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03/05/2006 - 16h31

Petrobras desiste de investir mais na Bolívia e rejeita alta de preços

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IVONE PORTES
da Folha Online, no Rio

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou hoje que a empresa desistiu de fazer novos investimentos na Bolívia e que não vai aceitar um possível aumento dos preços cobrados pelo país vizinho para a venda de gás ao Brasil.

Em entrevista no Rio de Janeiro, Gabrielli afirmou que a empresa não vai mais participar de licitação para a ampliação do gasoduto Brasil-Bolívia, que poderia levar ao aumento do fornecimento do gás natural ao país.

"Estamos suspendendo qualquer possibilidade de investimento na Bolívia", disse ele, que afirmou que os únicos recursos novos que têm sido injetados no país vizinho são para a manutenção dos equipamentos já instalados.

"Todos os investimentos significativos da nossa presença na Bolívia, incluindo o Gasbol, ocorrem até 2002", acrescentou.

Dados apontados pelo presidente da Petrobras mostram que os investimentos da companhia na Bolívia despencaram de US$ 218,4 milhões, em 2002, para US$ 18 milhões em 2005.

"Portanto, o que existe na Bolívia é uma relação de produção importante para o mercado brasileiro. Não há aumento da exposição da Petrobras na Bolívia por parte desta atual gestão da empresa. Há manutenção e correção de certos problemas que existiam lá", afirmou.

Questionado se a decisão de suspender investimentos seria uma represália à decisão da Bolívia de nacionalizar o petróleo e o gás, ele respondeu: "Não, é um problema de análise econômica das condições."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir com os presidentes Evo Morales (Bolívia), Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela) amanhã para discutir o preço do gás e possíveis investimentos em um gasoduto continental para a América do Sul.

Morales já adiantou que as empresas de petróleo instaladas no país "vão lucrar menos" daqui em diante.

Gabrielli, no entanto, descartou que a Petrobras possa aceitar aumentar o preço atualmente pago pelo gás boliviano

"É provável que a Bolívia solicite alteração [de preços], mas não vamos aceitar", disse a jornalistas.

Ele afirmou que a empresa tem um contrato "legitimamente estabelecido com a Bolívia". "Temos que partir do princípio de que há regulação e que ela será respeitada", disse. "Senão, qual seria a alternativa, pensar em armas de destruição em massa?", ironizou.

Segundo o executivo, a Petrobras pode tentar anular o aumento de preços em um tribunal internacional de arbitragem nos Estados Unidos.

"Isso tem que ser discutido no fórum de Nova York, no American Arbitration Association", disse.

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