Publicidade
Publicidade
04/05/2006
-
09h14
FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, em Santa Cruz de La Sierra
O governo boliviano tem utilizado funcionários da estatal venezuelana PDVSA para fazer levantamentos técnicos e vistoriar as operações de empresas multinacionais que atuam no país, segundo avaliação interna da Petrobras Bolívia, que vê uma "predominância" dessa empresa na debilitada YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), a estatal boliviana.
"Os funcionários da YPFB estão sendo apoiados técnica e logisticamente por um contingente da PDVSA", disse à Folha um funcionário da Petrobras Bolívia, sob a condição do anonimato. Segundo ele, em várias ocasiões, funcionários da Petrobras testemunharam a presença de assessores da estatal venezuelana nas oficinas da YPFB em La Paz, embora não tenham se reunido formalmente com eles.
"No caso da Petrobras Refinación, nos foi solicitado o ingresso do pessoal da PDVSA nas refinarias", disse esse funcionário, que não soube informar se o pedido havia sido aceito. A solicitação, segundo ele, foi feita utilizando o nome da YPFB.
Outro funcionário da Petrobras confirmou à Folha que uma comitiva de três técnicos da YPFB e três da PDVSA estiveram na refinaria da Petrobras em Cochabamba sob o pretexto de uma inspeção. De acordo com o decreto de nacionalização de segunda-feira, essa planta e a refinaria da estatal brasileira em Santa Cruz passarão a ter o controle acionário do Estado boliviano.
"Em Santa Cruz, chegou uma comitiva de 26 venezuelanos da PDVSA antes das medidas. E antes eles haviam visitado todas as instalações petrolíferas da Bolívia", disse esse funcionário.
Em sua interpretação pessoal, a PDVSA ajudou a nacionalização ao assegurar o suporte técnico para a operação.
O presidente da YPFB, Jorge Alvarado, confirmou a presença de técnicos da PDVSA no país, mas ele disse que são apenas 12 no momento e que a missão deles não é auxiliar o governo boliviano, mas avaliar futuros investimentos no país.
"Existem convênios com a PDVSA para ela participar em projetos em toda a cadeia hidrocarbonífera. Por isso, os técnicos venezuelanos estão aqui, avaliando a informação que temos para participar na exploração, produção e industrialização. A PDVSA fará investimentos em toda a cadeia", afirmou ontem.
Uma das grandes beneficiadas pela alta do petróleo, a PDVSA (Petroleros de Venezuela S.A.), é bem maior do que a Petrobras: é a quarta maior do setor no mundo, com vendas de US$ 46 bilhões em 2003. A estatal brasileira é a 15ª maior, segundo a publicação "Petroleum Intelligence Weekly".
O faturamento da PDVSA tem sido instrumento do presidente Hugo Chávez para financiar a chamada "petrodiplomacia".
Em contrapartida, a YPFB é a grande prima pobre das três empresas, dispondo atualmente de apenas 650 funcionários (a Petrobras Bolívia tem 838), quase todos empregados na burocracia. Uma das prioridades do governo Evo Morales é promover a chamada refundação da estatal.
O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz, anunciou ontem que a YPFB deve fechar nos próximos dias um acordo com a PDVSA para instalação de uma indústria separadora de gás no departamento (Estado) de Santa Cruz.
Leia mais
Evo Morales diz que Petrobras "chantageia" Bolívia
Lula, Morales, Kirchner e Chávez discutem gás
Governo Morales quer alta de 45% em preço do gás
Bolivianos se enfrentam na fronteira como Brasil
Especial
Confira a cobertura completa da nacionalização na Bolívia
Estatal venezuelana auxilia nacionalização
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Santa Cruz de La Sierra
O governo boliviano tem utilizado funcionários da estatal venezuelana PDVSA para fazer levantamentos técnicos e vistoriar as operações de empresas multinacionais que atuam no país, segundo avaliação interna da Petrobras Bolívia, que vê uma "predominância" dessa empresa na debilitada YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), a estatal boliviana.
"Os funcionários da YPFB estão sendo apoiados técnica e logisticamente por um contingente da PDVSA", disse à Folha um funcionário da Petrobras Bolívia, sob a condição do anonimato. Segundo ele, em várias ocasiões, funcionários da Petrobras testemunharam a presença de assessores da estatal venezuelana nas oficinas da YPFB em La Paz, embora não tenham se reunido formalmente com eles.
"No caso da Petrobras Refinación, nos foi solicitado o ingresso do pessoal da PDVSA nas refinarias", disse esse funcionário, que não soube informar se o pedido havia sido aceito. A solicitação, segundo ele, foi feita utilizando o nome da YPFB.
Outro funcionário da Petrobras confirmou à Folha que uma comitiva de três técnicos da YPFB e três da PDVSA estiveram na refinaria da Petrobras em Cochabamba sob o pretexto de uma inspeção. De acordo com o decreto de nacionalização de segunda-feira, essa planta e a refinaria da estatal brasileira em Santa Cruz passarão a ter o controle acionário do Estado boliviano.
"Em Santa Cruz, chegou uma comitiva de 26 venezuelanos da PDVSA antes das medidas. E antes eles haviam visitado todas as instalações petrolíferas da Bolívia", disse esse funcionário.
Em sua interpretação pessoal, a PDVSA ajudou a nacionalização ao assegurar o suporte técnico para a operação.
O presidente da YPFB, Jorge Alvarado, confirmou a presença de técnicos da PDVSA no país, mas ele disse que são apenas 12 no momento e que a missão deles não é auxiliar o governo boliviano, mas avaliar futuros investimentos no país.
"Existem convênios com a PDVSA para ela participar em projetos em toda a cadeia hidrocarbonífera. Por isso, os técnicos venezuelanos estão aqui, avaliando a informação que temos para participar na exploração, produção e industrialização. A PDVSA fará investimentos em toda a cadeia", afirmou ontem.
Uma das grandes beneficiadas pela alta do petróleo, a PDVSA (Petroleros de Venezuela S.A.), é bem maior do que a Petrobras: é a quarta maior do setor no mundo, com vendas de US$ 46 bilhões em 2003. A estatal brasileira é a 15ª maior, segundo a publicação "Petroleum Intelligence Weekly".
O faturamento da PDVSA tem sido instrumento do presidente Hugo Chávez para financiar a chamada "petrodiplomacia".
Em contrapartida, a YPFB é a grande prima pobre das três empresas, dispondo atualmente de apenas 650 funcionários (a Petrobras Bolívia tem 838), quase todos empregados na burocracia. Uma das prioridades do governo Evo Morales é promover a chamada refundação da estatal.
O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz, anunciou ontem que a YPFB deve fechar nos próximos dias um acordo com a PDVSA para instalação de uma indústria separadora de gás no departamento (Estado) de Santa Cruz.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice