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Infância
13/10/2003

Maioria dos casais quer crianças brancas e com menos de 2 anos

Ainda que o projeto de lei da adoção seja aprovado e os processos ganhem agilidade, uma grande parcela de crianças abrigadas não será beneficiada diretamente. É que a maioria dos casais deseja crianças de até 2 anos. Uma pesquisa feita pelo Cecif no ano passado mostrou que 71% dos casais queriam crianças nessa faixa - 65% deles conseguiram. Somente 15% adotaram crianças de 2 a 5 anos e 8%, de 5 a 7 anos - as chamadas adoções tardias.

A pesquisa também mostrou que 73% das famílias desejavam crianças brancas.

As crianças que não são adotadas ficam nos abrigos até completarem 18 anos.

Somente na cidade de São Paulo, 5 mil crianças e jovens estão abrigados, a maioria em instituições privadas e conveniadas com a Prefeitura. Em todo o Estado - onde os cadastros só agora estão sendo informatizados - cerca de 350 crianças são adotadas por mês. Entre abril e junho, 36 delas foram para casais estrangeiros. A fila de pais gira em torno de 2 mil a 3 mil, segundo o Tribunal de Justiça.

Segundo a diretora da instituição, Gabriela Schreiner, pais que procuram um recém-nascido esperam anos - especialmente se quiserem uma menina, loira e saudável, características raras entre as crianças abrigadas.

Pretendente a adoção, Elaine (nome fictício) sabe disso como ninguém.

Ansiosa, ela está na fila de Mairiporã, na Grande São Paulo, há mais de um ano. "Quero um bebezinho. A gente que quer ser mãe quer saber como é que é trocar fralda, dar mamadeira, cuidar", diz Elaine, de 40 anos, que decidiu partir para a adoção após descobrir, há dois anos, que o marido tem um problema de infertilidade.

Para ajudar os pais a lidarem com adoções, inclusive as tardias, já existem no Brasil cerca de 100 grupos de apoio, 27 deles no Estado. "Costumamos dizer às pessoas que se elas têm um projeto de transmitir valores, história, amor a um filho, esse filho não precisa ser pequeno, da mesma raça ou um só", afirma Gabriela. A decisão, diz ela, de adotar uma criança mais velha é sempre mais desafiadora e exige reflexão e preparo. Por isso mesmo, é muitas vezes mais compensadora.

Marcos de Moura e Souza
O Estado de S. Paulo


   
 
 
 

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