REFLEXÃO

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RADAR DO MUNDO
08/09/2008

Escolas promovem inclusão étnica

  Isaac Cattan

Para evitar conflitos entre os homens, deve-se educar os meninos para a tolerância. Essa é a ideologia de muitos educadores que buscam aproximar crianças e adolescentes de realidades étnicas e sociais totalmente opostas. Com o objetivo de superar preconceitos intrínsecos das sociedades, professores do Brasil e outros países têm se proposto a enfrentar o desafio de, através de atividades lúdicas, jogos e estímulo ao companheirismo, unir por alguns momentos crianças (desde cedo muito críticas) no ambiente escolar, em incentivo à formação de cidadãos tolerantes.

Esse intercâmbio tem sido explorado com pioneirismo em São Paulo por um colégio particular, localizado nos Jardins, que começou a promover, há três anos, visitas de alunos a uma escola pública. E a abrir suas portas para os estudantes da rede pública.

A experiência foi considerada muito proveitosa por pais e professores. Os jovens participantes, de ambos os lados, conseguiram se dar conta do ganho que tiveram, ao perceberem que possuíam sonhos, medos e gostos bem parecidos.

O exemplo brasileiro remete a um outro, de bem longe de São Paulo, onde as diferenças são muito maiores que apenas econômicas. O bairro de Katamon, em Jerusalém (Israel), se localiza no coração de uma zona, na qual o ódio entre os povos judeu e árabe se passa por trivial. Próximo à Cisjordânia, o bairro abriga a escola “Yad beYad” (mãos dadas, em hebraico) e promove o que parece impossível.

O projeto consiste em ministrar aulas em hebraico e árabe simultaneamente para crianças dos dois lados da fronteira. Os novos amigos jogam futebol juntos (inclusive com meninas), brincam, dançam e estudam, enxergando que não obrigatoriamente as relações entre os povos se resumem ao conflito secular. "As crianças desta escola têm uma forma diferente de pensar sobre o conflito", diz Ala Chatib, co-diretor da escola. "Existe mais de uma verdade. E é isso que elas aprendem aqui, umas com as outras".

Apesar de ainda não contar com aprovação total de pais e vizinhança, a escola, que teve suas dependências recebidas por doação da Prefeitura de Jerusalém e está próxima ao distrito árabe de Bei Safafa, tem obtido êxito na sua pequena revolução.

Portanto, percebe-se que no cenário de competitividade mundial em que vivemos hoje e em um mundo marcado por conflitos e preconceitos regionais e globais, já existe um movimento que almeja e vêm conseguindo provar o que parecia impossível: o homem é um só.

Isaac Cattan, aluno do 2º ano do ensino médio, do Colégio Bandeirantes - isaaccattan11@hotmail.com

   
Apresentação

O Radar do Mundo é produzido pelo projeto Idade Mídia do ensino médio do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, desenvolvido pelos jornalistas Alexandre Sayad e Gilberto Dimenstein, que mistura o mundo da educação ao da comunicação (a chamada educomunicação). Em uma sociedade em que a informação está presente na vida dos jovens durante todo o tempo, a educação tem a necessidade de acompanhar essas novas demandas.

 
 
 

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