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16/10/2003
Programas sociais são responsáveis por queda de violência nas escolas

Vanessa Sayuri Nakasato

Caiu em mais de 50% o índice de furtos nas escolas municipais de São Paulo, segundo a Secretaria Municipal de Educação. O motivo, conforme o órgão, são os programas de prevenção à violência feitos há quase três anos nas instituições de ensino da capital.

No ano 2000, foram registrados 242 furtos; 177 em 2001; 199 em 2002 e, até abril deste ano, apenas 10. Tudo isso considerando o aumento de 323 escolas municipais nesse período em São Paulo.

Os programas Educom.rádio, que utiliza a comunicação para desenvolver questões relacionadas à cidadania, e o Escola Aberta, oficinas artísticas e esportivas promovidas por voluntários nos finais de semana nas escolas, são considerados os responsáveis pela queda da estatística.

Ambos são destinados ao Ensino Fundamental e estão inseridos no Projeto Vida. Trata-se de um setor criado pela Secretaria Municipal de Educação para cumprir a Lei 13.096/00, do vereador Carlos Neder (PT), que determina os programas preventivos no âmbito escolar.

De acordo com a secretaria, mais de 10 mil pessoas já passaram pelos programas nos dois anos e meio e existência. O Educom.rádio esteve em 264 escolas e o Escola Aberta, em 330. A previsão é que, até o final de 2004, as 455 escolas de Ensino Fundamental recebam um estúdio de rádio e tenham suas portas abertas aos sábados para alunos, pais e comunidade.

A secretária municipal de Educação, Cida Perez, ressalta que, embora os números comprovem somente a diminuição dos furtos, também houve redução de depredações de prédios escolares, pichações e agressões físicas contra professores e próprio alunos.

Para ela, os programas trazem bons resultados porque trabalham com a auto-estima da criança e do adolescente. Os estudantes passam a se expressar e a conviver melhor em grupo, ficam mais criativos, predispostos e interessados em aprender. Além disso, muitos alunos acabam descobrindo seus talentos nas oficinas e, em cima disso, constróem seus objetivos de vida.

"Recebemos alguns jovens em liberdade assistida no Educom.rádio. Todos chegaram querendo destruir tudo. Com o passar do tempo, se envolveram de tal forma que passaram a imitar os padrões das grandes rádios e a fazer programas de cunho social", orgulhou-se.

Supervisor do Educom.rádio, o professor da Escola de Comunicação e Arte da USP, Ismar Oliveira Soares, conta que a maioria dos programas criados pelos jovens discutem a exclusão social, a violência urbana, as drogas e até o governo. "Graças aos resultados positivos, o programa será implantado em 70 escolas do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, no ano que vem", revelou ele ao GD.

Para o vereador Carlos Neder, além de oferecer uma alternativa aos estudantes de escolas municipais, os programas fazem com que os alunos descubram os problemas da sociedade e passem a ser protagonistas em sua comunidade. "Estamos formando líderes e abrindo um mercado de trabalho para esses meninos", enfatizou. O vereador quer transformar os dois programas em leis até dezembro de 2004.

 
 
 

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