A rua Augusta,
famosa por ter pontos de encontros dos “descolados”
como o Vegas Club e o Estúdio SP, também se
caracteriza por ser o endereço de mais de 15 casas
de prostituição. Em parte, os lugares abrigam
adolescentes tanto procurando programas quanto exercendo a
“profissão”. Estes locais costumam ser
freqüentados por pessoas da classe média e alta.
Mas, há também exploração infantil
menos aristocrática, que acontece em espaços
públicos como no Autorama, do Parque Ibirapuera, e
no Parque Trianon.
Talvez pela proximidade das eleições, a prefeitura
paulistana intensificou a fiscalização nestes
estabelecimentos.Segundo o promotor José Carlos Blat,
há a suspeita de que existam mais de 500 casas ilegais
na cidade de São Paulo.
Políticas mais rígidas lembram a linha ligeiramente
moralista de Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, que
instituiu determinações inusitadas e pouco convencionais,
visando à diminuição da criminalidade.
Na cidade de São Paulo as novas leis foram desde suspensões
de outdoors publicitários e restrições
severas de álcool para o motorista, até a implantação
de um sistema mais eficiente na verificação
de casas noturnas em busca de agentes corruptores de jovens.
Já na capital paulista, a exploração
sexual é tratada como estando sob aparente controle.
Sem atrair a devida atenção da mídia.
Atua em áreas nobres da cidade como nos Jardins, devido
à proximidade de hotéis internacionais, o que
facilita o turismo sexual. A rua Augusta, localizada na região,
é ponto de referência para quem procura esse
tipo de “entretenimento”. A possibilidade de se
deparar com uma garota com RG falso é alta. Fato este
que ocorreu em novembro de 2007, resultando no encaminhamento
da adolescente de 17 anos à Vara da Infância
e Juventude.
Enquanto em São Paulo a exploração juvenil
surge em pontos localizados e estratégicos (normalmente
motivados pela falta de oportunidades de uma qualidade de
vida melhor), em cidades americanas, por exemplo, devido à
ilegalidade da profissão, é comum a prostituição
infantil via webcam com o auxílio da internet. Também
há a procura minuciosa de programas em shoppings, onde
são recrutadas adolescentes com idade por volta dos
13 anos, pertencentes às classes mais altas. Os motivos
que as levam venderem seus corpos são listados desde
o prazer pelo ofício, quanto pela promessa de presentes
materiais, como roupas e acessórios.
Este último argumento é também encontrado
nas cidades metropolitanas do Japão, como Tokyo, mais
especificamente no bairro Harajuku - famoso por servir de
passarela para jovens estilosos da cabeça colorida
às vestimentas de alto custo. A lei japonesa há
pouco tempo punia apenas a venda de serviços sexuais
e não a compra dos mesmos. Porém, desde 1999,
entrou em vigor na constituição que o sexo com
jovens com menos de 18 anos, bem como a produção,
a venda e a distribuição de pornografia infantil
são proibidos.
Jéssica Kato,
aluno do 2º ano do ensino médio, do Colégio
Bandeirantes - jessicathie@hotmail.com
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