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11/04/2006 - 12h31

Varig precisa mais do que "complacência" do governo, diz ministro

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

A Varig já teria parado de voar há alguns anos se não fosse a complacência das empresas públicas, como a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e a BR Distribuidora. Essa é a avaliação do ministro Luiz Marinho, que acredita que essa complacência pode não ser suficiente para a Varig continuar em operação.

'O governo está preocupado. Tanto é que o governo tem grande responsabilidade da Varig continuar voando. Se não fosse a complacência das empresas públicas a Varig já teria quebrado há muitos anos. É só olhar o débito que ela tem com a Infraero e com a BR. Mas não sei se a complacência do governo é suficiente para ela continuar. Essa é a questão', disse.

A empresa tem mais de 10 mil funcionários, mas não tem dinheiro para honrar dívidas estimadas em R$ 7 bilhões nem recursos para arcar com as despesas correntes, como combustíveis e salários.

A pedido do sindicato dos funcionários da Varig, Marinho determinou que o secretário de Relações do Trabalho, Mário Barbosa, comande uma mesa redonda com representantes dos cerca de 300 trabalhadores da Varig que farão uma marcha em Brasília nesta tarde. Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre são outras cidades onde acontecem atos pela salvação da empresa.

"É importante que fique claro qual é o plano da Varig para o processo de reestruturação. Aparentemente não está muito claro", disse.

Sobre a situação dos trabalhadores, caso a Varig pare de voar, ele acredita que o setor aéreo é capaz de absorver essa mão de obra.

"Esperamos que as outras empresas assumam os vôos e portanto aumente as suas aeronaves e absorvam esse pessoal", disse o ministro.

Solução

Na semana passada, o presidente da empresa, Marcelo Bottini, pediu a fornecedores uma linha de crédito de US$ 200 milhões. Estatais como a Infraero (que administra aeroportos) e a BR Distribuidora (que fornece combustíveis) entrariam com US$ 70 milhões.

Bottini também afirmou que vai negociar com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) empréstimos para a empresa. O ministro Guido Mantega (Fazenda), ex-presidente do banco, afirmou, no entanto, que "não é papel do governo socorrer" a companhia.

Outra tentativa da Varig, que previa fazer um acordo de compartilhamento de vôos com a OceanAir, foi vetada ontem à noite pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Já a proposta apresentada pela VarigLog, sua ex-subsidiária de transporte de cargas, não foi bem-vista pelos credores e trabalhadores da empresa.

A proposta ainda poderá ser aprovada, mas trabalhadores criticaram a previsão de demissão de mais de 5.000 funcionários que faz parte do plano.

Já os credores mostraram-se insatisfeitos porque a empresa seria dividida em duas: a nova e a velha Varig. Da nova Varig, que ficaria com a parte boa da empresa, os credores teriam uma participação de apenas 5%.

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