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04/11/2003 - 22h08

Visitas de presos podem ter articulado atentados, diz secretário

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da Folha Online

Os atentados ocorridos contra as polícias Civil, Militar e a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo podem ter sido articulados durante o horário de visita de presos. Os ataques resultaram na morte de dois policiais e deixaram nove feridos --seis PMs e três guardas-- desde o último domingo.

A principal linha de investigação envolve uma lista de reivindicações entregue pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) à direção do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP), unidade em que estão os principais líderes da facção. As exigências modificam o funcionamento do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e ampliam a variedade de itens de limpeza, de higiene e, principalmente, de alimentos que os presos podem receber dos familiares.

"Se saiu da penitenciária de Presidente Bernardes, pode ser por meio de familiares, cartas ou advogados", afirmou o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.

Apesar de descartar que as ações tenham sido articuladas por meio de celular, o secretário disse que pode ter havido algum problema no sistema atual de bloqueio de celulares, em função da frequência nova na Penitenciária de Iaras, mas que a suposta falha já está sendo resolvida.

De acordo com o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), quatro acusados de envolvimento nos ataques foram identificados. Seus nomes não foram divulgados. Seriam dois detentos --que teriam ordenado as ações-- e outras duas pessoas --acusadas de executar os crimes.

Denúncias

O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, voltou a dizer que a polícia tinha informações sobre atentados, mas afirmou que "as notícias não vêm tecnicamente formatadas".

Segundo ele, são 123 mil presos recebendo visitas em todo o sistema. "Imagine o volume de informações que nos chegam", disse.

O secretário afirmou que o telefone 190 da Polícia Militar recebe cerca de 150 mil ligações telefônicas diariamente.

Ataques

Os ataques começaram às 2h40 do último domingo, com disparos contra uma base móvel da PM na rua Paim, na Bela Vista, centro de São Paulo. Dois soldados ficaram feridos.

Foram registradas ações em Santo André, em Perus (zona norte), onde o sargento da PM morreu e um soldado ficou ferido, e em Sapopemba (zona leste), onde dois guardas civis foram atingidos. No mesmo local, um sargento foi baleado de raspão na cabeça.

Também aconteceram ataques em Jardim Miriam (zona sul), Itaim Paulista e Cidade Tiradentes (zona leste), Santos e Guarujá (litoral), onde um policial foi atingido por tiros.

Ontem pela manhã uma granada foi encontrada sob um carro estacionado no pátio do 43º DP (Cidade Ademar), zona sul.

Na noite de ontem, novos ataques ocorreram, envolvendo também delegacias. A fachada do 47º DP, no Capão Redondo, zona sul, foi atingida por vários disparos de metralhadora feitos por um grupo de quatro homens que estavam em um Santana vinho. O carro foi encontrado no município de Embu, na Grande São Paulo. Ninguém foi preso.

Um carro do 68º DP (Jardim Lajeado), na zona leste, foi atingido por uma bomba. O veículo estava estacionado na garagem da casa de um investigador. Ninguém ficou ferido.

Também no Capão Redondo, um carro da Polícia Militar foi cercado e atacado por um grupo armado quando realizava uma ronda escolar na estrada de Itapecerica da Serra. Um PM ficou ferido no braço.

Um carro do DIG (Departamento de Investigações Gerais) foi metralhado quando se aproximava da favela Morro do Índio, em Santos. No Jardim São Marcos, em Embu, na Grande São Paulo, um guarda foi baleado no pé, após o carro onde estava ter sido atacado a tiros por três homens.

No Grajaú, cinco homens atacaram a base da GCM na rua São Caetano. De acordo com o Comando Sul da guarda, houve troca de tiros e um dos suspeitos, identificado como Leandro Machado, 23, foi baleado e morreu no hospital. No Jabaquara, uma base da guarda também foi atingida por tiros.

Com Folha de S.Paulo e governo do Estado

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