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21/06/2006
-
11h14
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Enquanto a Varig mantém 18 aeronaves em solo para evitar a perda delas para a Justiça, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pôs em prática ontem um plano emergencial para atender os passageiros desamparados no Brasil e em outros países. A hipótese de fretar vôos para buscar ou levar portadores de bilhete da companhia está na mesa.
A medida foi anunciada às 21h de ontem, pelo presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Até aquele momento, a agência não dispunha de números de passageiros desassistidos nem sabia a dimensão exata do problema. Assegurou, porém, que isso atingiria "menos de 50%" do total de vôos da Varig.
Uma das cidades atingidas é a alemã Munique, onde ocorrem jogos da Copa do Mundo.
Há meses a Anac diz preparar um plano de contingência para a eventualidade de falência da Varig, mas não divulga o documento porque seria uma "irresponsabilidade". Ontem, Zuanazzi voltou a pedir que os passageiros entendam a situação por que passa a companhia.
"Um pouquinho de paciência, com alguma dose de sentimento e compreensão, é fundamental nesta hora. Claro que ninguém gosta de ficar horas no aeroporto, mas a Varig tem um apelo sentimental e ninguém está falando que será uma situação eterna", apelou.
O plano de emergência consiste, basicamente, em acomodar passageiros da Varig em vôos da TAM e Gol, nos aeroportos já utilizados por elas, ou em empresas internacionais, como a Lufthansa, por meio do compartilhamento --também conhecido como "code share".
A alternativa de fretar aviões para transportar passageiros foi lançada ontem pela agência, mas ainda é cedo para dizer se haverá necessidade justamente por não se conhecer toda a extensão do problema. Uma equipe de técnicos da Anac passou o dia e início da noite de ontem vistoriando o sistema da Varig para traçar o diagnóstico até a manhã de hoje.
De concreto, a agência sabe apenas que será mais fácil atender os passageiros no Brasil. "A situação pode até ser mais grave no plano doméstico, mas a solução é mais fácil", apontou Zuanazzi, ressaltando que as empresas nacionais podem assumir esses compromissos facilmente.
A conta do plano, por enquanto, será paga pelas concorrentes da Varig. Os bilhetes da companhia vêm sendo endossados por TAM e Gol, responsáveis pela maior parte da contingência no mercado interno. Como e quando será feito o pagamento não foi dito pela Anac.
"A nossa preocupação central é com o usuário. Claro que temos uma relação com as empresas [...], mas o usuário neste momento deve ter prioridade."
Incerteza
Segundo o presidente da Anac, o plano de emergência não pode ser visto como um ensaio da contingência de uma eventual falência da Varig. Todos os olhos estão voltados para a capacidade da NV Participações, que arrematou a Varig em leilão judicial, em depositar US$ 75 milhões até amanhã. A NV é consórcio formado pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) com investidores.
Esse dinheiro será usado para pagamento de dívidas da companhia, mas não significa nem de longe o fim da agonia. Restam dificuldades de pagamento de combustível, taxas de embarque, INSS, entre outros. "Não há cancelamento nem redistribuição de linhas. O leilão se encerra na quinta-feira [amanhã]. Para o bem ou para o mal alguma coisa vai acontecer", disse Zuanazzi.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Enquanto a Varig mantém 18 aeronaves em solo para evitar a perda delas para a Justiça, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pôs em prática ontem um plano emergencial para atender os passageiros desamparados no Brasil e em outros países. A hipótese de fretar vôos para buscar ou levar portadores de bilhete da companhia está na mesa.
A medida foi anunciada às 21h de ontem, pelo presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Até aquele momento, a agência não dispunha de números de passageiros desassistidos nem sabia a dimensão exata do problema. Assegurou, porém, que isso atingiria "menos de 50%" do total de vôos da Varig.
Uma das cidades atingidas é a alemã Munique, onde ocorrem jogos da Copa do Mundo.
Há meses a Anac diz preparar um plano de contingência para a eventualidade de falência da Varig, mas não divulga o documento porque seria uma "irresponsabilidade". Ontem, Zuanazzi voltou a pedir que os passageiros entendam a situação por que passa a companhia.
"Um pouquinho de paciência, com alguma dose de sentimento e compreensão, é fundamental nesta hora. Claro que ninguém gosta de ficar horas no aeroporto, mas a Varig tem um apelo sentimental e ninguém está falando que será uma situação eterna", apelou.
O plano de emergência consiste, basicamente, em acomodar passageiros da Varig em vôos da TAM e Gol, nos aeroportos já utilizados por elas, ou em empresas internacionais, como a Lufthansa, por meio do compartilhamento --também conhecido como "code share".
A alternativa de fretar aviões para transportar passageiros foi lançada ontem pela agência, mas ainda é cedo para dizer se haverá necessidade justamente por não se conhecer toda a extensão do problema. Uma equipe de técnicos da Anac passou o dia e início da noite de ontem vistoriando o sistema da Varig para traçar o diagnóstico até a manhã de hoje.
De concreto, a agência sabe apenas que será mais fácil atender os passageiros no Brasil. "A situação pode até ser mais grave no plano doméstico, mas a solução é mais fácil", apontou Zuanazzi, ressaltando que as empresas nacionais podem assumir esses compromissos facilmente.
A conta do plano, por enquanto, será paga pelas concorrentes da Varig. Os bilhetes da companhia vêm sendo endossados por TAM e Gol, responsáveis pela maior parte da contingência no mercado interno. Como e quando será feito o pagamento não foi dito pela Anac.
"A nossa preocupação central é com o usuário. Claro que temos uma relação com as empresas [...], mas o usuário neste momento deve ter prioridade."
Incerteza
Segundo o presidente da Anac, o plano de emergência não pode ser visto como um ensaio da contingência de uma eventual falência da Varig. Todos os olhos estão voltados para a capacidade da NV Participações, que arrematou a Varig em leilão judicial, em depositar US$ 75 milhões até amanhã. A NV é consórcio formado pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) com investidores.
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