude Wilson Tafner defendeu o encaminhamento do rapaz para a unidade de saúde da Fundação Casa.
Reprodução |
O casal Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, morto na Grande SP em novembro de 2003 |
O juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, do Departamento de Execuções da Infância e da Juventude do TJ (Tribunal de Justiça), negou o pedido do governo estadual e determinou, ainda, que o jovem seja acompanhado por profissionais do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Psiquiatria Forense da USP (Universidade de São Paulo). Os especialistas terão de fornecer um relatório sobre a saúde mental do jovem a cada 20 dias.
A Secretaria de Justiça --responsável pela Fundação Casa-- anunciou que vai recorrer da decisão.
Em novembro do ano passado, a juíza Alena Cotrim Bizarro, da Vara de Embu-Guaçu (Grande São Paulo), determinou a interdição do jovem --apontado como o responsável pelas facadas contra Liana. Com a sentença, ele fica considerado incapaz de cuidar de si mesmo depois de atingir a maioridade civil. A magistrada argumentou que "os laudos demonstram que não há condições de garantir a adaptação do rapaz à sociedade, medida que se mostra inviável".
A Folha Online não identifica o jovem envolvido na morte dos namorados em cumprimento ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que impede a divulgação do nome, apelido ou imagens de jovens que cometeram crimes quando tinham menos de 18 anos e estão sob custódia do Estado.
Fuga
Apontado como o mentor do seqüestro e morte do casal, o rapaz conseguiu escapar da fundação pulando um muro. Havia uma escada encostada nas proximidades e nenhum vigia no local. O diretor da unidade e cerca de 20 funcionários --das áreas técnica e de segurança-- foram afastados.
20.12.2003/Folha Imagem |
Fachada do complexo Vila Maria da Fundação Casa (ex-Febem), em São Paulo |
Marrey classificou a fuga como "no mínimo uma incompetência escandalosa" e "no máximo uma facilitação dolosa". Uma sindicância investigará se houve facilitação de fuga.
Crime
Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé foram rendidos em novembro de 2003, enquanto acampavam em Embu-Guaçu (Grande São Paulo). Os estudantes mentiram sobre a viagem para os pais --Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.
No dia 2 de novembro, um dia após o casal ser abordado pelos criminosos, Felipe foi assassinado com um tiro na nuca. Ele estava em uma área de mata fechada, com um dos acusados presos --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco--, enquanto Liana estava com o jovem, que na época tinha 16 anos. A menina foi morta pelo adolescente a facadas, no dia 5 do mesmo mês. Outras três pessoas foram presas sob acusação de envolvimento no crime: Antonio Matias de Barros, Antônio Silva e Aguinaldo Pires.
Com CAROLINA FARIAS, da Folha Online, e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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