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14/05/2007 - 17h50

Para Infraero, obras em pista não justificam atrasos

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CLAYTON FREITAS
da Folha Online

O presidente da Infraero --estatal que administra os aeroportos do país--, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou nesta segunda-feira que as obras na pista principal do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) não podem servir de justificativa por parte das empresas aéreas para os atrasos.

Segundo a empresa, das 5h30 às 16h, dos 139 vôos programados, três foram cancelados e 40 sofreram atrasos. "Todas as empresas aéreas sabiam [das obras]", afirmou Pereira.

Ele disse que deverá ler o relatório de cada piloto para saber o que eles mencionaram como dificuldades para pousar na pista auxiliar de Congonhas nesta segunda-feira. A assessoria de imprensa da Gol e da Varig informou que os atrasos foram provocados devido ao mau tempo.

A pista principal do aeroporto foi fechada à 0h para reformas. O contrato emergencial, assinado na última sexta-feira (11), é de R$ 19,9 milhões. Devido às obras, 106 vôos foram suspensos e 51 foram transferidos para o aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (região metropolitana).

As obras serão realizadas em quatro fases: destruição do pavimento existente, reconstrução da pista com reparos geométricos, recapeamento com concreto e "grooving" (ranhuras para dar mais aderência aos pneus dos aviões e facilitar o escoamento da água). O prazo total de execução é de 134 dias, no entanto, em 45 dias ela estará liberada para pousos e decolagens. O trabalho de "grooving" será feito depois.

O objetivo da intervenção é, principalmente, acabar com o acúmulo de água durante as fortes chuvas e o risco de derrapagem das aeronaves na pista, atualmente mal conservada. Desde fevereiro, por determinação da Justiça, a pista principal do terminal era bloqueada para pousos e decolagens sempre que a água acumulada sobre o asfalto ultrapassava 3 mm (um milímetro equivale a um litro de água por um metro quadrado).

Aviões mais leves

A pista auxiliar possui 1.436 metros, 503 metros a menos do que a pista principal --que possui 1.939 metros de extensão. O presidente da Infraero disse que nenhum avião está proibido de pousar na pista auxiliar, apesar dela ser menor do que a principal. No entanto, eles terão de reduzir proporcionalmente seu peso para poder utilizar a pista.

"Para que um avião que faz a ponte aérea Rio-São Paulo, por exemplo, precisa estar com o tanque cheio? Não há restrição para nenhuma aeronave, mas é necessário se adequar ", disse o brigadeiro.

Pereira afirmou que não é possível afirmar com 100% de certeza que as reformas vão impedir acidentes no aeroporto. "Qualquer afirmativa com 100% de certeza que um acidente não ocorrerá não pode ser feita nem por uma autoridade divina", disse.

Ele elencou os episódios de acidentes no aeroporto e lembrou que nos últimos 11 anos, ocorreram três acidentes fatais --incluso na estatística está o acidente com o Fokker 100 da Tam, em 1996-- e cinco derrapagens.

Mudanças

Com as alterações provocadas devido às reformas na pista principal, os chamados slots --vôos e decolagens-- passaram de 48 por hora para 33 por hora. O presidente da Infraero não soube precisar quantos slots serão feitos no aeroporto após a reforma completa das pistas principal e auxiliar, no entanto, informou que deve ser abaixo dos 48 realizados anteriormente.

Pereira apresentou uma estatística que dá conta que entre 2001 e 2006, o número de slots realizados em Congonhas diminuiu 11,5%, passando de 260 mil para 230 mil, enquanto o número de passageiros saltou de 11 milhões para 18,5 milhões de passageiros (68% a mais). Ou seja, a capacidade e taxa de ocupação das aeronaves em funcionamento estão maiores.

Ele voltou a dizer que Congonhas está saturado pois não tem mais locais para acomodar os aviões --os boxes em utilização atualmente são 24-- e o terminal de passageiros possui um limite para o funcionamento.

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