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06/05/2006
-
09h12
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Aimorés
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que, se houver aumento do preço do gás comprado da Bolívia, o custo não será bancado pela população brasileira. Segundo Lula, que deverá anunciar oficialmente no mês que vem que disputará a reeleição, o eventual aumento do preço do gás será absorvido pela Petrobras.
"Não acontecerá nada com os consumidores brasileiros, porque não tenho dúvida nenhuma de que a Bolívia vai cumprir os contratos com o Brasil.
Não tenho dúvida nenhuma de que o gás não vai aumentar. E, se aumentar, vai aumentar para a Petrobras, e não para o consumidor brasileiro", afirmou Lula em discurso, durante inauguração de uma usina hidrelétrica da Vale do Rio Doce e da Cemig (estatal mineira de energia) em Aimorés (MG).
O presidente disse ter reclamado do seu colega boliviano, Evo Morales, do fato de ele ter mandado o Exército cercar as refinarias da Petrobras no país. A reclamação foi feita anteontem, em encontro na Argentina, também com Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela).
"Eu disse ao presidente Morales: "Não precisava mandar cercar a Petrobras, porque nós temos endereço, temos residência fixa". Essas coisas nós precisamos tratar com muito respeito", afirmou, respondendo às críticas de que não foi duro o suficiente com os bolivianos, diante da ameaça do rompimento de contratos e de expropriação da Petrobras local.
"Eles precisam de ajuda, não arrogância. E nós também precisamos de respeito e consideração. Então, vamos resolver isso negociando, sem bravata. Porque toda guerra começa quando um fala uma bravata, outro fala outra."
"Nós não temos tempo a perder. Nós vamos tratar a Bolívia negociando com a Bolívia. Não pensem que vou fazer com a Bolívia o que os americanos fizeram com o Iraque. Não vou. Nada de guerra porque eu sou da paz. E aquele povo lá é muito pobre e precisa de ajuda."
O presidente voltou a defender a negociação e a soberania da Bolívia na questão. Disse ainda que muitos outros países, como o Brasil, já estatizaram empresas.
Para Lula, a "regra do jogo" é: a Bolívia tem "o direito de tomar a sua decisão soberana", e a Petrobras, "o direito de exigir o pagamento pelo investimento que fez"; a Bolívia tem "o direito de pedir preço justo pelo gás", o Brasil, de "defender os interesses do preço justo a seus consumidores".
Quanto à Petrobras continuar investindo na Bolívia, disse que a estatal, como empresa, "investirá em qualquer lugar do mundo que lhe permita investir e ter o retorno do seu capital mais o lucro".
"E, se amanhã tiver um problema naquele país e tentarem causar um problema à empresa, ela vai para a Justiça para tentar rever aquilo que foi o investimento dela", afirmou ele, que fez questão de lembrar que em 2004 a Bolívia realizou um referendo nacional que aprovou as estatizações.
Apagão FHC
A fala de Lula aos empresários e políticos presentes não deixou de lado o tom eleitoral, especialmente na estratégia petista de promover Lula fazendo comparações com o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No caso de ontem, Lula lembrou do "apagão" energético de 2001.
"O que aconteceu com a Bolívia, como foi com o apagão, é um outro aviso para nós", disse ele, explicitando o caso ocorrido com o seu rival político. "Não foi falta de aviso. Milhares ou centenas de técnicos avisaram que nós teríamos um colapso. Alguns não quiseram acreditar, e o colapso veio."
E completou: "O que é importante saber é que naquele tempo você tinha excesso de energia na região Sul do país, e você não tinha linhas para poder transmitir para o Sudeste. Foi por isso que nós tomamos a atitude de trabalhar com muita rapidez as linhas de transmissões".
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da Agência Folha, em Aimorés
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que, se houver aumento do preço do gás comprado da Bolívia, o custo não será bancado pela população brasileira. Segundo Lula, que deverá anunciar oficialmente no mês que vem que disputará a reeleição, o eventual aumento do preço do gás será absorvido pela Petrobras.
"Não acontecerá nada com os consumidores brasileiros, porque não tenho dúvida nenhuma de que a Bolívia vai cumprir os contratos com o Brasil.
Não tenho dúvida nenhuma de que o gás não vai aumentar. E, se aumentar, vai aumentar para a Petrobras, e não para o consumidor brasileiro", afirmou Lula em discurso, durante inauguração de uma usina hidrelétrica da Vale do Rio Doce e da Cemig (estatal mineira de energia) em Aimorés (MG).
O presidente disse ter reclamado do seu colega boliviano, Evo Morales, do fato de ele ter mandado o Exército cercar as refinarias da Petrobras no país. A reclamação foi feita anteontem, em encontro na Argentina, também com Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela).
"Eu disse ao presidente Morales: "Não precisava mandar cercar a Petrobras, porque nós temos endereço, temos residência fixa". Essas coisas nós precisamos tratar com muito respeito", afirmou, respondendo às críticas de que não foi duro o suficiente com os bolivianos, diante da ameaça do rompimento de contratos e de expropriação da Petrobras local.
"Eles precisam de ajuda, não arrogância. E nós também precisamos de respeito e consideração. Então, vamos resolver isso negociando, sem bravata. Porque toda guerra começa quando um fala uma bravata, outro fala outra."
"Nós não temos tempo a perder. Nós vamos tratar a Bolívia negociando com a Bolívia. Não pensem que vou fazer com a Bolívia o que os americanos fizeram com o Iraque. Não vou. Nada de guerra porque eu sou da paz. E aquele povo lá é muito pobre e precisa de ajuda."
O presidente voltou a defender a negociação e a soberania da Bolívia na questão. Disse ainda que muitos outros países, como o Brasil, já estatizaram empresas.
Para Lula, a "regra do jogo" é: a Bolívia tem "o direito de tomar a sua decisão soberana", e a Petrobras, "o direito de exigir o pagamento pelo investimento que fez"; a Bolívia tem "o direito de pedir preço justo pelo gás", o Brasil, de "defender os interesses do preço justo a seus consumidores".
Quanto à Petrobras continuar investindo na Bolívia, disse que a estatal, como empresa, "investirá em qualquer lugar do mundo que lhe permita investir e ter o retorno do seu capital mais o lucro".
"E, se amanhã tiver um problema naquele país e tentarem causar um problema à empresa, ela vai para a Justiça para tentar rever aquilo que foi o investimento dela", afirmou ele, que fez questão de lembrar que em 2004 a Bolívia realizou um referendo nacional que aprovou as estatizações.
Apagão FHC
A fala de Lula aos empresários e políticos presentes não deixou de lado o tom eleitoral, especialmente na estratégia petista de promover Lula fazendo comparações com o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No caso de ontem, Lula lembrou do "apagão" energético de 2001.
"O que aconteceu com a Bolívia, como foi com o apagão, é um outro aviso para nós", disse ele, explicitando o caso ocorrido com o seu rival político. "Não foi falta de aviso. Milhares ou centenas de técnicos avisaram que nós teríamos um colapso. Alguns não quiseram acreditar, e o colapso veio."
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