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12/05/2006
-
10h51
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo pressões para tomar uma atitude dura contra o governo da Bolívia, que decretou no dia 1º deste mês a nacionalização de suas reservas de gás e petróleo no país, disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
A afirmação foi destaque de jornais bolivianos nesta sexta-feira. Segundo o diário "La Razón", Chávez disse ontem, em sua visita ao papa Bento 16, que Lula disse a ele em particular: "Chávez, alguns aqui me pedem para tomar uma atitude dura contra a Bolívia, mas não vou tomá-la".
O presidente venezuelano disse ainda, segundo o "La Razón", que alguns setores no Brasil e nos EUA "querem que Lula mande uma coluna de tanques de guerra para resgatar o campo de gás onde a Petrobras opera".
Chávez disse que "Lula é um homem consciente, de grande sensibilidade, e está submetido a uma infinita pressão todos os dias."
As declarações de Chávez também foram mencionadas em reportagem do diário boliviano "El Mundo".
"Não haverá ruptura, como querem alguns, entre o Brasil e a Bolívia, nem entre a Argentina e o Uruguai", disse Chávez, referindo-se à divergência entre argentinos e uruguaios sobre a instalação de uma fábrica de papel perto da fronteira de ambos.
O presidente venezuelano disse que, "além das conjunturas, há uma forte vocação à integração sobretudo entre dois países como a Venezuela e o Brasil, que não têm nenhum problema histórico grave pendente, como há entre outros países".
Em reportagem publicada ontem, a revista britânica "The Economist" afirmou que Chávez "humilhou" Lula e estaria transformando o presidente brasileiro em um "espectador irrelevante" dos acontecimentos na América Latina. Afirma ainda que o presidente boliviano, Evo Morales, teria agido aconselhado, "e aparentemente inspirado", por Chávez.
Indenizações
Morales fez declarações ontem que tiveram repercussão negativa no Brasil. Ele disse que a Petrobras operava de modo "ilegal" e "inconstitucional" na Bolívia, e que não haveria motivos para que se pensasse em 'compensação' para a estatal brasileira, no processo de nacionalização das refinarias que a empresa tem na Bolívia.
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, rebateu as declarações de Morales e disse que caberia ao Judiciário ou a uma decisão arbitral (no caso da Corte de Arbitragem de Nova York) avaliar essa legalidade.
Sem comentar diretamente as declarações de Morales, Rondeau admitiu que "lamentava" e "estranhava" as afirmações, que estariam em 'desacordo' com o que se tratou na Bolívia. Em reunião técnica realizada na quarta-feira com a presença da Petrobras e da YPFB, além dos ministros dos dois países, foi retirado um documento com o compromisso de se buscar um acordo negociado para a situação da estatal brasileira no país e para o preço do gás natural vendido ao Brasil.
A Petrobras divulgou ontem uma nota, na qual manifestou "sua indignação diante de acusações de que a companhia possa ter, em qualquer momento, operado deliberadamente à margem da lei, seja na Bolívia ou em qualquer país onde atue".
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que o presidente Lula ficou "indignado" com as declarações de Morales. Segundo ele, o Brasil vem atuando com moderação e vai continuar a fazê-lo, mas "nem o governo nem a Petrobras deixarão de defender os interesses brasileiros legítimos".
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem recebendo pressões para tomar uma atitude dura contra o governo da Bolívia, que decretou no dia 1º deste mês a nacionalização de suas reservas de gás e petróleo no país, disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
A afirmação foi destaque de jornais bolivianos nesta sexta-feira. Segundo o diário "La Razón", Chávez disse ontem, em sua visita ao papa Bento 16, que Lula disse a ele em particular: "Chávez, alguns aqui me pedem para tomar uma atitude dura contra a Bolívia, mas não vou tomá-la".
O presidente venezuelano disse ainda, segundo o "La Razón", que alguns setores no Brasil e nos EUA "querem que Lula mande uma coluna de tanques de guerra para resgatar o campo de gás onde a Petrobras opera".
Chávez disse que "Lula é um homem consciente, de grande sensibilidade, e está submetido a uma infinita pressão todos os dias."
As declarações de Chávez também foram mencionadas em reportagem do diário boliviano "El Mundo".
"Não haverá ruptura, como querem alguns, entre o Brasil e a Bolívia, nem entre a Argentina e o Uruguai", disse Chávez, referindo-se à divergência entre argentinos e uruguaios sobre a instalação de uma fábrica de papel perto da fronteira de ambos.
O presidente venezuelano disse que, "além das conjunturas, há uma forte vocação à integração sobretudo entre dois países como a Venezuela e o Brasil, que não têm nenhum problema histórico grave pendente, como há entre outros países".
Em reportagem publicada ontem, a revista britânica "The Economist" afirmou que Chávez "humilhou" Lula e estaria transformando o presidente brasileiro em um "espectador irrelevante" dos acontecimentos na América Latina. Afirma ainda que o presidente boliviano, Evo Morales, teria agido aconselhado, "e aparentemente inspirado", por Chávez.
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Morales fez declarações ontem que tiveram repercussão negativa no Brasil. Ele disse que a Petrobras operava de modo "ilegal" e "inconstitucional" na Bolívia, e que não haveria motivos para que se pensasse em 'compensação' para a estatal brasileira, no processo de nacionalização das refinarias que a empresa tem na Bolívia.
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, rebateu as declarações de Morales e disse que caberia ao Judiciário ou a uma decisão arbitral (no caso da Corte de Arbitragem de Nova York) avaliar essa legalidade.
Sem comentar diretamente as declarações de Morales, Rondeau admitiu que "lamentava" e "estranhava" as afirmações, que estariam em 'desacordo' com o que se tratou na Bolívia. Em reunião técnica realizada na quarta-feira com a presença da Petrobras e da YPFB, além dos ministros dos dois países, foi retirado um documento com o compromisso de se buscar um acordo negociado para a situação da estatal brasileira no país e para o preço do gás natural vendido ao Brasil.
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