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01/03/2004
-
03h44
da Folha de S.Paulo
As mortes de animais por envenenamento no Zoológico de São Paulo já tiveram a sua primeira conseqüência negativa para a instituição. No mês passado, o movimento de visitantes, 36,7 mil no total, foi 29,4% menor do que em fevereiro de 2003, quando 52 mil pessoas estiveram no zôo.
A queda foi registrada exatamente no mês em que o parque começou a divulgar as baixas no seu acervo e elas viraram caso de polícia. Até ontem, 61 bichos que estavam sob cuidados do zoológico --incluindo animais ameaçados de extinção como micos-leões dourados, um orangotango, um elefante e um bisão europeu, além de 42 porcos-espinhos-- haviam morrido vítimas de envenenamento por monofluoracetato de sódio, substância ativa do raticida conhecido como Mão Branca --que, segundo o zôo, tem venda restrita no país.
Os dois últimos porcos-espinhos morreram na noite de sexta-feira, mas já apresentavam os sintomas de contaminação. Todos os porcos-espinhos faziam parte de um lote de 50 que deveriam ser leiloados pelo zôo. Desse total, restam sete animais em exposição --nenhum deles tem sinais de envenenamento-- e um filhote de quatro meses, que estava na área fechada à visitação pública e cujo estado de saúde é muito grave.
A redução no número de visitantes já era uma reação esperada pela direção do zoológico.
Segundo o presidente do Conselho Orientador da instituição, Miguel Trefaut Rodrigues, além da frustração de não encontrar no parque os animais que esperava ver, pesa na decisão do público um certo receio de que, assim como os bichos foram envenenados, as pessoas que comem e bebem nas dependências do parque também corram algum risco --o qual, efetivamente, não existe.
Crime
A hipótese de que as mortes tenham sido acidentais já foi praticamente descartada, e tanto a polícia como a Fundação Parque Zoológico dizem acreditar em crime doloso (com intenção de matar). Reforça essa tese o fato de que a maioria dos animais mortos não estava em exposição.
As suspeitas recaem, portanto, principalmente sobre funcionários da instituição. Um grupo de 11 pessoas que trabalhavam na cozinha onde o alimento dos animais é preparado foi afastado --o delegado Clóvis Ferreira de Araújo, chefe da unidade de inteligência do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) fechou o cerco em oito suspeitos.
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As mortes de animais por envenenamento no Zoológico de São Paulo já tiveram a sua primeira conseqüência negativa para a instituição. No mês passado, o movimento de visitantes, 36,7 mil no total, foi 29,4% menor do que em fevereiro de 2003, quando 52 mil pessoas estiveram no zôo.
A queda foi registrada exatamente no mês em que o parque começou a divulgar as baixas no seu acervo e elas viraram caso de polícia. Até ontem, 61 bichos que estavam sob cuidados do zoológico --incluindo animais ameaçados de extinção como micos-leões dourados, um orangotango, um elefante e um bisão europeu, além de 42 porcos-espinhos-- haviam morrido vítimas de envenenamento por monofluoracetato de sódio, substância ativa do raticida conhecido como Mão Branca --que, segundo o zôo, tem venda restrita no país.
Os dois últimos porcos-espinhos morreram na noite de sexta-feira, mas já apresentavam os sintomas de contaminação. Todos os porcos-espinhos faziam parte de um lote de 50 que deveriam ser leiloados pelo zôo. Desse total, restam sete animais em exposição --nenhum deles tem sinais de envenenamento-- e um filhote de quatro meses, que estava na área fechada à visitação pública e cujo estado de saúde é muito grave.
A redução no número de visitantes já era uma reação esperada pela direção do zoológico.
Segundo o presidente do Conselho Orientador da instituição, Miguel Trefaut Rodrigues, além da frustração de não encontrar no parque os animais que esperava ver, pesa na decisão do público um certo receio de que, assim como os bichos foram envenenados, as pessoas que comem e bebem nas dependências do parque também corram algum risco --o qual, efetivamente, não existe.
Crime
A hipótese de que as mortes tenham sido acidentais já foi praticamente descartada, e tanto a polícia como a Fundação Parque Zoológico dizem acreditar em crime doloso (com intenção de matar). Reforça essa tese o fato de que a maioria dos animais mortos não estava em exposição.
As suspeitas recaem, portanto, principalmente sobre funcionários da instituição. Um grupo de 11 pessoas que trabalhavam na cozinha onde o alimento dos animais é preparado foi afastado --o delegado Clóvis Ferreira de Araújo, chefe da unidade de inteligência do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) fechou o cerco em oito suspeitos.
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