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12/05/2006
-
16h43
da Folha Online
A justificativa da Bolívia para se opor à participação da Petrobras na construção do gasoduto sul-americano tem como base dados incorretos apresentados ao Senado pelo ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada.
"Para que o gasoduto funcione necessitamos que as empresas que participam dos gasoduto sejam estatais", afirmou Solíz. "E aqui surge um gravíssimo problema com a Petrobras porque 60% da Petrobras está nas mãos de trasnacionais."
Segundo a Petrobras divulgou em seu site de relações com investidores, entretanto, seu capital social está dividido da seguinte forma: União (32,2%); BNDESPar, que reúne as participações acionárias do BNDES em empresas (7,6%); ADRs, que são papéis da empresa negociados em Nova York (31,2%); ações compradas por trabalhadores com o FGTS (2,6%); investidores estrangeiros (8,3%) e demais pessoas físicas e jurídicas (18%).
Ou seja, quase 40% da ações seriam do governo e o restante estaria nas mãos de investidores nacionais e estrangeiros, mas não com empresas transnacionais.
O controle da Petrobras, entretanto, está nas mãos da União, que possui 55,7% das ações ordinárias (com direito a voto) mais 1,9% por meio do BNDESPar.
Para Soliz Rada, só empresas estatais devem participar do gasoduto porque não se pode realizar grandes investimentos para beneficiar a empresas de petróleo transnacionais sócias da Petrobras.
"A Petrobras vai ter que tomar uma definição. O que posso assegurar é que enquanto a Petrobras tenha como sócios majoritários essas transnacionais, entendo que o governo do presidente Evo Morales não vai dar sua autorização para que participemos desse megaduto", disse ontem.
O ministro Celso Amorim rebateu as declarações hoje ao afirmar que sem o Brasil o gasotuo não sai e que teria que fazer uma volta tão grande que passaria a sero o "Gasoduto do Oeste", e não o Gasoduto do Sul.
O projeto do gasoduto sul-americano está orçado em cerca de US$ 25 bilhões. Se construído, o duto terá 8 mil km de comprimento e trará o gás Venezuelano para o Brasil e para a Argentina.
O presidente Hugo Chávez (Venezuela) quer incluir a Bolívia e outros países no projeto. A Bolívia também seria fornecedora do gás e outros países, como o Chile e o Uruguai, poderiam ser beneficados com o fornecimento.
Para especialistas do setor, entretanto, o gasoduto aumentaria a dependência do Brasil com a Venezuela, o que pode trazer instabilidades no futuro.
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Bolívia usa dados incorretos para se opor a Petrobras no gasoduto
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A justificativa da Bolívia para se opor à participação da Petrobras na construção do gasoduto sul-americano tem como base dados incorretos apresentados ao Senado pelo ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada.
"Para que o gasoduto funcione necessitamos que as empresas que participam dos gasoduto sejam estatais", afirmou Solíz. "E aqui surge um gravíssimo problema com a Petrobras porque 60% da Petrobras está nas mãos de trasnacionais."
Segundo a Petrobras divulgou em seu site de relações com investidores, entretanto, seu capital social está dividido da seguinte forma: União (32,2%); BNDESPar, que reúne as participações acionárias do BNDES em empresas (7,6%); ADRs, que são papéis da empresa negociados em Nova York (31,2%); ações compradas por trabalhadores com o FGTS (2,6%); investidores estrangeiros (8,3%) e demais pessoas físicas e jurídicas (18%).
Ou seja, quase 40% da ações seriam do governo e o restante estaria nas mãos de investidores nacionais e estrangeiros, mas não com empresas transnacionais.
O controle da Petrobras, entretanto, está nas mãos da União, que possui 55,7% das ações ordinárias (com direito a voto) mais 1,9% por meio do BNDESPar.
Para Soliz Rada, só empresas estatais devem participar do gasoduto porque não se pode realizar grandes investimentos para beneficiar a empresas de petróleo transnacionais sócias da Petrobras.
"A Petrobras vai ter que tomar uma definição. O que posso assegurar é que enquanto a Petrobras tenha como sócios majoritários essas transnacionais, entendo que o governo do presidente Evo Morales não vai dar sua autorização para que participemos desse megaduto", disse ontem.
O ministro Celso Amorim rebateu as declarações hoje ao afirmar que sem o Brasil o gasotuo não sai e que teria que fazer uma volta tão grande que passaria a sero o "Gasoduto do Oeste", e não o Gasoduto do Sul.
O projeto do gasoduto sul-americano está orçado em cerca de US$ 25 bilhões. Se construído, o duto terá 8 mil km de comprimento e trará o gás Venezuelano para o Brasil e para a Argentina.
O presidente Hugo Chávez (Venezuela) quer incluir a Bolívia e outros países no projeto. A Bolívia também seria fornecedora do gás e outros países, como o Chile e o Uruguai, poderiam ser beneficados com o fornecimento.
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