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21/06/2006 - 16h37

Varig continua a vender passagem para destinos que deixou de operar

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JOÃO SANDRINI
da Folha Online

A Varig continua a vender por meio de seu site na internet ou pelo telefone 4003-7000 passagens aéreas para os mesmos destinos que anunciou ter deixado de operar temporariamente a partir de hoje.

Devido à falta de aviões, a Varig informou que deixará de voar para 61% de seus destinos internacionais e de 30% dos nacionais. Ficam suspensos temporariamente vôos para Milão, Munique, Madri, Paris, Nova Iorque, Miami, Los Angeles, Cidade do México, Montevidéu, Assunção e Bogotá. Entre as linhas domésticas, não estão na lista de vôos que continuarão a ser operados cidades como Belo Horizonte, Boa Vista, Goiânia, Natal, Petrolina, Vitória.

No seu site, entretanto, a Varig continua a vender passagens para esses destinos com partida marcada para a próxima semana e não avisa o consumidor sobre a readequação da malha no momento da compra. Destinos como Vitória e Belo Horizonte são inclusive destacados com preços promocionais na homepage do site.

Pelo telefone, o consumidor consegue comprar passagens para a próxima semana. Atendentes dizem que não podem vender bilhetes para esta semana devido à lotação dos vôos nem citam a suspensão temporária das rotas. Além disso, os operadores de telemarketing garantem ao consumidor a reacomodação em outros aviões em caso de cancelamento do vôo.

Procurada, a Varig informou que os vôos estão suspensos por tempo indeterminado, mas que serão retomados imediatamente a partir do momento que o comprador da Varig, o consórcio formado pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e dois investidores não-revelados injetarem US$ 75 milhões na companhia.

A Justiça estabeleceu que essa injeção de capital deve ser feita até sexta-feira, sob pena de invalidação do leilão em que o TGV comprou a Varig, realizado no último dia 8. Até agora, entretanto, o TGV não divulgou o nome dos investidores que o ajudarão a trazer o dinheiro nem demonstrou ter garantias de que poderá cumprir a condição estipulada pela Justiça.

A assessoria de imprensa da Varig afirmou que a empresa não age de má-fé e que tem o direito de continuar a vender os bilhetes porque acredita que o TGV vai injetar o dinheiro na empresa.

Para a advogada Maria Inês Dolci, diretora da associação de consumidores Pro Teste, a empresa tem a obrigação de informar com clareza em seu site e também por meio do telefone os riscos que correm o consumidor ao emitir um bilhete.

"As pessoas desavisadas vão continuar comprando. A venda teria que ser suspensa até que se saiba como vai ficar a situação da empresa", afirmou.

Ela disse que a empresa já não tem mais como garantir também que todos os passageiros vão ser reacomodados com conforto nos aviões de outras companhias em caso de cancelamento principalmente dos vôos internacionais por dois motivos: 1) a empresa foi excluída da câmara de compensação de bilhetes da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), o que dificultará que outras companhias aéreas aceitem passageiros da empresa; 2) a maioria dos vôos já estão lotados devido às férias e à Copa do Mundo.

Ela criticou ainda a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) por não intervir e permitir que a Varig continue a vender essas passagens aos consumidores.

Nesta manhã a Varig cancelou 126 dos 236 vôos programados para o dia, segundo a Infraero (empresa que administra os aeroportos brasileiros).

Venda

A Justiça aceitou anteontem a venda da Varig para consórcio formado pelo TGV e dois investidores não-revelados. Para que a venda seja concretizada, no entanto, o grupo tem que injetar US$ 75 milhões até sexta-feira na empresa aérea.

Além disso, tem que mostrar que possui R$ 1,01 bilhão para pagar pela compra da Varig, dinheiro que será destinado para abater parte das dívidas de R$ 7,9 bilhões que a empresa tem com credores.

Por último, se desejar dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para investir na empresa aérea, o TGV terá que mostrar que possui garantias do pagamento do empréstimo.

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