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19/06/2004 - 18h27

Equipes procuram pelo menos 7 desaparecidos após alagamento na PB

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da Folha Online

Equipes de busca continuam à procura de pelo menos sete pessoas que estão desaparecidas em conseqüência do rompimento da barragem de Camará, em Alagoa Nova (a cerca de 150 km da capital, João Pessoa), segundo a Secretaria de Comunicação do governo da Paraíba. Entre os desaparecidos estariam quatro pessoas de uma mesma família.

O acidente já deixou quatro mortos, sendo que três foram identificados: Palmira Rocha de Oliveira, 80, José Pedro Soares, 70, e Wellington Sobral Luna, 27. O corpo da quarta vítima, localizado a cerca de 10 km do município de Alagoa Grande --o mais atingido pela enxurrada-- foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) em Guarabira, e aguarda o reconhecimento por parte dos familiares.

Apesar de ainda não haver dados oficiais, o governo estima que 200 construções tenham sido destruídas ou parcialmente danificadas em Alagoa Grande, deixando pelo menos 600 desabrigados, que foram instalados em casas de parentes e escolas públicas.

Os trabalhos de limpeza continuam. Diversos pontos da cidade seguem alagados, com nível da água em torno de meio metro de altura. Onde não há alagamento, moradores, voluntários, bombeiros, policiais e soldados do exército se revezam no trabalho de limpeza da lama.

Vazamento

O rompimento ocorreu por volta das 21h de quinta-feira. Segundo o governador Cássio Cunha Lima (PSDB), o reservatório, construído entre 2000 e 2002 (gestão anterior), apresentou problemas de fundação e construção. O governo afirma que a atual gestão da Secretaria de Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais havia detectado algumas rupturas no reservatório e notificado a empresa responsável pela obra.

Um buraco de 20 m de altura por 15 m de largura, segundo o secretário-adjunto de Recursos Hídricos do Estado, Sérgio Góis, surgiu da base acima na parte esquerda da barragem, na junção entre o muro de concreto e a lateral de solo e pedra, onde ela se fixa.

Com o decorrer do tempo, o buraco foi se expandido e o volume de água do vazamento, aumentando. O período de maior vazão foi entre 21h e 1h de quinta para sexta, ainda segundo Góis. Ele disse que por volta das 10h quase todo o reservatório havia secado.

A barragem tem capacidade para armazenar 27 milhões de m³ de água, o equivalente a 26,5 bilhões de litros. Antes de começar a vazar, acumulava 17 milhões de m³, o que equivale a cerca de 60% da sua capacidade.

A assessoria de imprensa do consórcio responsável pela obra, formado pela Andrade Galvão Engenharia Ltda. e CRE Engenharia Ltda., informou na sexta que técnicos das empresas estavam na barragem apurando as causas do vazamento.

Destruição

Além de Alagoa Grande e Mulungu --os municípios mais atingidos pela enxurrada--, também foram atingidos Araçagi, Alagoinha, Mamanguape e Rio Tinto --as duas últimas já perto do litoral paraibano. Alagoa Nova, onde fica a barragem, teve poucos estragos em casas na zona rural, pois a barragem fica na parte baixa do município.

O abastecimento de água e a rede telefônica ficaram comprometidos em Mulungu e Alagoa Grande. Neste último, os telefones voltaram a funcionar na noite de sexta.

Em Mulungu, que já enfrentou uma grande enchente em fevereiro, a rede elétrica foi totalmente danificada. De acordo com informações passadas pela assessoria do governo, a cidade deverá ficar 15 dias sem energia.

"A grande quantidade de água e a velocidade com que ela atingiu o rio [Mamanguape] foram os responsáveis pelas enchentes nas cidades e pelos estragos provocados", disse Góis.

Ajuda

Diante da situação, que descreveu como "calamitosa", o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), ligou na manhã de sexta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo ajuda humana e material.

"O presidente foi extremamente solidário e ágil nas providências. Já tem medicamentos e mantimentos sendo deslocados para cá. Recebi toda a solidariedade por parte do presidente da República", disse o governador.

De acordo com a Defesa Civil Estadual e Federal, foram providenciados o envio de uma tonelada de medicamentos e de 140 toneladas de alimentos aos desabrigados.

Segundo o coronel Álvaro Vitorino de Pontes, da Defesa Civil Estadual, R$ 200 mil seriam liberados para a compra de colchões e cobertores.

De acordo com o governo da Paraíba, com base em dados do Censo de 2000, Alagoa Grande tem cerca de 29 mil habitantes. Mulungu tem cerca de 9.000. Alagoa Nova, onde está a barragem, tem cerca de 18.500 habitantes, também de acordo com o Censo.

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