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09/05/2006
-
15h29
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira que a atuação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, no episódio da nacionalização das reservas de gás natural e petróleo na Bolívia causou desconforto no governo brasileiro.
"Foi transmitido a Chávez nosso desconforto e o desconforto pessoal do presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva], de maneira inequívoca, com as ações praticadas", disse Amorim em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Segundo Amorim, Lula disse que essa postura poderia colocar em risco até mesmo a construção do gasoduto do Sul (entre Venezuela, Argentina e Brasil) e a integração sul-americana.
"Esse desconforto foi expressado de maneira inequívoca pelo presidente Lula ao ponto de me dizer que isso colocaria em risco não somente o gasoduto mas a própria integração sul-americana", disse.
Entretanto, Amorim disse que "as conversas foram francas" e houve um entendimento. Questionado pelos senadores sobre o motivo da presença de Chávez na reunião presidencial em Puerto Iguazú (Argentina) na semana passada, o ministro explicou que não é possível separar a Venezuela da discussão pois o país tem as maiores reservas de gás na América do Sul.
Ao mencionar o descontentamento do governo brasileiro, Amorim fez referência ao fato de que haveria funcionários da PDVSA (Petroleos de Venezuela), a companhia petrolífera estatal venezuelana, assessorando a Bolívia no episódio da nacionalização do petróleo e gás.
Publicamente Chávez negou que tenha influenciado a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de petróleo e gás. Já Morales disse que a decisão foi tomada no dia 27 de abril --portanto, antes de ele se encontrar com Chávez e o ditador cubano Fidel Castro no final do mês passado em Cuba e de decretar a nacionalização no dia 1º de maio.
Hoje, entretanto, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) estão na Venezuela para tratar questões relativas ao gás.
Somente amanhã os dois brasileiros se reunirão com autoridades bolivianas para conversar sobre possíveis reajustes do combustível.
Liderança
Diante de uma série de críticas de senadores da oposição sobre a postura brasileira no episódio com a Bolívia e a possibilidade de que o presidente Lula estivesse perdendo a liderança na América do Sul para Chávez, Amorim foi enfático ao dizer que "não há integração [na região] sem a participação do Brasil".
Ele voltou a criticar o que considerou uma "desnecessária e inconveniente" presença de forças militares bolivianas nas refinarias da Petrobras, mas defendeu o diálogo para que se chegue a um acordo com a Bolívia.
Segundo ele, é melhor agir para buscar resultados ao invés de responder de forma "estridente" a críticas e declarações na imprensa. Segundo ele, o efeito dessa política adotada pelo Brasil tem sido positivo em relação à Bolívia, que tem reagido, disse Amorim, com declarações "mais amenas".
"Se entrássemos em uma escalada de retaliações, estaríamos despertando ações irracionais", disse. O ministro considerou no entanto, que as medidas da Bolívia foram "adolescentes" e foram tomadas em um contexto de período pré-assembléia constituinte.
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da Folha Online, em Brasília
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira que a atuação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, no episódio da nacionalização das reservas de gás natural e petróleo na Bolívia causou desconforto no governo brasileiro.
"Foi transmitido a Chávez nosso desconforto e o desconforto pessoal do presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva], de maneira inequívoca, com as ações praticadas", disse Amorim em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Segundo Amorim, Lula disse que essa postura poderia colocar em risco até mesmo a construção do gasoduto do Sul (entre Venezuela, Argentina e Brasil) e a integração sul-americana.
"Esse desconforto foi expressado de maneira inequívoca pelo presidente Lula ao ponto de me dizer que isso colocaria em risco não somente o gasoduto mas a própria integração sul-americana", disse.
Entretanto, Amorim disse que "as conversas foram francas" e houve um entendimento. Questionado pelos senadores sobre o motivo da presença de Chávez na reunião presidencial em Puerto Iguazú (Argentina) na semana passada, o ministro explicou que não é possível separar a Venezuela da discussão pois o país tem as maiores reservas de gás na América do Sul.
Ao mencionar o descontentamento do governo brasileiro, Amorim fez referência ao fato de que haveria funcionários da PDVSA (Petroleos de Venezuela), a companhia petrolífera estatal venezuelana, assessorando a Bolívia no episódio da nacionalização do petróleo e gás.
Publicamente Chávez negou que tenha influenciado a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de petróleo e gás. Já Morales disse que a decisão foi tomada no dia 27 de abril --portanto, antes de ele se encontrar com Chávez e o ditador cubano Fidel Castro no final do mês passado em Cuba e de decretar a nacionalização no dia 1º de maio.
Hoje, entretanto, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) estão na Venezuela para tratar questões relativas ao gás.
Somente amanhã os dois brasileiros se reunirão com autoridades bolivianas para conversar sobre possíveis reajustes do combustível.
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Diante de uma série de críticas de senadores da oposição sobre a postura brasileira no episódio com a Bolívia e a possibilidade de que o presidente Lula estivesse perdendo a liderança na América do Sul para Chávez, Amorim foi enfático ao dizer que "não há integração [na região] sem a participação do Brasil".
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"Se entrássemos em uma escalada de retaliações, estaríamos despertando ações irracionais", disse. O ministro considerou no entanto, que as medidas da Bolívia foram "adolescentes" e foram tomadas em um contexto de período pré-assembléia constituinte.
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