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17/03/2003 - 23h09

Presidente do TJ se reúne com magistrados em Presidente Prudente

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Magistrados da região de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo) devem discutir nesta terça-feira as medidas de segurança adotadas após o assassinato do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, ocorrido na última sexta-feira. O presidente do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, Sergio Augusto Nigro Conceição, e o corregedor-geral da Justiça, Luiz Elias Tâmbara, participarão da reunião.

Representantes do TJ estiveram nesta segunda-feira na Secretaria da Segurança Pública para tratar das medidas.

Haverá uma mudança na estratégia de segurança de juízes e prédios do Judiciário, de acordo com a secretaria. Atualmente, 785 policiais militares fazem o trabalho de segurança. O efetivo terá um acréscimo, mas o número não foi divulgado.

Dias era responsável por conceder ou negar benefícios a presos da região. Ficavam sob sua responsabilidade, entre outros, integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ligado ao CV (Comando Vermelho), presos em Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo).

Promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) seguiram nesta segunda-feira para Presidente Bernardes e conversaram com alguns dos presos, que negaram envolvimento no crime.

Há suspeitas de que o crime tenha sido planejado pelo PCC. A participação de envolvimento do CV no crime foi cogitada. Segundo a polícia, porém, o carro usado pelos criminosos para assassinar o juiz foi roubado em São Paulo há cerca de 40 dias, antes da transferência de Beira-Mar do Rio para São Paulo.

O juiz Antonio José Machado Dias, 47, foi assassinado por volta das 18h30 da última sexta-feira, logo após deixar o fórum de Presidente Prudente.

Seu Vectra foi fechado por um Uno, ocupado por dois homens. Os criminosos dispararam quatro tiros. Dias morreu na hora.

A dupla teria sido vista rondando o fórum nos últimos dias. Uma carta anônima com ameaças, feitas no final do ano passado, foi localizada pela polícia no gabinete do juiz.

Segurança

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira que o assassinato do juiz-corregedor foi um crime de "confrontação contra a polícia e o Poder Judiciário".

A afirmação foi feita durante palestra sobre drogas nas escolas, realizada pela UniFMU e pelo Instituto Metropolitano de Altos Estudos (Imae).

O ministro disse que passou a receber proteção da Polícia Federal após o assassinato de Dias.

"Eu nunca pensei que isso fosse acontecer na minha vida. Eu sempre vivi, como advogado, andando livremente em São Paulo e pelo Brasil, mas agora eu e a minha família toda estamos sob proteção da Polícia Federal", afirmou.

O Tribunal de Justiça definiu medidas para reforçar a segurança dos juízes. Entre elas, a não publicação do nome do juiz responsável por determinada decisão de execução criminal e o reforço no policiamento de fóruns.


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