REFLEXÃO

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RADAR DO MUNDO
02/07/2008

Comunidades lutam para reconstruir bibliotecas

  Matheus Mlot Palma

O Sri Lanka declarou sua independência em 1948, nessa época, a população dos cingaleses representavam 60% e os tamil eram16%. Alguns anos depois da independência, em 1983, explode outra guerra: a civil, que vigora até hoje e foi causada por diversos fatores. Um dos principais motivos foi a implantação da lei que previa que todos os documentos e livros deveriam ser escritos na língua cingalesa, ou seja, na língua da maioria.

O ponto alto da confusão causada pela implantação dessa lei foi em 1981, dois anos antes da eclosão da guerra civil, quando um enorme grupo de cingaleses, incluindo até policiais, invadiu a sala de leitura “Memorial a Sra. Lily Nakkunanandan” e queimou tudo que havia lá dentro. Essa biblioteca era um dos poucos lugares no Sri Lanka que valorizavam e representava a literatura dos tamil. Com esse ataque aos 97.000 volumes, que incluíam livros, manuscritos e até uma bíblia espanhola datada do século XV, se perderam dois mil anos de história do Sri Lanka.

Essa sala de leitura, após certo tempo, foi reconstruída e até decorada. A proposta é que no futuro se torne novamente uma biblioteca, mas ainda não há nenhum livro, revista ou objetos do gênero, como mostra a revista The Economist.

Enquanto isso, no Brasil, a biblioteca de uma Igreja foi salva com a ajuda de um fantástico trabalho voluntário. A Biblioteca do Mosteiro de São Bento, em Salvador (BA), construída há mais de 400 anos, conta com um grande acervo de ótima qualidade.

Entre os vários volumes encontramos manuscritos, iluminuras, cartas, testamentos, que se acumularam em quatro séculos de existência do local. A especialização da biblioteca é em História, Filosofia e Teologia e conta com a presença de vários universitários que consultam os exemplares freqüentemente. É claro que, com um conteúdo desse valor e com o alto número de visitantes, é necessário que haja cuidado com os volumes.

É aí que entra o trabalho voluntário. Além dos monges beneditinos, a biblioteca conta com voluntários que doam, conservam, restauram, modernizam e ampliam o acervo bibliográfico das instalações e dos equipamentos. O trabalho voluntário é especialmente mais importante no laboratório de restauração, que precisa de um acompanhamento mais especializado.

Enfim, temos então dois exemplos de recuperação cultural. De um lado (do mundo), uma biblioteca destruída e vazia que tenta se reerguer. Do outro, temos uma que é salva pelo trabalho voluntário.”
Matheus Mlot Palma, aluno do 2º ano do ensino médio, do Colégio Bandeirantes - matheus_mlot@hotmail.com

   
Apresentação

O Radar do Mundo é produzido pelo projeto Idade Mídia do ensino médio do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, desenvolvido pelos jornalistas Alexandre Sayad e Gilberto Dimenstein, que mistura o mundo da educação ao da comunicação (a chamada educomunicação). Em uma sociedade em que a informação está presente na vida dos jovens durante todo o tempo, a educação tem a necessidade de acompanhar essas novas demandas.

 
 
 

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