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11/08/2004
-
00h47
da Folha Online
da Folha de S.Paulo, no Rio
Depois de oito tentativas frustradas de salvação, uma baleia jubarte que havia encalhado no último domingo morreu no início da tarde desta terça-feira, dia 10, na praia do Forte Imbuhy, em Niterói (a 15 km do Rio). Existem duas versões para a causa da morte: asfixia ou hemorragia interna por causa do peso, cerca de 15 toneladas.
A morte da baleia emocionou as cerca de 150 pessoas que estavam na praia. Algumas choraram.
"Ela estava muito estressada e acabou se virando e fechando a sua própria respiração. Esta é a possibilidade mais forte. Foi muito triste. O sentimento de impotência é muito grande. Nós tentamos um final feliz", disse a bióloga Bernadete Fragoso, do projeto Maqua (Mamíferos Aquáticos) da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Para a bióloga, o animal tinha entre nove e dez anos de idade, era um sub-adulto.
Pouco antes de o animal morrer, um dos dois cabos usados no rebocador cedido pela Petrobras arrebentou e frustrou a última chance. As tentativas de salvamento do animal mobilizaram homens do Corpo de Bombeiros, da Petrobras, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Defesa Civil, e biólogos da Uerj.
Morte
Depois da morte do animal, o rebocador tirou a baleia da praia. "A operação de salvamento é muito delicada. Não podíamos amarrá-la no barco e puxá-la de qualquer maneira. Isso poderia romper a medula ou a coluna da baleia. Queríamos tirá-la de com vida e saúde. No fundo do mar, ela não sente o seu peso. A gravidade lá é quase zero", disse a bióloga. Segundo ela, a pequena inclinação da praia complicou o resgate.
No início da noite, o corpo da baleia estava no Armazém 22 do Cais do Porto do Rio. Ela deveria ser levada para um aterro sanitário. O local, porém, não foi confirmado na noite desta terça-feira. Uma universidade teria mostrado interesse em ficar com o corpo para estudos.
Debilitada
O professor José Lailson Brito Junior, do Departamento de Oceanografia da Uerj, que acompanhou os trabalhos de desencalhe, afirma que a baleia se aproximou da praia, no domingo, durante uma ressaca e que ficou presa em um banco de areia. Segundo ele, o animal apresentava ferimentos superficiais.
"Ela estava debilitada por estar encalhada. [A baleia] não tem estrutura adequada para sustentar o próprio peso [fora da água]."
"Ela poderia ser enterrada na praia, mas não haveria maquinário, ou ela poderia ser levada para mar aberto, mas poderia causar problemas para a navegação", disse.
Feridos
Durante a tarde, dois soldados ficaram feridos durante os trabalhos para tentar desencalhar a baleia.
Enquanto o animal era puxado por um rebocador, homens seguravam os cabos de uma rede que envolvia a baleia, para que ela não se soltasse do animal. De repente, a baleia sacudiu a cauda e causou ferimentos nos dois soldados. Um deles quebrou o braço e o outro sofreu escoriações, segundo o Grupamento Marítimo de Botafogo.
Jubarte
Existem poucos registros no país de operação de resgate de baleias com vida. De julho a novembro, as baleias jubarte costumam passar pelo litoral do Rio ao migrar da Antártida para Abrolhos (BA).
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Depois de oito tentativas frustradas de salvação, uma baleia jubarte que havia encalhado no último domingo morreu no início da tarde desta terça-feira, dia 10, na praia do Forte Imbuhy, em Niterói (a 15 km do Rio). Existem duas versões para a causa da morte: asfixia ou hemorragia interna por causa do peso, cerca de 15 toneladas.
A morte da baleia emocionou as cerca de 150 pessoas que estavam na praia. Algumas choraram.
"Ela estava muito estressada e acabou se virando e fechando a sua própria respiração. Esta é a possibilidade mais forte. Foi muito triste. O sentimento de impotência é muito grande. Nós tentamos um final feliz", disse a bióloga Bernadete Fragoso, do projeto Maqua (Mamíferos Aquáticos) da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Para a bióloga, o animal tinha entre nove e dez anos de idade, era um sub-adulto.
Renzo Gostoli/AP |
Equipes tentam remover a baleia jubarte em Niterói |
Pouco antes de o animal morrer, um dos dois cabos usados no rebocador cedido pela Petrobras arrebentou e frustrou a última chance. As tentativas de salvamento do animal mobilizaram homens do Corpo de Bombeiros, da Petrobras, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Defesa Civil, e biólogos da Uerj.
Morte
Depois da morte do animal, o rebocador tirou a baleia da praia. "A operação de salvamento é muito delicada. Não podíamos amarrá-la no barco e puxá-la de qualquer maneira. Isso poderia romper a medula ou a coluna da baleia. Queríamos tirá-la de com vida e saúde. No fundo do mar, ela não sente o seu peso. A gravidade lá é quase zero", disse a bióloga. Segundo ela, a pequena inclinação da praia complicou o resgate.
No início da noite, o corpo da baleia estava no Armazém 22 do Cais do Porto do Rio. Ela deveria ser levada para um aterro sanitário. O local, porém, não foi confirmado na noite desta terça-feira. Uma universidade teria mostrado interesse em ficar com o corpo para estudos.
Debilitada
O professor José Lailson Brito Junior, do Departamento de Oceanografia da Uerj, que acompanhou os trabalhos de desencalhe, afirma que a baleia se aproximou da praia, no domingo, durante uma ressaca e que ficou presa em um banco de areia. Segundo ele, o animal apresentava ferimentos superficiais.
"Ela estava debilitada por estar encalhada. [A baleia] não tem estrutura adequada para sustentar o próprio peso [fora da água]."
"Ela poderia ser enterrada na praia, mas não haveria maquinário, ou ela poderia ser levada para mar aberto, mas poderia causar problemas para a navegação", disse.
Feridos
Durante a tarde, dois soldados ficaram feridos durante os trabalhos para tentar desencalhar a baleia.
Enquanto o animal era puxado por um rebocador, homens seguravam os cabos de uma rede que envolvia a baleia, para que ela não se soltasse do animal. De repente, a baleia sacudiu a cauda e causou ferimentos nos dois soldados. Um deles quebrou o braço e o outro sofreu escoriações, segundo o Grupamento Marítimo de Botafogo.
Jubarte
Existem poucos registros no país de operação de resgate de baleias com vida. De julho a novembro, as baleias jubarte costumam passar pelo litoral do Rio ao migrar da Antártida para Abrolhos (BA).
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