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03/05/2006
-
09h35
AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo
Os bolivianos que vivem em São Paulo, apesar de apoiarem o presidente Evo Morales, temem que haja rompimento de relações entre os países e a situação dos imigrantes fique mais complicada no Brasil após a nacionalização dos hidrocarbonetos.
"Estou preocupado. Foi feito um acordo bilateral para facilitar a legalização de imigrantes e temo que ele 'vá para o brejo'", diz o costureiro Angelo Vargas Poma, 38, no Brasil desde 1990.
Para se legalizarem hoje, os imigrantes bolivianos precisam pagar uma multa que varia de R$ 300 a R$ 800, dependendo do tempo de permanência no Brasil de forma ilegal.
Segundo Wilson Ferreira Campos, casado com uma boliviana e presidente de uma associação cultural que reúne os bolivianos, esse povo é muito discriminado em São Paulo. "Com a medida de Morales, a tendência é que eles sejam ainda mais discriminados."
Os bolivianos tentam acompanhar, como podem, as ações do presidente e a repercussão de seus atos no Brasil. Têm utilizado a internet para buscar notícias e trocam informações por meio também de uma rádio, clandestina, com grande audiência entre os imigrantes.
"Tudo ficará melhor para os bolivianos [com a medida]. Antes, as empresas estrangeiras só exploravam os nossos recursos [naturais]. Agora, terão que respeitar as leis do país e não poderão mais levar quase tudo embora", diz o costureiro Rubens Zabaleta, 25.
A Bolívia é aqui
Na rua Coimbra, que concentra bolivianos no bairro do Brás (central de SP), há um salão de cabeleireiro com a placa de "peluqueria" na entrada e um restaurante chamado La Paz. Dentro do estabelecimento, garrafas de bebidas do país de origem compõem a decoração.
Para Vilma Montano, 47, boliviana e proprietária do restaurante, o presidente Morales tenta resolver hoje um problema antigo do país. "Ele está tentando reformular os acordos feitos em governos anteriores que não eram bons para o país."
Em sua opinião, Morales foi o único governante que teve coragem de ir contra o capital estrangeiro. "Temos uma grande expectativa que seu governo dê certo. Espero que ele consiga terminar o mandato", diz.
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"Estou preocupado. Foi feito um acordo bilateral para facilitar a legalização de imigrantes e temo que ele 'vá para o brejo'", diz o costureiro Angelo Vargas Poma, 38, no Brasil desde 1990.
Para se legalizarem hoje, os imigrantes bolivianos precisam pagar uma multa que varia de R$ 300 a R$ 800, dependendo do tempo de permanência no Brasil de forma ilegal.
Segundo Wilson Ferreira Campos, casado com uma boliviana e presidente de uma associação cultural que reúne os bolivianos, esse povo é muito discriminado em São Paulo. "Com a medida de Morales, a tendência é que eles sejam ainda mais discriminados."
Os bolivianos tentam acompanhar, como podem, as ações do presidente e a repercussão de seus atos no Brasil. Têm utilizado a internet para buscar notícias e trocam informações por meio também de uma rádio, clandestina, com grande audiência entre os imigrantes.
"Tudo ficará melhor para os bolivianos [com a medida]. Antes, as empresas estrangeiras só exploravam os nossos recursos [naturais]. Agora, terão que respeitar as leis do país e não poderão mais levar quase tudo embora", diz o costureiro Rubens Zabaleta, 25.
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Na rua Coimbra, que concentra bolivianos no bairro do Brás (central de SP), há um salão de cabeleireiro com a placa de "peluqueria" na entrada e um restaurante chamado La Paz. Dentro do estabelecimento, garrafas de bebidas do país de origem compõem a decoração.
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