Publicidade
Publicidade
23/06/2006
-
09h35
da Folha de S.Paulo
Se a Justiça do Rio decretar a falência da Varig hoje, será de caos o final de semana. As empresas concorrentes, que em eventual colapso da companhia assumiriam suas rotas, têm prazo de 48 horas para dar início aos novos vôos internacionais, segundo Waldomiro Silva Júnior, diretor da BRA.
"O plano de contingenciamento começa a funcionar imediatamente, com a assistência aos passageiros, mas com a limitação de 48 horas para começar a operar", disse.
No plano doméstico, a situação tende a ser menos drástica, uma vez que a Varig vem encolhendo sua participação no mercado (reduzida agora a menos de 10%) e não há hoje rota interna realizada apenas por ela. Pela lógica, Gol, TAM, BRA e Ocean Air seriam capazes de atender toda a demanda oferecendo mais vôos, por exemplo.
Em outra ponta, o chefe da Divisão de Serviços, Investimentos e Assuntos Financeiros do Itamaraty, conselheiro Ronaldo Costa Filho, disse que a Espanha já anunciou que não haverá nenhum problema para que os slots (espaço das aéreas em solo) da Varig sejam repassados a outras companhias nacionais, se ela quebrar.
A importância dos slots não se restringe ao guichê de embarque ou ao hangar para o avião. Significa, também, encaixar o vôo na grade de horários do aeroporto, o que permite à Varig ter horários nobres.
A Itália disse que não haverá problemas para manter os slots com empresas nacionais, enquanto os Estados Unidos explicaram que tudo depende de cada aeroporto. Outros países, como Venezuela e Portugal, ainda não responderam.
As consultas foram feitas por embaixadas e consulados do Brasil no exterior e, segundo Costa Filho, tiveram um caráter de "alerta sobre a difícil situação da Varig e de sondagem sobre o futuro". Tanto cuidado retórico é porque o Itamaraty teme que os governos interpretem a manobra como decretação antecipada do fim da aérea.
Fatiamento das rotas
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vem barganhando com concorrentes da Varig o fatiamento das rotas internacionais em caso de colapso da empresa.
Como moeda de troca, elas vêm assumindo passageiros da Varig no plano de emergência, cientes das pequenas chances de serem ressarcidas, diz Silva Júnior, da BRA.
Na terça-feira (20), a Anac anunciou plano de emergência para atender passageiros afetados pela decisão da Varig de manter 18 aeronaves no chão.
As empresas estão colaborando, mas querem explorar determinada linha de seis meses a um ano depois para recuperar o investimento.
Leia mais
Sem Varig, "Sucatões" da FAB poderão buscar brasileiros
Aérea diz que não venderá para trecho suspenso
Justiça poderá fazer novo leilão da Varig, diz Anac
Especial
Confira a cobertura completa da crise da Varig
Concorrentes têm 2 dias para assumir rotas se Varig falir
Publicidade
Se a Justiça do Rio decretar a falência da Varig hoje, será de caos o final de semana. As empresas concorrentes, que em eventual colapso da companhia assumiriam suas rotas, têm prazo de 48 horas para dar início aos novos vôos internacionais, segundo Waldomiro Silva Júnior, diretor da BRA.
"O plano de contingenciamento começa a funcionar imediatamente, com a assistência aos passageiros, mas com a limitação de 48 horas para começar a operar", disse.
No plano doméstico, a situação tende a ser menos drástica, uma vez que a Varig vem encolhendo sua participação no mercado (reduzida agora a menos de 10%) e não há hoje rota interna realizada apenas por ela. Pela lógica, Gol, TAM, BRA e Ocean Air seriam capazes de atender toda a demanda oferecendo mais vôos, por exemplo.
Em outra ponta, o chefe da Divisão de Serviços, Investimentos e Assuntos Financeiros do Itamaraty, conselheiro Ronaldo Costa Filho, disse que a Espanha já anunciou que não haverá nenhum problema para que os slots (espaço das aéreas em solo) da Varig sejam repassados a outras companhias nacionais, se ela quebrar.
A importância dos slots não se restringe ao guichê de embarque ou ao hangar para o avião. Significa, também, encaixar o vôo na grade de horários do aeroporto, o que permite à Varig ter horários nobres.
A Itália disse que não haverá problemas para manter os slots com empresas nacionais, enquanto os Estados Unidos explicaram que tudo depende de cada aeroporto. Outros países, como Venezuela e Portugal, ainda não responderam.
As consultas foram feitas por embaixadas e consulados do Brasil no exterior e, segundo Costa Filho, tiveram um caráter de "alerta sobre a difícil situação da Varig e de sondagem sobre o futuro". Tanto cuidado retórico é porque o Itamaraty teme que os governos interpretem a manobra como decretação antecipada do fim da aérea.
Fatiamento das rotas
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vem barganhando com concorrentes da Varig o fatiamento das rotas internacionais em caso de colapso da empresa.
Como moeda de troca, elas vêm assumindo passageiros da Varig no plano de emergência, cientes das pequenas chances de serem ressarcidas, diz Silva Júnior, da BRA.
Na terça-feira (20), a Anac anunciou plano de emergência para atender passageiros afetados pela decisão da Varig de manter 18 aeronaves no chão.
As empresas estão colaborando, mas querem explorar determinada linha de seis meses a um ano depois para recuperar o investimento.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice