REFLEXÃO

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RADAR DO MUNDO
23/07/2008

São Paulo, Nova York e Tókio enrijecem contra exploração sexual

  Jéssica Kato

A rua Augusta, famosa por ter pontos de encontros dos “descolados” como o Vegas Club e o Estúdio SP, também se caracteriza por ser o endereço de mais de 15 casas de prostituição. Em parte, os lugares abrigam adolescentes tanto procurando programas quanto exercendo a “profissão”. Estes locais costumam ser freqüentados por pessoas da classe média e alta. Mas, há também exploração infantil menos aristocrática, que acontece em espaços públicos como no Autorama, do Parque Ibirapuera, e no Parque Trianon.

Talvez pela proximidade das eleições, a prefeitura paulistana intensificou a fiscalização nestes estabelecimentos.Segundo o promotor José Carlos Blat, há a suspeita de que existam mais de 500 casas ilegais na cidade de São Paulo.

Políticas mais rígidas lembram a linha ligeiramente moralista de Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, que instituiu determinações inusitadas e pouco convencionais, visando à diminuição da criminalidade. Na cidade de São Paulo as novas leis foram desde suspensões de outdoors publicitários e restrições severas de álcool para o motorista, até a implantação de um sistema mais eficiente na verificação de casas noturnas em busca de agentes corruptores de jovens.

Já na capital paulista, a exploração sexual é tratada como estando sob aparente controle. Sem atrair a devida atenção da mídia. Atua em áreas nobres da cidade como nos Jardins, devido à proximidade de hotéis internacionais, o que facilita o turismo sexual. A rua Augusta, localizada na região, é ponto de referência para quem procura esse tipo de “entretenimento”. A possibilidade de se deparar com uma garota com RG falso é alta. Fato este que ocorreu em novembro de 2007, resultando no encaminhamento da adolescente de 17 anos à Vara da Infância e Juventude.

Enquanto em São Paulo a exploração juvenil surge em pontos localizados e estratégicos (normalmente motivados pela falta de oportunidades de uma qualidade de vida melhor), em cidades americanas, por exemplo, devido à ilegalidade da profissão, é comum a prostituição infantil via webcam com o auxílio da internet. Também há a procura minuciosa de programas em shoppings, onde são recrutadas adolescentes com idade por volta dos 13 anos, pertencentes às classes mais altas. Os motivos que as levam venderem seus corpos são listados desde o prazer pelo ofício, quanto pela promessa de presentes materiais, como roupas e acessórios.

Este último argumento é também encontrado nas cidades metropolitanas do Japão, como Tokyo, mais especificamente no bairro Harajuku - famoso por servir de passarela para jovens estilosos da cabeça colorida às vestimentas de alto custo. A lei japonesa há pouco tempo punia apenas a venda de serviços sexuais e não a compra dos mesmos. Porém, desde 1999, entrou em vigor na constituição que o sexo com jovens com menos de 18 anos, bem como a produção, a venda e a distribuição de pornografia infantil são proibidos.
Jéssica Kato, aluno do 2º ano do ensino médio, do Colégio Bandeirantes - jessicathie@hotmail.com

   
Apresentação

O Radar do Mundo é produzido pelo projeto Idade Mídia do ensino médio do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, desenvolvido pelos jornalistas Alexandre Sayad e Gilberto Dimenstein, que mistura o mundo da educação ao da comunicação (a chamada educomunicação). Em uma sociedade em que a informação está presente na vida dos jovens durante todo o tempo, a educação tem a necessidade de acompanhar essas novas demandas.

 
 
 

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