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Previdência privada
Para os autônomos plano privado poderia custar menos do que o do governo

ISABEL CAMPOS
editora-adjunta do FolhaInvest

Se um profissional autônomo ou um empresário pudesse deixar de contribuir com a previdência social e aplicar o mesmo dinheiro em um plano de previdência privada, a troca seria vantajosa? Por incrível que possa parecer, dependendo da idade do contribuinte e do prazo de pagamento, um plano privado pode custar menos do que um público.

A pedido da Folha, o atuário Newton Cezar Conde, diretor da consultoria Atual, fez um estudo comparando quanto um contribuinte individual tem de desembolsar para a previdência pública e para a previdência privada para ter o mesmo benefício depois da aposentadoria.

Na maioria dos exemplos, os gastos com um plano privado seriam menores do que com a previdência social.

Um homem, por exemplo, que se inscrevesse na previdência aos 16 anos e contribuísse sobre um salário-base de R$ 1.000 teria de pagar mensalmente o equivalente a 20% do seu salário-base para a previdência pública ou 9% para um plano privado, para se aposentar, em ambos os casos, aos 58 anos, com uma renda vitalícia de R$ 1.172 ao mês.

Para as mulheres, a situação é um pouco diferente. As alíquotas são outras, e para elas há mais casos em que a previdência pública é mais vantajosa do que a particular em relação aos homens. A princípio, diz Conde, quanto mais jovem for a pessoa e mais tempo ela contribuir, maior será a vantagem da previdência privada sobre a pública.

"Já, se ela começar a contribuir com 50 anos com a intenção de se aposentar aos 65 anos, a previdência pública será melhor", complementa Valter Hime, vice-presidente da Real Seguros.

Nos cálculos, não foi considerado que a previdência pública, além de cobrir a aposentadoria, abrange outros benefícios, como auxílio-doença, pensão por morte (para filhos, cônjuges etc.), salário-maternidade etc. Porém, segundo Conde, mesmo que eles fossem incluídos, em geral a vantagem da previdência privada não desapareceria. Isso porque os custos com seguros que cobrem tais benefícios são baixos, devido à pequena incidência de sinistros.

Desperdício
É importante lembrar que cada caso é um caso (há contribuintes individuais que podem diminuir a alíquota paga para o governo) e que ainda não é possível trocar a previdência pública pelos planos privados. A contribuição para o governo é obrigatória. Muita gente se esquece desse detalhe e, por causa disso, além de ficar irregular perante a lei, em alguns casos "desperdiça" contribuições já realizadas.

Esse desperdício é comum entre as pessoas que, depois de anos de contribuição como assalariadas, trocam a carteira assinada pela condição de empresário ou autônomo e deixam de contribuir para a previdência social.

Vamos imaginar um homem que se torne empresário aos 42 anos depois de contribuir por 22 anos, pelo teto, como assalariado. Segundo Conde, se ele continuar contribuindo pelo teto (R$ 265,65 ao mês), poderá aposentar-se, após 15 anos, com um benefício mensal de R$ 1.328,25. Num plano de previdência privada, com esse valor, prazo e idade, ele nem chegará perto desse benefício.

Em casos como esse, mesmo envolvendo períodos menores de contribuição, é sempre bom consultar um especialista ou um posto do INSS, antes de cortar os vínculos com a previdência pública ou diminuir a contribuição. No futuro, pode ser tarde demais para consertar o erro. Ficando 24 meses sem pagar a previdência, a pessoa perde a qualidade de segurada.

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