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31/03/2003 - 21h42

Sete municípios do Rio serão afetados por vazamento químico

PEDRO SOARES
SABRINA PETRY
da Folha de S.Paulo, no Rio

A governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PSB), afirmou nesta segunda-feira que sete municípios do Estado do Rio serão atingidos pelo vazamento de produtos químicos da empresa Matarazzo Papel e Celulose em Cataguazes, Minas Gerais.

Até o início da tarde, Santo Antônio de Pádua já havia sido afetado. Campos, Cambuci, Miracema, São João da Barra, São Fidélis e Aperibé seriam atingidos pelo vazamento que contaminou as águas do rio Paraíba que banham todas essas cidades do norte e noroeste fluminense.

Segundo Rosinha, uma barragem de contenção dos produtos químicos se rompeu e eles chegaram às águas do rio Pomba e depois do rio Muriaé, ambos em Minas. Os dois desembocam no rio Paraíba do Sul, que atravessa o Estado do Rio.

De acordo com a governadora, foram derramados 1,6 bilhão de litros de substâncias químicas altamente tóxicas como soda cáustica, chumbo, enxofre, lignina, hipoclorito de cálcio, sulfeto de sódio e antraquinona, entre outros metais, utilizadas na fabricação de papel. ''É um desastre ecológico imenso'', afirmou a governadora.

Em Santo Antônio de Pádua, município com cerca de 50 mil habitantes, a prefeitura decretou estado de emergência, suspendeu as aulas nas escolas e estabeleceu ponto facultativo nas repartições públicas. A cidade está sem abastecimento de água desde sábado, quando a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto) suspendeu a distribuição, feita a partir da captação no rio Pomba.

No município, já foi registrada a mortandade de animais, entre peixes, gado, capivaras e cães, que consumiram a água contaminada. Segundo a chefe de gabinete da prefeitura, Solange Andrade, a água do rio, normalmente transparente, está com cor de café.

Nos municípios de Aperibé e Miracema, que também usam a água do rio Pomba, o abastecimento está suspenso desde sábado. As três cidades estão sendo abastecidas por caminhões-pipa da Cedae e pela água dos moradores que possuem poços artesianos.

Em Campos, apesar de a concessionária Águas do Paraíba garantir que a distribuição não será suspensa, a prefeitura está orientando seus 400 mil moradores a não consumirem a água canalizada.

Segundo o coordenador de comunicação social da concessionária, Adelfran Lacerda, o vazamento foi a 200 km de Campos e, quando chegar à cidade, as substâncias químicas já terão se diluído por causa da grande vazão de água do rio Paraíba.

O superintendente do Ibama, Carlos Henrique Abreu, discorda. "Essa água não deve ser ingerida de maneira alguma. Nós ainda estamos esperando o resultado da análise das amostras colhidas, mas é um risco muito grande entrar em contato com a água contaminada."

A análise está sendo feita por técnicos da Feema (Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente). Até o fechamento desta edição, seu resultado ainda não havia sido divulgado.

O secretário da Defesa Civil, coronel Carlos Alberto Carvalho, e o secretário de Meio Ambiente e vice-governador, Luiz Paulo Conde, passaram o dia percorrendo a região afetada. O governo também solicitou à Petrobras barreiras de contenção para serem colocadas no leito do rio.

Segundo a Defesa Civil, a água contaminada pode provocar náuseas, vômitos, anemia e perda da consciência.



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