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21/03/2008 - 09h40

Garota torturada em GO diz "esquecer de tudo" quando brinca

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SEBASTIÃO MONTALVÃO
Colaboração para a Agência Folha

A menina vítima de agressões em Goiânia isentou ontem os pais de responsabilidade pelo que sofreu e disse que quer "esquecer de tudo".

A garota deu uma entrevista coletiva por meio de videoconferência ontem na capital de Goiás. O evento foi mediado por um juiz da Infância e Juventude. A menina estava em um abrigo para mulheres vítimas de maus tratos, enquanto os repórteres ficaram no Tribunal de Justiça.

"Quando eu brinco, esqueço de tudo. Não quero ficar lembrando. Não quero mais ficar pensando nisso. Quando falo tudo que passei, eu quero é desabafar pra todo mundo", disse. A menina também falou que nunca pensou em vingança e que não guarda mágoas.

A garota, libertada na segunda-feira, diz que nunca teve como contar sobre o que sofria para a mãe, Joana Darc da Silva. A Polícia Civil cogita indiciar a mãe como cúmplice dos crimes cometidos contra a menina.

"Nunca falei nada para ela [a mãe]. E, toda vez que ela ia me visitar lá no apartamento, antes dela chegar a Sílvia [mulher suspeita de torturas] me mandava pôr um moletom para esconder as marcas. E sempre ficava por perto. Não deixava que eu e minha mãe ficássemos sozinhas para eu contar."

A criança também afirmou na entrevista que o marido da suspeita, Marco Antonio Calabresi Lima, sabia das agressões, o que ele negou em depoimento. "[Ele falou:] Não é certo o que você [Sílvia] fez", contou.

A menina negou que tenha sofrido abuso sexual por membros da família com que vivia. Ela também disse que na primeira noite fora do apartamento sonhou com agressões sofridas na casa da empresária.

Segundo o juiz que mediou a entrevista, Maurício Porfírio, a criança já manifestou a vontade de ficar sob a guarda do pai biológico, que é serralheiro. "Vamos avaliar todas as circunstâncias e a opinião dela é a mais importante", afirma.

O juiz diz que a menina não falará mais com a imprensa. Ele determinou a proibição da entrada de jornalistas no abrigo onde ela permanece.

Na entrevista, a menina contou também que quer retomar os estudos, interrompidos em agosto do ano passado. O objetivo dela é ingressar em um colégio militar. "Isso vai passar. Agora eu quero saber é de estudar e ser feliz", disse.

 

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