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06/11/2003
-
21h31
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
Policiais militares da Baixada Santista se sentem "vulneráveis", estão trabalhando em estado de "atenção máxima" e vivem em permanente "apreensão" com a possibilidade de, a qualquer momento, se converterem em alvo de atentado.
A avaliação é do cabo Dimas Leite da Silva, presidente da seção regional de Santos da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que representa policiais de nove cidades do litoral, entre Bertioga e Peruíbe.
Desde domingo, quando se iniciou a onda de ataques às polícias Civil e Militar, seis casos tiveram como palco os municípios de São Vicente, Guarujá (dois), Praia Grande (dois) e Santos. Como saldo, um soldado da PM foi morto a tiros, outro, ferido, sobreviveu e carros e unidades policiais ficaram crivados de balas ou foram alvos de bombas.
Silva afirmou que os policiais têm evitado fazer abordagens sozinhos, como forma de se precaver, e muitos mantêm a mão sobre a arma até mesmo quando são solicitados para prestar uma informação.
Para ele, mesmo sem farda, o PM não está livre do risco de sofrer um atentado, a exemplo do que ocorreu com o soldado Evandro Mendes de Oliveira, 34, que, embora à paisana, foi assassinado na noite de ontem em Praia Grande com nove tiros.
"Hoje, devido ao policiamento comunitário, o policial é um homem público, com ou sem farda, e está vulnerável. É a ousadia dos vagabundos que está levando a tudo isso", afirmou.
Silva aponta a Baixada Santista como particularmente sensível em termos de segurança porque a segunda pista da rodovia dos Imigrantes, inaugurada no ano passado, facilitou o acesso de criminosos da Grande São Paulo à região.
"Devido à nova Imigrantes, em meia hora você está na Baixada. Com carro roubado, o sujeito não vai se preocupar com radar ou multa. Aí, comete o crime e, em 20 minutos, está de volta", disse.
O comandante da Polícia Militar na região, coronel Marco Antonio Moysés, afirmou que medidas preventivas estão sendo adotadas pela corporação, como a instalação de obstáculos para obrigar veículos a reduzir a velocidade diante das unidades e o reforço do armamento dos sentinelas.
Moysés disse que autorizou os comandantes dos batalhões da região a alterar os horários de trabalho dos policiais ou suspender folgas com o objetivo de garantir a segurança interna das unidades.
"Na ilegalidade, eles [os criminosos] podem tudo porque não obedecem à lei. Então, isso exige trabalhar muito com o serviço de inteligência, para darmos a volta em cima deles", declarou.
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da Agência Folha, em Santos
Policiais militares da Baixada Santista se sentem "vulneráveis", estão trabalhando em estado de "atenção máxima" e vivem em permanente "apreensão" com a possibilidade de, a qualquer momento, se converterem em alvo de atentado.
A avaliação é do cabo Dimas Leite da Silva, presidente da seção regional de Santos da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que representa policiais de nove cidades do litoral, entre Bertioga e Peruíbe.
Desde domingo, quando se iniciou a onda de ataques às polícias Civil e Militar, seis casos tiveram como palco os municípios de São Vicente, Guarujá (dois), Praia Grande (dois) e Santos. Como saldo, um soldado da PM foi morto a tiros, outro, ferido, sobreviveu e carros e unidades policiais ficaram crivados de balas ou foram alvos de bombas.
Silva afirmou que os policiais têm evitado fazer abordagens sozinhos, como forma de se precaver, e muitos mantêm a mão sobre a arma até mesmo quando são solicitados para prestar uma informação.
Para ele, mesmo sem farda, o PM não está livre do risco de sofrer um atentado, a exemplo do que ocorreu com o soldado Evandro Mendes de Oliveira, 34, que, embora à paisana, foi assassinado na noite de ontem em Praia Grande com nove tiros.
"Hoje, devido ao policiamento comunitário, o policial é um homem público, com ou sem farda, e está vulnerável. É a ousadia dos vagabundos que está levando a tudo isso", afirmou.
Silva aponta a Baixada Santista como particularmente sensível em termos de segurança porque a segunda pista da rodovia dos Imigrantes, inaugurada no ano passado, facilitou o acesso de criminosos da Grande São Paulo à região.
"Devido à nova Imigrantes, em meia hora você está na Baixada. Com carro roubado, o sujeito não vai se preocupar com radar ou multa. Aí, comete o crime e, em 20 minutos, está de volta", disse.
O comandante da Polícia Militar na região, coronel Marco Antonio Moysés, afirmou que medidas preventivas estão sendo adotadas pela corporação, como a instalação de obstáculos para obrigar veículos a reduzir a velocidade diante das unidades e o reforço do armamento dos sentinelas.
Moysés disse que autorizou os comandantes dos batalhões da região a alterar os horários de trabalho dos policiais ou suspender folgas com o objetivo de garantir a segurança interna das unidades.
"Na ilegalidade, eles [os criminosos] podem tudo porque não obedecem à lei. Então, isso exige trabalhar muito com o serviço de inteligência, para darmos a volta em cima deles", declarou.
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