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02/09/2004 - 18h42

Moradores de rua ocupam cadeiras da Câmara em ato de protesto

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da Folha Online

Um grupo de moradores de rua ocupou as 55 cadeiras de vereadores da Câmara de São Paulo (região central), na tarde desta quinta-feira, em solidariedade às vítimas dos ataques aos moradores de rua registrados na cidade, no mês passado. Seis moradores morreram e dez ficaram feridos.

O objetivo do protesto foi mostrar aos vereadores a situação em que vivem e como são tratados pelo poder público. Uma comissão de moradores entregou um documento com reivindicações ao presidente da Casa, Arselino Tatto (PT), que se comprometeu a encaminhá-lo aos órgãos competentes e cobrar o cumprimento das solicitações.

O ato contou com o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e com a presença do padre Júlio Lancelotti, da Comissão Pastoral de Rua.

Internados

Oito moradores de rua, vítimas dos ataques, continuam internados. Três permanecem em estado grave na UTI do Hospital do Servidor Público Municipal e uma quarta vítima está na enfermaria, mas não corre risco de morte.

Outros dois, cujo estado de saúde também é considerado grave, encontram-se internados na Santa Casa. Os dois moradores de rua atendidos no Hospital Ermelino Matarazzo continuam estáveis, mas sem previsão de alta. Apenas uma das vítimas, Maria de Lourdes, deixou o hospital.

Telefone

A Justiça de São Paulo determinou na quarta-feira que as empresas de telefonia móvel repassem à Polícia Civil informações armazenadas nas subestações que atendem o centro da capital, como parte das investigações sobre os ataques.

A polícia quer os dados armazenados entre 2h30 e 5h30 dos dias 19 e 22 de agosto, quando ocorreram as agressões, nas ERBs (Estações Rádio-Base) das regiões onde foram registrados os ataques. Os dados incluem números de celulares --origem e destino de chamadas--, além do horário e o tempo de duração. Com o rastreamento, a polícia espera chegar aos responsáveis pelas agressões

A Justiça estabeleceu um prazo de 72 horas para que as operadoras repassem as informações para a Polícia Civil. Também foi decretado o sigilo do inquérito que investiga o caso, uma vez que a determinação resultará na quebra de sigilo telefônico de várias pessoas, inclusive daquelas que não têm envolvimento com o crime.

GCM

O delegado-geral-adjunto da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos, afirmou na última segunda-feira (30) que "há indícios sobre a participação da GCM", de responsabilidade da prefeitura, nos ataques.

A PF (Polícia Federal) auxiliará os trabalhos de investigação da polícia de São Paulo. Não haverá a abertura de um novo inquérito ou ações comandadas pela PF. Além do compromisso de repassar à Polícia Civil as possíveis informações que receber sobre o caso, a Polícia Federal ficará à disposição para diligências.

O pedido para que a Polícia Federal acompanhasse o caso foi feito na segunda-feira pelo secretário municipal da Segurança Urbana, Benedito Mariano, ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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