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05/11/2003 - 10h01

Mesmo com reforço, PM é alvo de novos ataques em São Paulo

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da Folha Online

O reforço no policiamento de rua e em delegacias não impediu que novos atentados ocorressem em São Paulo entre o final da noite de ontem e início desta madrugada. Duas bases da PM na capital --uma na zona leste e outra na zona norte-- foram atingidas por tiros. Um policial ficou ferido. Uma granada foi lançada contra uma base no Guarujá, litoral. O artefato não chegou a explodir.

No final da noite de ontem, uma base da 2ª Cia do 2º Batalhão da PM localizada em São Miguel Paulista, na zona leste, foi atacada a tiros por dois homens que fugiram em uma moto. Ninguém ficou ferido.

Na mesma região, um policial do 23º Batalhão foi baleado quando, uniformizado, esperava por um ônibus. Segundo a PM, Miguel Constantino da Silva, 37, estava em um ponto de ônibus na avenida Kumaki Aoki quando dois homens em uma moto realizaram os disparos.

O soldado foi baleado na região da virilha e na mão. Uma outra pessoa que estava próxima foi atingida de raspão. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Tide Setúbal.

Na zona norte, uma base da 4ª Cia do 5º Batalhão, na região do Jaçanã, foi atacada no início da madrugada por homens armados que estavam em um Monza e em uma Parati. Eles dispararam diversas vezes contra a fachada da base. Nenhum policial foi ferido.

No Guarujá, uma granada foi lançada contra uma base da 2ª Cia do 22º Batalhão da região, mas não houve explosão.

R. Ventura/Folha Imagem
Computador com sangue em base onde PM morreu
A polícia realiza, desde a noite da última terça-feira, blitze nas principais vias da cidade, além de reforçar a equipe de plantonistas nas delegacias.

PCC

Os ataques, que ocorrem desde domingo, deixaram dois policiais militares mortos e dez pessoas feridas --sete PMs e três guardas-civis.

Foram tiros disparados contra bases comunitárias da GCM (Guarda Civil Metropolitana de São Paulo), postos policiais, carros e delegacias. Também foram lançadas granadas. Pelo menos 20 ações contra a polícia e a guarda foram contabilizadas desde domingo.

A ações criminosas foram atribuídas à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), os mandantes dos ataques foram identificados --seriam presos que protestam contra o regime disciplinar--, mas os executores das ações ainda não foram detidos.

A principal linha de investigação envolve uma lista de reivindicações entregue pelo PCC à direção do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP), unidade em que estão os principais líderes da facção. As exigências modificam o funcionamento do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), no qual os presos ficam em celas isoladas, não têm direito a visitas íntimas e podem tomar sol apenas uma hora por dia. Os líderes do PCC presos fizeram uma lista de pedidos à direção da unidade. Eles querem desde a ampliação da variedade de itens de limpeza e higiene até alimentos levados por familiares.

Presídios

A Polícia Militar realizou ontem uma revista em 14 presídios de São Paulo e apreendeu celulares e drogas.

De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, foram localizados 123 celulares, cinco estiletes, além de várias porções de maconha, cocaína e crack.

Foram alvo das revistas as penitenciárias de Avaré 1, Iperó, Iaras, Tremembé 1 e Araraquara, no interior; CDP 1 (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos, CDP 2 de Osasco, CDP de Santo André e a penitenciária 2 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo; CDP de Parelheiros, CDPs 1 e 2 de Belém, CDP Independência, na capital, e CDP de São Vicente, no litoral.

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