Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/11/2002 - 07h58

Acusado de matar casal delatou o irmão na última hora

da Folha de S.Paulo

A estudante Suzane Louise von Richthofen e o namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, tinham resistido à pressão por quase nove horas e estavam prestes a ser liberados pela polícia, na madrugada de sexta, quando Cristian Cravinhos de Paula e Silva, o único que ficaria preso e que estava com medo de assumir sozinho a responsabilidade pelo crime, resolveu delatar o irmão e a estudante.

Cristian contou uma história incompleta para empurrar a culpa para o irmão. Ele disse aos policiais que Daniel e Suzane mataram o casal Richthofen, mas negou sua participação no crime. Ele falou que tinha recebido a visita do irmão na madrugada do assassinato -os dois moram em casas diferentes-, que lhe pediu para guardar os dólares.

Essa versão não convenceu os policiais, mas foi suficiente para desencadear a série de confissões. Suzane, Daniel e Cristian foram colocados estrategicamente em andares diferentes do prédio do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Os interrogatórios eram realizados ao mesmo tempo. A idéia da polícia era que cada um não ouvisse o que o outro dizia.

Apesar da confissão inicial de Cristian, Daniel negou tudo, mas Suzane se surpreendeu com a delação e contou a história completa. Depois Cristian confessou sua participação no crime. Resistente, Daniel foi o último a admitir.

A confissão de Cristian era a última cartada da polícia, que não tinha provas para pedir a prisão temporária de Daniel e de Suzane. Só de Cristian, que tinha comprado uma moto Suzuki 1.100 cilindradas dez horas depois do crime, utilizando US$ 3.600 roubados da casa da família Richthofen.

Quando os namorados estavam prestes a ser liberados, policiais decidiram dizer a Cristian que ele teria a prisão temporária decretada e que corria o risco de assumir sozinho a responsabilidade pelo duplo assassinato. Minutos depois, ele delatou o irmão.

Ferro de estante

Um laudo da perícia confirma que o casal foi morto a golpes de barras de ferro, como descreveu Daniel aos policiais. Ele disse que utilizou ferros de uma estante velha para fazer as armas.

Os canos foram preenchidos com madeira para dar peso e tornar os golpes mais violentos. Com barras ocas, segundo os peritos, o casal demoraria muito mais tempo para ser assassinado.

Segundo comparação feita entre três marcas encontradas na cabeceira da cama -duas mais profundas- e na cabeça de Manfred, ele foi atingido por um cano quadrado, plano, com 50 cm a 80 cm de comprimento.

Já Marísia foi atingida por um objeto diferente. Seu corpo tinha marcas de uma arma que teria uma ponta em 'L', segundo perícia. A arma que a matou não deixou marcas na cama, o que impossibilita maior precisão nas características desse objeto.

Leia mais:
  • Acusados da morte de casal devem se encontrar para reconstituição

  • Filha de casal morto teria ajudado a limpar o quarto após crime

  • Amigo da família diz que irmão perdoou Suzane por morte dos pais

  • Pai de acusados vai à missa de casal assassinado

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página