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18/06/2004 - 23h25

Moradores contam prejuízos após rompimento de barragem na PB

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ADELSON BARBOSA
da Agência Folha, em alagoa Grande (PB)

Os moradores de Alagoa Grande e Mulungu passaram o dia contabilizando os prejuízos causados pelo rompimento da barragem de Camará, localizada sobre o rio Mamanguape, na vizinha cidade de Alagoa Nova (PB). Pelo menos quatro pessoas morreram e seis estão desaparecidas.

A tragédia só não foi maior porque uma emissora de rádio da cidade de Areia tomou conhecimento do rompimento da barragem e orientou os moradores das partes baixas de Alagoa Grande e Mulungu --por onde passa o rio mamanguape-- a deixarem suas casas.

Segundo o prefeito de Alagoa Grande, Hildon Régis Filho (PSDB), cerca de 200 casas foram atingidas pela água e mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas. O prefeito de Mulungu, Achilles Leal (PDT), disse que mais de mil pessoas estavam desabrigadas na sua cidade. Outros municípios afetados foram Araçagi, Alagoinha, Mamanguape e Rio Tinto.

Moradores

Os desabrigados de Alagoa Grande e Mulungu foram levados para prédios públicos nas partes mais altas das duas cidades. O clima em Alagoa Grande era de desespero. Os habitantes passaram o dia tentando salvar alguns objetos. Muitos passaram a noite acordados e, durante o dia, tiraram lama de dentro das casas.

"Foi uma noite de terror. Todo mundo saiu correndo em disparada. Foi a coisa mais triste que presenciei na vida", disse Assis Pedro da Silva, 40. Ele mora a cem metros da ponte sobre o rio Mamanguape, em Alagoa Grande, que foi levada pela força da água. Silva disse que estava em casa, com o pai de 92 anos, e recebeu um telefonema informando que a barragem tinha rompido e que ele desocupasse a casa.

"Logo em seguida, a polícia chegou, mandado todo mundo sair de casa. Ainda deu tempo de levar meu pai, de 92 anos. Assim que sai de casa, ouvi um estrondo, faltou energia e vi a ponte cair no rio", disse Silva.

O motorista Gilmar de Góes, 36, disse que perdeu tudo. "A água atingiu quase dois metros. Assim que ouvi o boato de que a barragem tinha estourado, tirei minha família de casa. Só deu tempo tirar o carro da garagem. Quando voltei para pegar a TV e o aparelho de som, já tinha quase um metro de água dentro de casa", disse Góes, enquanto tentava retirar alguns pertences da lama.

Marcos Antônio Costa, 32, disse que ouviu estrondos da ponte sendo levada pelo rio e muita gente correndo pelas ruas, desesperadas. "Á água vinha com uma força muito grande, parecia uma inundação daquelas dos filmes da TV. Foi horrível", disse Costa.

Ciro

No meio da tarde, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, sobrevoou Alagoa Grande, na companhia do governador Cássio Cunha Lima, para ter um a idéia dos estragos.

Depois, ele andou pelas ruas da cidade, no meio da lama e conversou com moradores. Ciro Gomes disse que o governo federal vai liberar verbas para construir casas em Alagoa Grande e Mulungu.

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