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28/03/2004 - 03h11

Ciclone chega ao sul do país e causa estragos em SC e RS

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da Folha Online

Um ciclone raro --que se formou a cerca de mil quilômetros da costa-- chegou à costa sul de Santa Catarina, a poucos quilômetros da divisa com o Rio Grande do Sul. O ciclone se espalha desde Laguna, sul de Santa Catarina, a Torres, nordeste do Rio Grande do Sul.

O "olho" do ciclone atingiu a costa de Santa Catarina por volta das 23h50 deste sábado, horário de Brasília.

Uma equipe da Coordenadoria de Defesa Civil Estadual do Rio Grande do Sul informa que no município de Torres (RS) o vento e a chuva desta madrugada provocaram destelhamentos na cidade. Em alguns bairros do balneário falta energia elétrica. Segundo o Corpo de Bombeiros do município, várias casas foram destelhadas, outras desabaram. Uma escola estadual já acolhe vítimas desabrigadas. Foi decretado estado de emergência na cidade.

No litoral sul catarinense também houve estragos causados pelo forte vento, segundo o Centro de Meteorologia Catarinense (Climerh) de Florianópolis. Em vários municípios da região aconteceram destelhamentos, danos a rede elétrica e queda de árvores. Nas cidades de Sombrio e Araranguá faltou energia elétrica.

Dois barcos pesqueiros estariam à deriva e uma outra embarcação teria desaparecido no litoral catarinense com quatro pessoas a bordo, segundo informa a "GloboNews".

De acordo com a Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo (RS), há três horas o litoral sul catarinense e o extremo nordeste gaúcho enfrentam chuva por vezes intensa e rajadas de vento com velocidade entre de 60 e 80 km/h, atingindo rajadas superiores a 100 km/h em alguns momentos.

De acordo com o Climerh, em algumas cidades do sul catarinense foram registrados até 40 milímetros de chuva em apenas uma hora. O mar nesta região se encontra bastante revolto, com ondas de até cinco metros de altura. Em algumas praias, a maré subiu e já foi decretado estado de ressaca.

De acordo com a análise dos meteorologistas da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, o deslocamento lento do ciclone junto à costa faz com que os ventos intensos e contínuos permaneçam por mais tempo nas áreas onde se encontra, e que as chuvas torrenciais se concentrem e sejam mais duradouras na região, o que aumenta o risco de alagamentos e inundações. O instituto prevê que esse quadro perdure, no mínimo, por mais seis horas.

Neste sábado, o fenômeno provocou chuvas fortes, maré alta, ondas de até cinco metros no alto mar, queda de raios, ressacas nas praias e ventos de até 90 km/h, como foi registrado na região do cabo de Santa Marta (a 120 km de Florianópolis).

Clique aqui para ver a animação que mostra o ciclone na costa brasileira.

Divulgação/Climatologia de São Leopoldo
Imagem de satélite mostra ciclone raro no Sul
Durante todo o sábado, a Marinha do Brasil alertou sobre os perigos para a navegação. Embarcações voltaram à terra firme. Barcos informaram ventos de até 100 km/h em alto mar.

Ontem, o Centro Nacional de Furacões dos EUA classificou o fenômeno como um "furacão categoria 1" (o mais fraco deles), na escala Safir Simpson (ventos entre 120 e 150 km/h), segundo a Defesa Civil do RS.

Mas o Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), rejeita essa classificação e prefere tratar o fenômeno como um ciclone, o que provocaria ventos de 60 km/h a 70 km/h e chuva moderada.

Entre as características raras do ciclone, estaria a presença do chamado "olho", igual ao do furacão, além da movimentação atípica (do oceano para a costa).

De acordo com o Cptec, um furacão registra ventos que chegam a 200 km/h ou 300 km/h. No ciclone, essa velocidade fica em torno de 100 km/h. Outra diferença é a temperatura do oceano. Para a formação de furacões, a água precisa estar mais aquecida --algo em torno de 28 ºC. A chegada do outono desfavorece o fenômeno, pois a temperatura do oceano não passa de 24 ºC.

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