O Sri Lanka
declarou sua independência em 1948, nessa época,
a população dos cingaleses representavam 60%
e os tamil eram16%. Alguns anos depois da independência,
em 1983, explode outra guerra: a civil, que vigora até
hoje e foi causada por diversos fatores. Um dos principais
motivos foi a implantação da lei que previa
que todos os documentos e livros deveriam ser escritos na
língua cingalesa, ou seja, na língua da maioria.
O ponto alto da confusão causada pela implantação
dessa lei foi em 1981, dois anos antes da eclosão da
guerra civil, quando um enorme grupo de cingaleses, incluindo
até policiais, invadiu a sala de leitura “Memorial
a Sra. Lily Nakkunanandan” e queimou tudo que havia
lá dentro. Essa biblioteca era um dos poucos lugares
no Sri Lanka que valorizavam e representava a literatura dos
tamil. Com esse ataque aos 97.000 volumes, que incluíam
livros, manuscritos e até uma bíblia espanhola
datada do século XV, se perderam dois mil anos de história
do Sri Lanka.
Essa sala de leitura, após certo tempo, foi reconstruída
e até decorada. A proposta é que no futuro se
torne novamente uma biblioteca, mas ainda não há
nenhum livro, revista ou objetos do gênero, como mostra
a revista The Economist.
Enquanto isso, no Brasil, a biblioteca de uma Igreja foi
salva com a ajuda de um fantástico trabalho voluntário.
A Biblioteca do Mosteiro de São Bento, em Salvador
(BA), construída há mais de 400 anos, conta
com um grande acervo de ótima qualidade.
Entre os vários volumes encontramos manuscritos, iluminuras,
cartas, testamentos, que se acumularam em quatro séculos
de existência do local. A especialização
da biblioteca é em História, Filosofia e Teologia
e conta com a presença de vários universitários
que consultam os exemplares freqüentemente. É
claro que, com um conteúdo desse valor e com o alto
número de visitantes, é necessário que
haja cuidado com os volumes.
É aí que entra o trabalho voluntário.
Além dos monges beneditinos, a biblioteca conta com
voluntários que doam, conservam, restauram, modernizam
e ampliam o acervo bibliográfico das instalações
e dos equipamentos. O trabalho voluntário é
especialmente mais importante no laboratório de restauração,
que precisa de um acompanhamento mais especializado.
Enfim, temos então dois exemplos de recuperação
cultural. De um lado (do mundo), uma biblioteca destruída
e vazia que tenta se reerguer. Do outro, temos uma que é
salva pelo trabalho voluntário.”
Matheus Mlot Palma,
aluno do 2º ano do ensino médio, do Colégio
Bandeirantes - matheus_mlot@hotmail.com
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