Publicidade
Publicidade
25/11/2005
-
10h00
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A renda do trabalhador permaneceu estagnada no segundo ano do governo Lula, apesar da maior oferta de emprego, revela a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Em 2004, a população ocupada cresceu 3,3%, mas o rendimento ficou estável em R$ 730, apesar de forte crescimento de 4,9% da economia brasileira.
Esta foi a primeira vez desde 1996 que a renda não caiu de um ano para o outro. No entanto, as perdas reais acumularam 18,8% nesse período. Desde o início da década de 1990, a renda mais alta foi atingida em 1996 (R$ 903).
Segundo o economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo de Ávila, o desempenho da renda foi afetado em parte pela inflação e a perspectiva é de que o rendimento mostre recuperação em 2005. "A verdade é que a inflação em 2004 não caiu tanto. Talvez em 2005, com a inflação sob controle, haja uma melhora mais significativa da renda", disse.
Para o economista, uma das hipóteses que justificam o comportamento dos ganhos do trabalhador no ano passado é que a recuperação da renda teria ficado concentrada nas regiões metropolitanas.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a política de redução das taxas de juros que começou a ser aplicada no terceiro trimestre de 2003 e a redução no nível de inflação contribuíram para que as remunerações permanecessem estáveis em relação ao ano anterior e sustentassem a trajetória descendente iniciada em 1997.
De 2003 para 2004, os 50% de ocupados com as menores remunerações tiveram ganho real de 3,2% e os 50% com os maiores rendimentos tiveram perda real de 0,6%. O instituto destaca que embora o salário mínimo tenha obtido ganho real de 2,2% não foi o fator que mais influenciou na elevação da renda dos que recebem menores rendimentos.
Com isso, o índice de Gini, fórmula internacional usada para comparar a desigualdade da renda em valores de 0 a 1, na qual 1 é o pior indicador, atingiu o resultado mais baixo desde 1981.
O rendimento médio mensal apresentou diferenças significativas de acordo com o gênero. O rendimento das mulheres representava, em 2004, 69,5% do recebido pelos homens. A defasagem variou de acordo com a posição na ocupação. Entre os empregados, o rendimento médio mensal das mulheres representava 89,2% do auferido pelos homens. Entre os empregadores, as mulheres recebiam o equivalente a 70,9% do que os homens ganhavam e entre os trabalhadores por conta própria, 65,1%.
Do total de pessoas ocupadas no país, 27,6% ganhavam até um salário mínimo. No Nordeste, no entanto, este percentual sobe para 46,0%. O segundo maior percentual foi registrado na região Norte, com 30,9%. Já os que recebiam mais de 20 salários mínimos representavam em 2004 0,9% da população ocupada no país.
Apesar da menor concentração da renda verificada no índice de Gini, os 10% ocupados com as maiores remunerações detiveram 44,6% do total de rendimentos, enquanto os 10% dos ocupados com os menores rendimentos ficaram com 1,0%.
Leia mais
Número de residências com computador e internet cresce 11%, diz IBGE
Ocupação feminina atinge nível recorde, diz IBGE
População ocupada cresceu 3,3% em 2004, diz IBGE
Entenda a metodologia e a abrangência da Pnad
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Pnad
Renda pára de cair após sete anos de quedas seguidas, diz IBGE
Publicidade
da Folha Online, no Rio
A renda do trabalhador permaneceu estagnada no segundo ano do governo Lula, apesar da maior oferta de emprego, revela a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Em 2004, a população ocupada cresceu 3,3%, mas o rendimento ficou estável em R$ 730, apesar de forte crescimento de 4,9% da economia brasileira.
Esta foi a primeira vez desde 1996 que a renda não caiu de um ano para o outro. No entanto, as perdas reais acumularam 18,8% nesse período. Desde o início da década de 1990, a renda mais alta foi atingida em 1996 (R$ 903).
Segundo o economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo de Ávila, o desempenho da renda foi afetado em parte pela inflação e a perspectiva é de que o rendimento mostre recuperação em 2005. "A verdade é que a inflação em 2004 não caiu tanto. Talvez em 2005, com a inflação sob controle, haja uma melhora mais significativa da renda", disse.
Para o economista, uma das hipóteses que justificam o comportamento dos ganhos do trabalhador no ano passado é que a recuperação da renda teria ficado concentrada nas regiões metropolitanas.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a política de redução das taxas de juros que começou a ser aplicada no terceiro trimestre de 2003 e a redução no nível de inflação contribuíram para que as remunerações permanecessem estáveis em relação ao ano anterior e sustentassem a trajetória descendente iniciada em 1997.
De 2003 para 2004, os 50% de ocupados com as menores remunerações tiveram ganho real de 3,2% e os 50% com os maiores rendimentos tiveram perda real de 0,6%. O instituto destaca que embora o salário mínimo tenha obtido ganho real de 2,2% não foi o fator que mais influenciou na elevação da renda dos que recebem menores rendimentos.
Com isso, o índice de Gini, fórmula internacional usada para comparar a desigualdade da renda em valores de 0 a 1, na qual 1 é o pior indicador, atingiu o resultado mais baixo desde 1981.
O rendimento médio mensal apresentou diferenças significativas de acordo com o gênero. O rendimento das mulheres representava, em 2004, 69,5% do recebido pelos homens. A defasagem variou de acordo com a posição na ocupação. Entre os empregados, o rendimento médio mensal das mulheres representava 89,2% do auferido pelos homens. Entre os empregadores, as mulheres recebiam o equivalente a 70,9% do que os homens ganhavam e entre os trabalhadores por conta própria, 65,1%.
Do total de pessoas ocupadas no país, 27,6% ganhavam até um salário mínimo. No Nordeste, no entanto, este percentual sobe para 46,0%. O segundo maior percentual foi registrado na região Norte, com 30,9%. Já os que recebiam mais de 20 salários mínimos representavam em 2004 0,9% da população ocupada no país.
Apesar da menor concentração da renda verificada no índice de Gini, os 10% ocupados com as maiores remunerações detiveram 44,6% do total de rendimentos, enquanto os 10% dos ocupados com os menores rendimentos ficaram com 1,0%.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice