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02/05/2006
-
19h26
IVONE PORTES
da Folha Online, no Rio
O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Hélio Seidel, apoiou o decreto do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar os negócios de petróleo e gás natural. "É legitimo, é uma posição sábia. nós também lutamos pela manutenção e proteção das nossas reservas", disse.
Na avaliação de Seidel, a decisão boliviana não é danosa para a Petrobras, que, segundo o sindicalista, reduziu os investimentos naquele país desde que surgiram as discussões sobre a nacionalização.
A FUP comandou uma greve nacional de 32 dias em maio de 1995, que foi duramente reprimida pelo governo à época.
O que preocupa Seidel é o abastecimento e o preço do gás no Brasil, já que 51% do produto consumido no país, segundo o sindicalista, vem da Bolívia.
"Não há um fornecedor que possa substituir a Bolívia de imediato. A incógnita é como ficará a situação se não houver um acordo".
Para Seidel, um aumento do preço do gás boliviano poderá inviabilizar projetos em alguns setores e até provocar desempregos no Brasil.
"Nós precisamos aguardar o desfecho para saber quais serão os próximos passos e se os consumidores brasileiros realmente serão afetados", disse.
O Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo também se mostrou favorável à posição de Morales. 'A posição dos trabalhadores é de apoio integral à decisão do presidente boliviano', disse o diretor do sindicato, Antonio Carlos Spis. "Se o Brasil pode ter controle sobre o seu petróleo, porque a Bolívia não?", justificou.
Spis, no entanto, acredita que vai ser possível uma renegociação com a Bolívia e que a posição do presidente não deve se sustentar por muito tempo. "A Bolívia não tem mercado consumidor e 80% do gás é exportado. Acho que é uma decisão radical no início, mas vai haver necessidade de renegociação".
Para Spis, a Bolívia não pode continuar com os atuais acordos. "Mas a nacionalização integral não vai acontecer e vai ser preciso fazer parcerias. Essa radicalização abre espaço para o debate", defendeu.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) não se posicionou até o momento e disse que espera de mais informações sobre o decreto do presidente Morales.
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O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Hélio Seidel, apoiou o decreto do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar os negócios de petróleo e gás natural. "É legitimo, é uma posição sábia. nós também lutamos pela manutenção e proteção das nossas reservas", disse.
Na avaliação de Seidel, a decisão boliviana não é danosa para a Petrobras, que, segundo o sindicalista, reduziu os investimentos naquele país desde que surgiram as discussões sobre a nacionalização.
A FUP comandou uma greve nacional de 32 dias em maio de 1995, que foi duramente reprimida pelo governo à época.
O que preocupa Seidel é o abastecimento e o preço do gás no Brasil, já que 51% do produto consumido no país, segundo o sindicalista, vem da Bolívia.
"Não há um fornecedor que possa substituir a Bolívia de imediato. A incógnita é como ficará a situação se não houver um acordo".
Para Seidel, um aumento do preço do gás boliviano poderá inviabilizar projetos em alguns setores e até provocar desempregos no Brasil.
"Nós precisamos aguardar o desfecho para saber quais serão os próximos passos e se os consumidores brasileiros realmente serão afetados", disse.
O Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo também se mostrou favorável à posição de Morales. 'A posição dos trabalhadores é de apoio integral à decisão do presidente boliviano', disse o diretor do sindicato, Antonio Carlos Spis. "Se o Brasil pode ter controle sobre o seu petróleo, porque a Bolívia não?", justificou.
Spis, no entanto, acredita que vai ser possível uma renegociação com a Bolívia e que a posição do presidente não deve se sustentar por muito tempo. "A Bolívia não tem mercado consumidor e 80% do gás é exportado. Acho que é uma decisão radical no início, mas vai haver necessidade de renegociação".
Para Spis, a Bolívia não pode continuar com os atuais acordos. "Mas a nacionalização integral não vai acontecer e vai ser preciso fazer parcerias. Essa radicalização abre espaço para o debate", defendeu.
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