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15/12/2002 - 14h51

STJ vai investigar suposto elo de um de seus ministros com tráfico

da Folha de S.Paulo
da Folha Online

Pela primeira vez na história, o Superior Tribunal de Justiça vai investigar denúncias de suposto envolvimento de um de seus ministros com o crime organizado. O ministro Vicente Leal será alvo de investigação por suposto envolvimento com a quadrilha do ex-garimpeiro Leonardo Dias Mendonça, um dos principais "barões" _senão o principal_ do narcotráfico do país.

Após reunião na manhã deste domingo, que durou três horas, 21 ministros do STJ decidiram instaurar procedimento administrativo "para apurar fatos noticiados, nos últimos dias, pelos meios de comunicação".

Na próxima semana será nomeado um ministro relator para o caso, e o resultado de seu trabalho será encaminhado ao Conselho de Administração do STJ, formado por 15 ministros.

O caso
Na semana passada, a PF prendeu 24 pessoas por suposta ligação com a quadrilha de Mendonça, numa megaoperação batizada de "Diamante", realizada simultaneamente em nove Estados. A operação ocorre em sigilo há pelo menos três anos e envolveu um número não divulgado de policiais.

O esquema tem proporções tão grandes que a polícia avalia que terá de abrir cem inquéritos paralelos ao que levou à prisão do grupo para investigar a movimentação financeira da "família" montada por Leonardo Dias Mendonça ao longo dos últimos cinco anos.

Esse é o número aproximado de "laranjas" que a quadrilha utilizou para lavar dinheiro e pagar contas das operações.

Um desses depósitos chegou a US$ 180 mil dólares, cerca de R$ 670 mil, creditados por um doleiro para o também traficante Emival Borges das Dores, preso na Operação Diamante.

Borges das Dores e Mendonça estão na lista dos traficantes mais procurados pelo governo americano.

O poder financeiro de Mendonça teria feito crescer sua influência sobre políticos e magistrados. Gravações telefônicas feitas pela PF devem levar o Supremo Tribunal Federal a investigar dois desembargadores do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região e o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suposto envolvimento com esquema de venda de habeas corpus para narcotraficantes

  • Com Agência Brasil

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