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28/03/2003 - 20h23

Beira-Mar diz que é tratado como bode expiatório, afirma advogada

da Agência Folha, em Maceió

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, disse nesta sexta-feira, por meio de sua advogada, Cecília Machado, que está sendo tratado pela imprensa como bode expiatório.

"Ele [Beira-Mar] mandou dizer que a governadora [do RJ] Rosinha Matheus está enganada quando coloca nas costas dele toda a responsabilidade pelos crimes no Estado. Ele está preso, e a violência continua", afirmou Cecília.

A advogada conseguiu, à tarde, falar durante 50 minutos com seu cliente. Pela manhã, ela foi recebida pelo superintendente da PF José Paulo Rubim Rodrigues, que havia declarado não ter ordem para permitir o encontro.

"Ele [o traficante] está sem cavanhaque, mais magro e abatido, com saudades da família. Está se sentido um joguete nas mãos das autoridades", disse a advogada.

Segundo ela, Beira-Mar considerou "um absurdo" os assassinatos dos juízes Antonio José Machado Dias e Alexandre Martins de Castro Filho.

Ela reclamou que os advogados de Beira-Mar não foram informados sobre a transferência do traficante de Presidente Bernardes (SP) para Maceió. "Pelo menos um advogado deveria ser comunicado para saber onde iriam levá-lo", afirmou.

A advogada disse que pretende saber também da Polícia Federal qual será a rotina do preso e os procedimentos que serão adotados na carceragem durante a permanência dele no local.

Ela disse que a defesa vai tentar levá-lo de volta ao Rio de Janeiro, "onde houve o crime, onde ele tem família e deve cumprir a pena". "O Estado que tem que arcar [com a custódia] é o Rio de Janeiro."

Cecília declarou também estar preocupada com a segurança de Beira-Mar na cela. "Disseram que aqui é seguro, então estou mais tranquila."

Sobre a aprovação pelo Congresso de texto que permite a revista dos advogados nos presídios, a defensora do traficante afirmou que "isso [a revista] sempre ocorreu com ela".

"Não é verdade que os advogados não queiram passar por revista", declarou. "Em qualquer lugar que você vá, na Polícia Federal de Brasília, em Bangu, em Presidente Bernardes, passamos por detectores de metal."

"Eu, inclusive, passei por detectores de metais duas vezes em Presidente Bernardes. Em Bangu, passava por dois também e, depois, por revista corporal. Nunca vi o Fernando pessoalmente, só por meio de vidros e interfones. Então, não tem novidade essa lei aprovada", disse Cecília.


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