Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/06/2006 - 09h12

Sem Varig, "Sucatões" da FAB poderão buscar brasileiros

Publicidade

ELIANE CANTANHÊDE
colunista da Folha de S.Paulo
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, determinou ontem que dois Boeings-707 da Força Aérea, conhecidos como "sucatões", ficassem em solo, na Base Aérea do Galeão, no Rio, disponíveis para a eventualidade de uma operação de repatriamento de brasileiros que estejam no exterior com passagem da Varig sem possibilidade de voltar. Os "sucatões" eram usados pela Presidência da República.

Reportagem de ontem da Folha sobre a falta de assistência a brasileiros e a paraguaios com passagem da aérea e desamparados em Nova York acendeu o sinal amarelo tanto na Aeronáutica quanto no Itamaraty, que coordena --ou tenta coordenar-- uma ação de apoio aos passageiros prejudicados.

O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, resumiu os problemas a um grupo de 60 pessoas em Nova York (EUA). Ontem, um total de 2.903 passageiros internacionais da Varig seriam trazidos de volta ao Brasil por outras companhias.

Por volta de 12h30, o embaixador Manoel Gomes Pereira, chefe do Departamento de Comércio Brasileiro no Exterior, foi informado de que a Varig enviara um Boeing de Miami para retirar os brasileiros de Nova York e trazê-los para São Paulo. A decolagem de Nova York estava prevista para as 20h30 (horário local).

Ontem, a Anac divulgou pela primeira vez o total de passageiros da Varig que estão no exterior e têm volta prevista ao Brasil até o dia 30 deste mês. São 28 mil, cerca de 13 mil deles na Europa --5.600 na Alemanha. Os demais se distribuem pela América do Norte (4.000) e pela América do Sul (10.800).

Segundo Zuanazzi, a Varig fechou acordos bilaterais com a Lufthansa (Alemanha), a Alitalia (Itália), a Avianca (Colômbia), a TAP (Portugal), a LanChile e a Delta e a United Airlines (EUA) para endossar bilhetes da companhia. Pelo menos duas companhias, entretanto, a Delta e a Alitalia, desmentiram a informação ontem, declarando que não aceitam mais o endosso de bilhetes Varig.

O presidente da Anac disse à Folha que ainda não era ponto pacífico que a Varig assumisse os custos com hospedagem e alimentação dos passageiros que aguardassem mais de quatro horas para embarcar. Essa responsabilidade está prevista em lei, mas a Varig resiste, e Zuanazzi vinha tentando acertar com a empresa que a regra fosse cumprida. O Itamaraty está com um plantão em Brasília, das 8h à 0h, com quatro pessoas por turno de quatro horas, para monitorar a crise gerada pelo cancelamento de vôos e já preparada para a hipótese de a Varig parar definitivamente.

A Anac montou um gabinete de crise no Ministério da Defesa, que se encerra quando a Justiça do Rio decidir a mudança de gestão ou a a falência da Varig. Nesse último caso, entra em cena um plano de contingência para repasse das rotas da empresa a concorrentes.

Cancelamentos

Até as 13h, a Varig cancelou 118 de um total de 189 vôos previstos para ontem, segundo a Infraero --estatal que administra os aeroportos.

A TAM fretou aviões só para atender passageiros Varig que tiveram vôos cancelados. A aérea fez os trechos de Belém (PA) a Brasília, Congonhas (SP) a Brasília, Porto Alegre (RS) a Congonhas e Congonhas a Curitiba (PR). A Gol também tem acomodado os passageiros da Varig em assentos disponíveis.

Leia mais
  • Aérea diz que não venderá para trecho suspenso
  • Concorrentes têm 2 dias para assumir rotas se Varig falir
  • Justiça poderá fazer novo leilão da Varig, diz Anac

    Especial
  • Confira a cobertura completa da crise da Varig
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página