19/11/2002 - 20h09

PM vai reforçar segurança na 25 de Março nesta quarta-feira

SILVIO NAVARRO
LÍVIA MARRA
da Folha Online

Após o confronto ocorrido nesta terça-feira entre ambulantes e fiscais da prefeitura, a "Operação Natal", realizada na região da rua 25 de Março, centro de São Paulo, vai contar com reforço da Polícia Militar. A decisão, anunciada no início da noite, passa a valer a partir desta quarta.

Até então, somente guardas civis apoiavam os fiscais da prefeitura e acionavam a Polícia Militar em caso de tumulto.

O confronto desta terça deixou ao menos três feridos. Parte do comércio fechou as portas por aproximadamente quatro horas. Seis pessoas foram encaminhadas para o 1º Distrito Policial.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, a operação, iniciada na sexta-feira (15), vai prosseguir até o final do ano com reforço do policiamento. No entanto, informações do 7º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela área, apontam que o número do efetivo disponibilizado ainda não está definido.

A reportagem apurou que o policiamento amanhã deverá ser reforçado por equipes da cavalaria, da Polícia Militar. Guardas civis deverão usar capacetes e escudos para formar uma linha de proteção aos fiscais.

Participam diariamente da operação -das 7h às 17h- 150 guardas civis, 150 técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e cerca de 100 agentes vistores da Subprefeitura da Sé. Aproximadamente 60 policiais militares estiveram hoje na região.

Dos cerca de 800 ambulantes que trabalham na região da 25 de Março, somente 160 deles têm o TPU (Termo de Permissão de Uso).

Segundo a GCM, foi o dia mais tenso da operação, que tem como objetivo evitar que ambulantes irregulares montem suas barracas e obstruam vias.

Confusão
O tumulto começou por volta das 11h30, quando os ambulantes promoveram um "apitaço". Com medo, os comerciantes fecharam as portas.

Revoltados, os ambulantes resistiram à apreensão de suas barracas e mercadorias e tentaram incendiar um carro da fiscalização. A Polícia Militar foi acionada.

No início da tarde, camelôs da região entraram em confronto com policiais militares, guardas municipais e fiscais da prefeitura.

Policiais militares foram recebidos a pedradas e revidaram com bombas de gás lacrimogêneo. O Corpo de Bombeiros atirou jatos d'água para dispersar os cerca de 800 manifestantes, segundo a guarda.

Na confusão, o fiscal João Barsosa, da Subprefeitura da Sé, levou uma paulada na nuca de um ambulante. Um ambulante, um fiscal e pelo menos um PM ficaram feridos.

O oficial de gabinete da Subprefeitura da Sé, Márcio Dellabella, afirmou que o objetivo da blitz é "organizar" a situação dos camelôs na região.

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