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04/05/2006
-
12h11
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O encarregado de negócios da Bolívia no Brasil, Pedro Gumucio, disse hoje que o seu país não abre mão de aumentar o preço do gás. Gumucio sinalizou que o valor pode chegar ao pago pelos Estados Unidos, de US$ 7 por milhar de metros cúbicos.
"Nós esperamos um incremento do custo do gás que hoje está defasado. Nos Estados Unidos, o preço é de US$ 4, US$ 6, US$ 7 por milhar de metros cúbicos", disse. Hoje o Brasil paga US$ 3,13 pelo milhar de metros cúbicos.
Segundo Gumucio, se a medida vai significar aumento de preços para os consumidores brasileiros, não é de responsabilidade do governo da Bolívia.
Ele recomendou que o presidente Lula siga o que fazem os seus colegas da Bolívia e Venezuela e reduza os impostos cobrados sobre o gás para evitar aumento de preços.
"É errado dizer que inevitavelmente haverá aumento de preços do gás no Brasil. Essa é uma decisão que caberá ao governo brasileiro.
A Bolívia e a Venezuela, por exemplo, cobram impostos mínimos sobre o combustível para que os consumidores tenham acesso ao petróleo", afirmou. "A gasolina na Bolívia é três vezes mais barata do que a cobrado no Brasil", continuou.
Sobre a determinação da Petrobras de não aceitar pagar mais pelo gás extraído na Bolívia, o encarregado de negócios afirmou que é uma decisão da empresa brasileira, mas salientou que não acredita que a estatal deixará a Bolívia.
Segundo Gumucio, o decreto do presidente Evo Morales --que nacionalizou o gás e o petróleo-- prevê que todos os contratos serão negociados num prazo de seis meses. "O decreto não rompe com os contratos, apenas os coloca em negociação", disse.
O governo boliviano aposta que as políticas sociais do governo Lula levarão mais brasileiros a terem acesso à renda e, portanto, se tornarem novos consumidores de gás. Neste sentido, a Petrobras não teria como atender esta demanda apenas no mercado interno.
"O processo de redução da pobreza vai levar a um maior consumo de energia elétrica. O Brasil certamente vai precisar comprar gás da Bolívia, da Venezuela e de outros países", disse Pedro Gumucio.
Na avaliação de Gumucio, as relações da Bolívia com o Brasil não foram afetadas em razão da nacionalização do gás e do petróleo. "Os dois países têm uma relação pacífica há mais de cem anos. Que não se resumem a um gasoduto. A questão da água será muito importante também", observou.
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O encarregado de negócios da Bolívia no Brasil, Pedro Gumucio, disse hoje que o seu país não abre mão de aumentar o preço do gás. Gumucio sinalizou que o valor pode chegar ao pago pelos Estados Unidos, de US$ 7 por milhar de metros cúbicos.
"Nós esperamos um incremento do custo do gás que hoje está defasado. Nos Estados Unidos, o preço é de US$ 4, US$ 6, US$ 7 por milhar de metros cúbicos", disse. Hoje o Brasil paga US$ 3,13 pelo milhar de metros cúbicos.
Segundo Gumucio, se a medida vai significar aumento de preços para os consumidores brasileiros, não é de responsabilidade do governo da Bolívia.
Ele recomendou que o presidente Lula siga o que fazem os seus colegas da Bolívia e Venezuela e reduza os impostos cobrados sobre o gás para evitar aumento de preços.
"É errado dizer que inevitavelmente haverá aumento de preços do gás no Brasil. Essa é uma decisão que caberá ao governo brasileiro.
A Bolívia e a Venezuela, por exemplo, cobram impostos mínimos sobre o combustível para que os consumidores tenham acesso ao petróleo", afirmou. "A gasolina na Bolívia é três vezes mais barata do que a cobrado no Brasil", continuou.
Sobre a determinação da Petrobras de não aceitar pagar mais pelo gás extraído na Bolívia, o encarregado de negócios afirmou que é uma decisão da empresa brasileira, mas salientou que não acredita que a estatal deixará a Bolívia.
Segundo Gumucio, o decreto do presidente Evo Morales --que nacionalizou o gás e o petróleo-- prevê que todos os contratos serão negociados num prazo de seis meses. "O decreto não rompe com os contratos, apenas os coloca em negociação", disse.
O governo boliviano aposta que as políticas sociais do governo Lula levarão mais brasileiros a terem acesso à renda e, portanto, se tornarem novos consumidores de gás. Neste sentido, a Petrobras não teria como atender esta demanda apenas no mercado interno.
"O processo de redução da pobreza vai levar a um maior consumo de energia elétrica. O Brasil certamente vai precisar comprar gás da Bolívia, da Venezuela e de outros países", disse Pedro Gumucio.
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