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17/04/2006 - 17h06

BR Distribuidora sinaliza que Varig não terá carência

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

Em uma decisão que agrava ainda mais a crise da Varig, a BR Distribuidora informou hoje que não tem a intenção de negociar um período de carência que garantiria o fornecimento de combustíveis para a empresa aérea nos próximos meses e afastaria a possibilidade de sua paralisação no curto prazo.

A informação foi divulgada por um dos advogados da BR, Márcio Lobianco Couto, que esteve hoje reunido com o juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, responsável por analisar o plano de recuperação da companhia aérea.

Com o caixa "limitado", o presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou que a empresa precisaria de uma linha de crédito de US$ 200 milhões dos fornecedores para continuar a voar até o final da baixa temporada do setor turístico. Desse total, credores estatais, como a BR Distribuidora e a Infraero (empresa que administra os aeroportos), entrariam com US$ 70 milhões.

Segundo o advogado, entretanto, o alargamento do prazo defendido pela diretoria e pelos trabalhadores da empresa aérea só ocorrerá por determinação judicial --ou seja, caso a Justiça mande a BR Distribuidora manter o fornecimento.

"O contrato [de fornecimento com a Varig] expirou em dezembro. Não há nenhum lastro contratual ou legal para que esse pedido [de carência] tenha êxito. Essa medida é eminentemente política. Caberia aos órgãos competentes essa determinação. Havendo ordem judicial, a ordem se cumpre", afirmou o advogado.

A Varig tem dívidas de R$ 58 milhões com a BR Distribuidora acumuladas antes da aprovação de seu plano de recuperação judicial, no ano passado. A partir desse momento, o pagamento do combustível passou a ser à vista.

O advogado afirmou que o que preocupa a estatal são os débitos correntes. "Com a Varig pagando, a BR fornece combustível de maneira fácil. A questão do débito pretérito é objeto do plano de recuperação. Não nos preocupa o débito pretérito, mas nos preocupa o débito corrente. Há notícias de que a Varig não teria condições de fazer o pagamento corrente", afirmou ele.

Segundo o juiz da 1ª Vara, a Varig, apesar de manter negociações com fornecedores, ainda não formalizou um pedido de carência à Justiça.

O governo também já descartou dar socorro financeiro à Varig. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) defenderam uma solução de mercado para a companhia, sem a injeção de recursos públicos.

Dessa forma, restaria à empresa analisar o plano de compra apresentado pela VarigLog, sua ex-subsidiária de transporte de cargas.

A VarigLog apresentou proposta para comprar a parte boa da Varig por US$ 400 milhões. No entanto, demitiria mais de 5 mil funcionários, reduziria a frota para menos de 50 aeronaves e reservaria apenas 5% das ações da nova empresa aos credores.

Caso o plano seja aprovado pelos credores em assembléia que deve acontecer no próximo mês, parte desses US$ 400 milhões entrariam no caixa e permitiriam à empresa continuar a voar.

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