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27/11/2002
-
10h30
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, deve ser ouvido hoje no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), zona norte de São Paulo, sobre seu envolvimento com a facção criminosa PCC.
Segundo a polícia, Andinho "financiava" a chefia da facção e era chamado de "primo" pelos líderes do PCC.
Considerado ex-líder da facção, José Márcio Felício, o Geleião, está jurado de morte por outros integrantes por ter delatado operações e indicado novos líderes da quadrilha.
Geleião teria dito em uma conversa no CRP (Centro de Reabilitação Prisional) de Presidente Bernardes (589 km de SP) que Andinho mandou matar o prefeito de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em setembro do ano passado. O sequestrador, que foi denunciado pelo crime, nega ter participado do homicídio.
Em troca das informações dadas à polícia, Geleião estaria pedindo proteção e de redução de pena para ele e sua mulher, Petronilha Maria de Carvalho Felício, presa sob acusação de de envolvimento com atentados praticados pela facção.
De acordo com o Deic, que afirma ter aplicado novo golpe contra o PCC, Geleião e César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, deixam a cúpula da facção.
Em maio, a Polícia Civil e o Ministério Público realizaram uma megaoperação contra a facção. A operação "estourou" centrais telefônicas clandestinas e prendeu acusados de envolvimento com o PCC. Na ocasião, os principais líderes da quadrilha foram isolados. Foram transferidos para o presídio de Presidente Bernardes, que conta com bloqueador de celular.
Tráfico
O grupo de Geleião movimentava cerca de R$ 700 mil por mês com tráfico de drogas na região de Ribeirão Preto e na Baixada Santista. A estimativa foi feita pelo próprio preso em depoimento ao Deic e ao Ministério Público.
A droga vendida por seu grupo vinha da Bolívia e era dividida entre Ribeirão Preto -área de Geleião- e Baixada Santista, controlada por César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, e Sandro Aparecido Silva Santos, o Gulu.
Segundo Geleião, os pontos de distribuição desse esquema vendiam, a cada 15 dias, 30 kg de cocaína e 500 kg de maconha. O faturamento chegava a R$ 350 mil. Os três ex-sócios estão isolados desde maio no regime disciplinar diferenciado do CRP (Centro de Reabilitação Prisional) de Presidente Bernardes (589 km de SP).
Até ontem, o depoimento de Geleião havia levado dois à prisão -o advogado Abraão Samuel e Luis Carlos Galego, que seria o responsável por montar carros com explosivos para atentados. O advogado, segundo o depoimento, estaria envolvido em esquema de troca de carros importados do Brasil por drogas no Paraguai.
As informações ainda fizeram com que a polícia isolasse 16 presos acusados de integrar o novo comando do PCC. Eles serão indiciados por formação de quadrilha e incluídos em presídios especiais.
A partir do que foi divulgado até agora, a Folha reconstituiu a nova hierarquia de liderança da organização. O Deic prometeu divulgar hoje um balanço das operações e um novo organograma. Segundo o Ministério Público, houve uma troca de 90% dos líderes em relação ao organograma montado em maio.
A novidade mais importante é a saída de Geleião e Cesinha da cúpula, com a ascensão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais dois presos, Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e José Eduardo Moura da Silva, o Bandejão.
Leia mais:
Grupo de Geleião movimentava R$ 700 mil por mês com tráfico em SP
Deic deve apresentar integrantes do PCC em coletiva amanhã
Chamado de "primo" pelo PCC, Andinho será ouvido hoje em SP
LÍVIA MARRAda Folha Online
da Folha de S.Paulo
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, deve ser ouvido hoje no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), zona norte de São Paulo, sobre seu envolvimento com a facção criminosa PCC.
Segundo a polícia, Andinho "financiava" a chefia da facção e era chamado de "primo" pelos líderes do PCC.
Considerado ex-líder da facção, José Márcio Felício, o Geleião, está jurado de morte por outros integrantes por ter delatado operações e indicado novos líderes da quadrilha.
Geleião teria dito em uma conversa no CRP (Centro de Reabilitação Prisional) de Presidente Bernardes (589 km de SP) que Andinho mandou matar o prefeito de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em setembro do ano passado. O sequestrador, que foi denunciado pelo crime, nega ter participado do homicídio.
Em troca das informações dadas à polícia, Geleião estaria pedindo proteção e de redução de pena para ele e sua mulher, Petronilha Maria de Carvalho Felício, presa sob acusação de de envolvimento com atentados praticados pela facção.
De acordo com o Deic, que afirma ter aplicado novo golpe contra o PCC, Geleião e César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, deixam a cúpula da facção.
Em maio, a Polícia Civil e o Ministério Público realizaram uma megaoperação contra a facção. A operação "estourou" centrais telefônicas clandestinas e prendeu acusados de envolvimento com o PCC. Na ocasião, os principais líderes da quadrilha foram isolados. Foram transferidos para o presídio de Presidente Bernardes, que conta com bloqueador de celular.
Tráfico
O grupo de Geleião movimentava cerca de R$ 700 mil por mês com tráfico de drogas na região de Ribeirão Preto e na Baixada Santista. A estimativa foi feita pelo próprio preso em depoimento ao Deic e ao Ministério Público.
A droga vendida por seu grupo vinha da Bolívia e era dividida entre Ribeirão Preto -área de Geleião- e Baixada Santista, controlada por César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, e Sandro Aparecido Silva Santos, o Gulu.
Segundo Geleião, os pontos de distribuição desse esquema vendiam, a cada 15 dias, 30 kg de cocaína e 500 kg de maconha. O faturamento chegava a R$ 350 mil. Os três ex-sócios estão isolados desde maio no regime disciplinar diferenciado do CRP (Centro de Reabilitação Prisional) de Presidente Bernardes (589 km de SP).
Até ontem, o depoimento de Geleião havia levado dois à prisão -o advogado Abraão Samuel e Luis Carlos Galego, que seria o responsável por montar carros com explosivos para atentados. O advogado, segundo o depoimento, estaria envolvido em esquema de troca de carros importados do Brasil por drogas no Paraguai.
As informações ainda fizeram com que a polícia isolasse 16 presos acusados de integrar o novo comando do PCC. Eles serão indiciados por formação de quadrilha e incluídos em presídios especiais.
A partir do que foi divulgado até agora, a Folha reconstituiu a nova hierarquia de liderança da organização. O Deic prometeu divulgar hoje um balanço das operações e um novo organograma. Segundo o Ministério Público, houve uma troca de 90% dos líderes em relação ao organograma montado em maio.
A novidade mais importante é a saída de Geleião e Cesinha da cúpula, com a ascensão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais dois presos, Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e José Eduardo Moura da Silva, o Bandejão.
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