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17/03/2003 - 21h30

Viúva de juiz assassinado diz que, se preciso, morrerá como ele

da Folha Online

A juíza Cristina Escher, viúva do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, 47, assassinado na última sexta-feira em Presidente Prudente (565 km a oeste de SP), disse nesta segunda em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, que, se for preciso, morrerá como seu marido no cumprimento de seu dever. Ela afirma que não vai se intimidar.

"Quando eu escolhi essa profissão [juíza], eu escolhi ser honesta e zelar pela honestidade e segurança das pessoas que eu puder, e se eu tiver que morrer como o meu amor, eu vou morrer. Eu não vou baixar minha cabeça. Eu não vou me intimidar. Eu não tenho medo."

Emocionada, ela disse que foi nesta segunda-feira ao local onde seu marido foi assassinado. "Hoje de manhã me deu desespero. Eu acordei peguei o carro e fui até o local e fiquei lá, sentindo o lugar onde tiraram a vida dele e fiquei lá chorando", disse.

A juíza disse que "conversa" muito com seu marido e que pede forças. "Eu falo com ele: amor você era tão forte, me dá força para continuar."

Ela disse esperar que a morte de Dias não tenha sido em vão.

"Espero que não seja em vão a morte deste homem que era tão importante. Ele falava pra mim: vou fazer muito mais por todos nós, pra nossa sociedade. Ele fez, infelizmente, com a vida dele (...) eu só tinha visto isso na Itália, uma ação dessas contra o Estado, porque foi contra o Estado. Foi contra o meu amor, meu companheiro, mas contra o Estado também. Isto gera uma insegurança porque eu sou juíza também (...) nós não podemos perder a coragem e esse cargo me dá isso."

Crime

Dias era responsável por presos da região, entre eles os da penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, onde estão integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado ao CV (Comando Vermelho).

Ele foi assassinado por volta das 18h30 da última sexta-feira, logo depois de deixar o fórum de Presidente Prudente.

Há suspeitas de envolvimento de facções criminosas no crime. Um Fiat Uno utilizado no crime foi roubado em São Paulo há cerca de 40 dias.


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